O Alzheimer, uma das formas mais comuns de demência , continua a crescer em prevalência, impactando profundamente os pacientes, suas famílias e o sistema de saúde. Dados revelados pela plataforma Techtrials sobre o Alzheimer no Brasil entre 2008 e 2024 mostram um aumento da incidência da doença, diretamente relacionado ao envelhecimento da população brasileira.
Esse cenário ressalta a urgente necessidade de estratégias para o manejo da doença, especialmente fora do ambiente hospitalar.
O crescimento do Alzheimer no Brasil
O levantamento da Techtrials mostra que, entre 2008 e 2024, o número de internações e o índice de mortalidade relacionados ao Alzheimer aumentaram continuamente. O aumento de 55% nas mortes por demências no Brasil, entre 2007 e 2017, reflete a gravidade do problema. Em 2020, a taxa de mortalidade hospitalar de pacientes com Alzheimer atingiu 26,8%, um aumento considerável, exacerbado pela pandemia de COVID-19. A crise gerou uma queda nas internações no primeiro ano, já que muitos pacientes evitaram hospitais por medo de contágio, enquanto outros faleceram antes de serem internados. A pandemia também evidenciou a vulnerabilidade dos idosos com doenças degenerativas, que enfrentaram maior risco de complicações graves, elevando a mortalidade.
Em 2023, o número de internações superou 1.600, voltando aos níveis anteriores à pandemia, colocando uma pressão crescente sobre o sistema de saúde, que enfrenta uma demanda maior por leitos e cuidados especializados.
O desafio do manejo extra-hospitalar
A elevada taxa de mortalidade hospitalar está relacionada a complicações graves e à necessidade de cuidados contínuos e de longo prazo. O modelo atual de tratamento de Alzheimer no Brasil, predominantemente hospitalar, não é suficiente para lidar com a evolução da doença. A plataforma Techtrials aponta que uma alternativa viável para reduzir a pressão sobre os hospitais seria a intensificação do manejo extra-hospitalar. O que envolve cuidados domiciliares, apoio psicológico a pacientes e cuidadores, além de terapias não convencionais. A abordagem integrada de cuidados, que inclua assistência em casa e monitoramento remoto, pode ser uma solução eficaz para enfrentar a crescente demanda por internações.
“Projeta-se também uma intensificação de estratégias para manejo extra-hospitalar dos pacientes com demência. Programas de atenção domiciliar, centros-dia para idosos com demência e iniciativas de atenção primária focadas no idoso deverão ganhar, apoiados por políticas públicas. Isso pode não reduzir imediatamente o número de internações, mas pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes e, a longo prazo, evitar complicações que levariam ao hospital”, diz o estudo.
A Cannabis como ferramenta terapêutica para o Alzheimer
Uma alternativa emergente no tratamento do Alzheimer é o uso de Cannabis medicinal, que tem mostrado resultados promissores em doenças neurodegenerativas, incluindo Alzheimer.
A ação dos canabinoides no Sistema Endocanabinoide, composto por enzimas e receptores específicos presentes em todo o corpo, pode explicar o efeito benéfico da Cannabis. Esses receptores regulam diversos processos fisiológicos, como apetite, dor, inflamação, controle muscular, metabolismo, sono, humor e memória.
Em relação ao uso de THC e CBD no tratamento, a médica geriatra Dra. Gabriela Reginatto Mânica explica que “o CBD tem um efeito sedativo e ansiolítico, por isso utilizamos óleos ricos em CBD e de espectro completo, com baixo teor de THC. Costumo iniciar o tratamento com óleo de espectro completo. O THC é reservado para situações mais específicas, quando o paciente pode se beneficiar de seu efeito analgésico. No caso de demência, uso o THC, inclusive minha mãe usa, mas são situações particulares”. Dra. Gabriela compartilhou essas informações em uma live sobre o potencial dos canabinoides no tratamento do Alzheimer.
A conscientização sobre a Cannabis como terapia
A conscientização sobre o uso terapêutico da Cannabis no tratamento tem crescido, com muitos pacientes e suas famílias superando preconceitos e buscando alternativas no uso da planta como complemento no tratamento.
A Dra. Camila Sampaio compartilhou sua visão sobre os benefícios da Cannabis para esses pacientes, afirmando que “dependendo da fase da doença, os medicamentos à base de Cannabis podem ajudar a retardar a progressão rápida da doença, melhorar o sono e o humor, diminuir a agitação e agressividade, estimular o apetite, entre outros benefícios”.
