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Quase metade dos pacientes de câncer de mama nos EUA usa Cannabis medicinal

Quase metade dos pacientes de câncer de mama nos EUA usa Cannabis medicinal

De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Breastcancer.org, 42% dos pacientes de câncer de mama nos EUA buscam a Cannabis para alívio dos sintomas, mas 39% sequer consultam os médicos antes de se automedicarem.

Publicado em

18 de julho de 2022

• Revisado por

Jornalista especializada em política nacional. Pós-graduada em Assessoria em Comunicação Pública e Cannabis Medicinal. Mestre em Ciência da Informação. Fundadora da InformaCANN. Correspondente em Brasília do Portal Cannabis & Saúde.

câncer de mama Cannabis

De acordo com pesquisa, 42% dos pacientes de câncer de mama nos EUA buscam a Cannabis para alívio dos sintomas, mas 39% sequer consultam os médicos antes de se automedicarem

 

Um estudo, publicado em outubro de 2021, revelou que quatro em cada 10 pacientes com câncer de mama nos Estados Unidos usam a cannabis para alívio dos sintomas e aumento da qualidade de vida durante o tratamento. A pesquisa envolveu o organismo sem fins lucrativos norte-americano Breastcancer.org, o Instituto Lankenau de Pesquisa Médica na Pensilvânia, o Centro de Pesquisa em Saúde Populacional da Pensilvânia, a Oncologia Médica da Universidade do Texas Health San Antonio, o Instituto Lundquist de Inovação Biomédica na Harbor-UCLA Medical Center na Califórnia e o Departamento de Psiquiatria da Universidade Columbia Irving Medical Center em Nova Iorque.

O levantamento, realizado entre dezembro de 2019 e janeiro de 2020, contou com a participação de 612 pacientes (605 mulheres, cinco homens e dois sem identificação) cadastrados na base de dados nacional dos Estados Unidos. Os requisitos eram: estar acima de 18 anos, residir em território norte-americano e ter mais de cinco anos de diagnóstico. De forma online e anônima, os participantes, tiveram que responder à 47 perguntas elaboradas por oncologistas.

Além da idade, sexo, região, tempo de tratamento, estágio atual da doença e medicamentos ministrados, estavam o porquê do uso da Cannabis medicinal, a forma e os produtos usados, bem como a fonte de informações dos usuários. O objetivo foi conhecer as razões, o tempo de uso, a satisfação com os dados encontrados, as percepções de segurança com o produto e se há diálogo sobre a Cannabis entre pacientes e médicos.

A pesquisa revelou que 42% (257 do total) fazem uso da Cannabis como tratamento para gerenciar sintomas comuns aos pacientes de câncer de mama como dor, ansiedade, insônia e náusea. Destes, 79% iniciaram a medicação com as propriedades medicinais da planta ao longo do tratamento convencional que incluía terapias sistêmicas, radiação e cirurgia.

O que chama a atenção é o alto número de pacientes que começa a usar a Cannabis para tratamento oncológico sem orientação médica. De acordo com a pesquisa, a grande maioria busca informações sobre o medicamento na internet, com amigos e familiares. No questionário, ao responder se estavam à vontade para discutir o assunto com seus médicos, um em cada três admitiu desconforto para tratar o tema com seu oncologista e 39% não abordaram o uso do fitofármaco com seus médicos, mesmo fazendo interação medicamentosa com outras drogas.

 

Alívio dos sintomas

Dentre os que relataram fazer uso da Cannabis, 78% afirmaram utilizar o medicamento para reduzir a dor, 70% para tratar insônia, 57% para reduzir o nível de ansiedade, 51% para controle do estresse e 46% para minimizar náuseas e vômitos. Nesta parcela, 75% afirmaram que o medicamento à base de canabinoides é extremamente eficaz e outros 57% disseram não achar outra forma de tratar os sintomas.

O interessante é que, de acordo com os dados, quanto mais jovem o paciente maior a percepção dos benefícios advindos da planta. Dos que responderam à pesquisa, 86% dos doentes com menos de 50 anos relataram ganhos com o uso da Cannabis. Para os enfermos entre 50 e 65 anos, o índice cai para 72% e para quem tem mais de 66 anos a percepção de melhora estaciona em 62%.

O levantamento ainda mostra que metade dos pacientes que utiliza a Cannabis para fins médicos acredita que a planta pode ser usada para tratar o próprio câncer e não apenas reduzir os efeitos colaterais. De acordo com o estudo, três em cada quatro acreditam que os compostos naturais são melhores do que outras drogas químicas. Outros 70% acreditam que o tratamento com a Cannabis medicinal é seguro. Por outro lado, os pacientes admitem desconhecer o risco de contaminação dos produtos, não sabem dizer a diferença entre os fármacos e fitoterápicos, bem como os riscos de interação medicamentosa.

A pesquisa também mapeou os produtos e as formas de ministrar os remédios pelos pacientes de câncer. Dos que reconheceram usar a Cannabis, 70% informaram utilizar através de produtos comestíveis, 65% de forma líquida (óleos), 51% na versão fumada, 46% de forma tópica e 45% por meio de vaporizadores.

Os pesquisadores chegaram à conclusão de que os medicamentos à base de Cannabis ainda sofrem uma série de limitações, seja pelo estigma social ou pelo status de ilegalidade. O estudo destaca outro dado significativo: um desconhecimento acerca da Cannabis para fins medicinais entre o próprio meio médico e cita uma pesquisa realizada com 400 oncologistas norte-americanos, na qual 70% dos especialistas não se sentem preparados para discutir ou recomendar o uso de canabinoides para seus pacientes.

Isso significa dizer que é latente a necessidade de aprofundar os estudos acerca das propriedades medicinais da maconha, bem como melhorar o processo de informação e formação dos profissionais de saúde para o tema possa evoluir e proporcionar maior qualidade de vida e segurança dos pacientes.

Para ler a íntegra da pesquisa clique em:

A Coala‐T‐Cannabis Survey Study of breast cancer patients’ use of cannabis before, during, and after treatment (wiley.com)

 

 

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Jornalista especializada em política nacional. Pós-graduada em Assessoria em Comunicação Pública e Cannabis Medicinal. Mestre em Ciência da Informação. Fundadora da InformaCANN. Correspondente em Brasília do Portal Cannabis & Saúde.

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