Aos nove anos, K.N já percorreu um longo caminho em busca de equilíbrio. Diagnosticado com transtorno do espectro autista (TEA), transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e apraxia de fala, o menino passou por diversos tratamentos, com resultados limitados — até que sua mãe, Luana Taz, decidiu apostar em uma alternativa que, para muitos, ainda carrega estigmas: a Cannabis medicinal.
“Foi uma médica que comentou comigo, e também uma colega que já tratava o filho e estava vendo melhora. A gente que é mãe presta atenção nesses detalhes”, conta Luana.
A decisão veio após tentativas frustradas com medicamentos tradicionais, que ou perdiam o efeito com o tempo ou causavam reações adversas. “Alguns deixavam ele muito nervoso, outros não funcionavam. E teve remédio que deixou meu filho tão mole que eu mal o reconhecia.”
Efeitos além do esperado: melhora na comunicação
Com orientação da psiquiatra Patrícia Marques Bigetti, o menino iniciou o tratamento com Canabidiol (CBD) e Tetra-hidrocanabinol (THC). “Começou com uma dose baixa, e já deu pra notar uma diferença. Ele ficou mais calmo. Parecia mais presente”, lembra a mãe. O tratamento seguiu com ajustes graduais na dosagem, até estabilizar em cinco gotas pela manhã e cinco à noite.
Luana se emociona ao relembrar o momento em que percebeu uma mudança além do comportamento. “A fala dele começou a melhorar. Palavras que antes não vinham passaram a surgir. Foi surpreendente, porque, com a apraxia, a gente não esperava um progresso tão perceptível assim. Pode ter sido coincidência, mas foi depois da medicação.”
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Do receio à confiança: quando o cuidado começa a fazer efeito
Apesar dos ganhos, o caminho nunca foi simples — e o estigma ainda é um obstáculo. “Sempre tem. Até com medicação comum. Às vezes é da própria família, que acha que a criança não precisa. Mas quem vive o dia a dia sabe das crises, do nervosismo, da exaustão”, relata.
Luana admite que, no início, também teve dúvidas e receios. “Olha que eu mesma tive medo, viu? A gente tem receio de tudo quando é pra filho. Mas fui atrás, conversei com psiquiatra, pediatra… e me explicaram com clareza. Isso me deu confiança.”
O efeito rápido da Cannabis foi outro ponto que marcou a trajetória da criança. “Nenhuma outra medicação teve um resultado tão visível e tão rápido. Com uma gota, parecia que algo já mudava. É claro que fomos ajustando a dose, mas a resposta foi diferente de tudo que já tínhamos vivido.”
A mãe reconhece o alívio que encontrou ao ver o filho mais regulado e com melhor qualidade de vida. “A gente se sente mais leve, sabe? A autoestima melhora também, porque sente que está fazendo algo que realmente ajuda.”
Luana também fala da própria jornada com o diagnóstico tardio de autismo, só recebido depois dos 40 anos. “No meu caso, é nível 1, mas só descobriram agora. Sempre tive dificuldades, mas nunca tive nome pra elas.”
Ela se agarra ao que tem dado certo. “ A Cannabis se tornou uma âncora. Uma ajuda. E, nesse cenário, já é muita coisa”, finaliza.
Importante!
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