A sobrecarga dos cuidadores
O aumento significativo dos casos de Alzheimer no Brasil gera uma pressão crescente sobre o sistema de saúde e, especialmente, sobre as famílias e cuidadores. O relatório da Techtrials destaca que a sobrecarga enfrentada pelos cuidadores é um dos aspectos mais críticos dessa realidade. A doença não afeta apenas os pacientes, mas também prejudica o bem-estar daqueles que se dedicam ao cuidado diário, gerando uma sobrecarga física e emocional significativa. Muitas vezes, os cuidadores enfrentam uma luta constante contra o estresse, a exaustão e o sofrimento emocional, o que pode resultar em burnout.
O relatório aponta que a implementação de programas de educação, suporte psicológico e redes de apoio são essenciais para melhorar a qualidade de vida não só dos pacientes, mas também de quem cuida deles. Além disso, é crucial que as políticas públicas atendam a essa realidade, criando iniciativas que aliviem a carga dos cuidadores, oferecendo suporte contínuo e recursos adequados para o manejo da doença.
“O impacto do Alzheimer vai além do sistema formal de saúde – ele recai intensamente sobre as famílias e cuidadores. Os próximos anos apresentam a oportunidade de fortalecer redes de apoio, programas de educação para cuidadores, oferta de cuidadores formais e ampliar iniciativas como centros-dia e grupos de suporte psicológico. Isso não apenas melhora a qualidade de vida dos pacientes e cuidadores, mas também pode prevenir agravos que levariam a internações frequentes”, reforça a Techtrials.
Cannabis: alívio para pacientes com Alzheimer e apoio crucial para seus cuidadores
Um estudo realizado no Hospital Emiro Quintero Cañizares, na Colômbia, mostrou que o CBD pode ser uma terapia eficaz para aliviar os sintomas do Alzheimer e reduzir o sofrimento dos cuidadores.
A pesquisa acompanhou 59 pacientes, com mais de 65 anos, que receberam CBD por via sublingual de duas a três vezes ao dia. Após três meses de tratamento, 94% dos pacientes apresentaram uma melhora significativa nos sintomas, com mais da metade superando a meta de redução de 50%. Além disso, o CBD também diminuiu o sofrimento dos cuidadores, com 86,4% deles mostrando uma redução na sobrecarga emocional, de acordo com a escala NPI-Q.
O estudo confirma que o CBD é uma opção segura e promissora, beneficiando tanto os pacientes quanto os cuidadores, com efeitos positivos que podem durar até dois anos. Confira a matéria completa do jornalista Gregório Ventura neste link.
Necessidade de ações coordenadas
A análise da evolução do Alzheimer no Brasil nos últimos 15 anos, apresentada pela Techtrials, revela a urgência de políticas públicas que fortaleçam alternativas de tratamento fora do ambiente hospitalar. Com o aumento da população idosa, o Alzheimer se torna uma crescente preocupação de saúde pública. O aumento das internações e a elevação da mortalidade hospitalar destacam a necessidade de uma abordagem mais eficiente, que inclua terapias alternativas e cuidados domiciliares adequados.
Nesse contexto, o uso da cannabis medicinal surge como uma possível ferramenta, oferecendo uma nova perspectiva no tratamento e manejo de pacientes com Alzheimer.
Confira alguns estudos sobre o uso da Cannabis no tratamento do Alzheimer
- CBD e CBG: novas esperanças no tratamento do Alzheimer
- Estudo clínico: dronabinol reduziu agitação em pacientes com Alzheimer
- Canabidiol para Alzheimer: Benefícios e Evidências
- Alzheimer: estudo indica que CBN tem alto efeito neuroprotetor
Confira alguns depoimentos de pacientes que usam a Cannabis medicinal para o manejo dos sintomas do Alzheimer
Luiz Henrique compartilhou como a Cannabis medicinal tem sido fundamental no tratamento de sua mãe, Cenilda Moraes Machado
“Acredito que, sem o óleo, a doença poderia ter avançado mais rápido”
- O vídeo de Daniel Fonseca, vde 87 ano, viralizou após sua filha, a influenciadora Andréa Fonseca, mostrar a melhora dele com o tratamento de Cannabis medicinal
- Canabidiol no tratamento do alzheimer: um relato de esperança e resultados positivos
- Tratamento com Cannabis Medicinal proporcionou uma melhora significativa na qualidade de vida de paciente com Alzheimer
Importante!
Atualmente, os medicamentos derivados de Cannabis podem ser utilizados para tratar diversas condições de saúde, desde que haja uma prescrição médica, conforme exigido pela Anvisa.
Por meio da nossa plataforma de agendamento, você pode marcar uma consulta com um dos mais de 300 médicos de diversas áreas, todos qualificados para avaliar sua situação e indicar o melhor tratamento. Dê o primeiro passo em direção a uma vida com mais qualidade e bem-estar para você ou alguém que você ama!