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O impacto do uso de CBD durante a gravidez

O impacto do uso de CBD durante a gravidez

Exploramos estudos científicos recentes e conversamos com a Dra. Amanda Medeiros para entender os possíveis efeitos do uso de CBD durante a gravidez

Publicado em

18 de julho de 2024

• Revisado por

Jornalista e editor especializado em Comunicação e Saúde, pós-graduando em Drogas, Sociedade e Práticas Educativas. Escreve sobre ciência e sobre o uso da Cannabis na saúde humana e animal. É também fundador da Editora Vista Chinesa, onde publicou livros como “A História da Cannabis em Quadrinhos” e “Mila”.

O impacto do uso de CBD durante a gravidez

O tema do uso de canabidiol (CBD), ou qualquer outro composto da planta Cannabis, durante a gravidez é visto como um tabu e motivo de discussões acaloradas. Por enquanto, sabemos que quando a gestante consome algum derivado da planta, o bebê também é exposto a essas substâncias. No entanto, o impacto que essa exposição causa na criança ainda é um mistério.

Já trouxemos aqui no portal Cannabis & Saúde alguns estudos realizados mundo afora sobre o impacto do uso da planta durante a gestação. Porém, sempre com o foco nos impactos do delta-9-tetrahidrocanabinol (THC).

Recentemente, publicações científicas exploraram o impacto do uso do CBD na gravidez com o objetivo de expandir o conhecimento sobre os impactos da planta no desenvolvimento do feto. Nesse sentido, conversamos também com a pediatra e psiquiatra Amanda Medeiros para tirar as dúvidas sobre esse tema tão importante.

Situações onde o uso de CBD na gravidez é recomendado

É fundamental destacar inicialmente que a recomendação mais aceita é a de evitar o consumo de CBD ou qualquer outro canabinoide durante a gravidez. Pensando na segurança da mãe e do bebê, é comum adotar essa medida de precaução.

Porém, há casos particulares que exigem uma avaliação mais aprofundada e o uso de produtos derivados da planta podem ser uma possibilidade. A Dra. Amanda Medeiros detalhou como ela e outros profissionais da saúde lidam com esse assunto:

Dra. Amanda Medeiros CRM: 32447

Dra. Amanda Medeiros CRM: 32447

“A princípio, a gente não recomenda CBD para gestantes porque a gente não entende muito bem toda essa dinâmica anatômica do sistema endocanabinoide e como ele funciona nessa relação pré-uterina.

Mas se a gestante corre risco de vida ou se ela já faz uso do CBD, temos a opção de manter ou não. Por exemplo, se uma paciente com epilepsia já está fazendo uso do canabidiol e a epilepsia está controlada, o risco de parar o uso, voltar para anticonvulsivantes alopáticos, ter todo um período de adaptação… Corre o risco dessa paciente vir a convulsionar, cair e perder o bebê… É um risco muito grande.

Então, se ela já está fazendo uso, a gente mantém o uso do CBD em patologias neurológicas graves, mas se ela não está fazendo uso do canabidiol, não é durante a gestação que ela deve iniciar.”

Avaliando o uso do CBD durante a gravidez

A aceitação do CBD pela comunidade médica vem aumentando com o passar do tempo, tanto pela segurança quanto pelos seus notáveis benefícios para a saúde. Portanto, cientistas canadenses realizaram um estudo em animais para avaliar se esse perfil de segurança também se aplica ao caso de uma gestante e do seu bebê.

É de praxe realizar estudos em animais primeiro para minimizar o risco em humanos. Porém é importante ressaltar que diferenças fisiológicas e genéticas entre humanos e animais podem limitar a aplicabilidade dos resultados.

Cientes disso, para realizar o estudo Cannabidiol Exposure During Gestation Leads to Adverse Cardiac Outcomes Early in Postnatal Life in Male Rat Offspring, os pesquisadores conduziram o experimento da seguinte forma:

  • Os animais foram divididos em 3 grupos: um recebeu 3 mg/kg de CBD diariamente do dia 6 de gestação até o parto, outro recebeu 30 mg/kg e um grupo controle não recebeu a substância;
  • Os filhotes passaram por exames de ecocardiografia e ultrassom para avaliar o funcionamento do coração;
  • A expressão do sistema endocanabinoide no coração foi avaliada por exames qPCR, immunoblotting e sequenciamento de RNA.

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Os resultados

Ambos os grupos que receberam CBD apresentaram uma redução na função cardíaca, porém sem diferenças no peso do coração em relação ao grupo controle. Além disso, eles observaram que os filhotes expostos ao canabinoide no útero da mãe apresentaram uma menor expressão do receptor canabinoide do tipo 2 (CB2) no coração.

Mais pesquisas são necessárias para determinar todos os mecanismos relacionados a essa exposição ao CBD durante a gravidez. No entanto, o estudo demonstrou pela primeira vez que essa relação pode influenciar no desenvolvimento do sistema circulatório da criança.

Converse com seu médico

No processo de avaliação médica no planejamento de uma gestação, o profissional da saúde avalia a relação entre riscos e benefícios de qualquer substância para aquele indivíduo. Assim, em conjunto com os pacientes, podem tomar as melhores decisões pelo bem da mãe e da criança.

Há casos, como na epilepsia mencionada pela Dra. Amanda, em que manter o uso de produtos com CBD pelo período da gravidez pode ser uma possibilidade. A médica compartilhou com a gente um caso de sucesso com uma paciente com fibromialgia.

“Eu tenho uma paciente de fibromialgia que fazia uso do óleo 1:1 — metade CBD e metade THC —, engravidou e não quis parar de o uso do óleo. Ela estava sem dor e achou que se parasse de usar o óleo as dores iam voltar e a gestação ia ficar muito mais pesada e difícil.

A gente conversou com a ginecologista, ela assinou um termo de responsabilidade e continuou fazendo uso durante toda a gestação do óleo 1:1. O bebê nasceu e, até então, a bebê é perfeita, sem nada neurológico diferente e a paciente continua em uso do óleo. Mas foi porque ela quis, então ela assumiu essa responsabilidade.”

Cabe destacar que após o nascimento da criança, as preocupações permanecem por todo o período da amamentação. Como já trouxemos aqui no portal anteriormente, os canabinoides planta podem passar da mãe para o bebê através do leite materno. Então, o diálogo constante entre a família e os profissionais da saúde segue por mais tempo depois do parto.

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Sem relação com o desenvolvimento do transtorno do espectro do autismo

Analisando uma amostra de mais de 11 mil crianças, pesquisadores norte-americanos concluíram que não há relação entre a exposição pré-natal à Cannabis ao desenvolvimento do transtorno do espectro do autismo (TEA).

Até hoje as razões por trás do desenvolvimento do TEA ainda são um mistério para a ciência. Por outro lado, o estudo Examining the association between prenatal cannabis exposure and child autism traits: A multi-cohort investigation in the environmental influences on child health outcome program não encontrou evidências de que o consumo de canabinoides durante a gestação tenha alguma influência.

Como iniciar um tratamento com CBD

Pessoas que usam produtos com CBD, assim como qualquer outro componente da Cannabis, e querem planejar uma gravidez precisam ter um diálogo honesto com o médico para decidir como prosseguir no tratamento.

Já as pessoas que nunca fizeram um tratamento com a planta e querem experimentar, o processo é simples. Primeiro, acesse a nossa plataforma de agendamentos e marque uma consulta com um dos médicos ou dentistas listados.

Na consulta, presencial ou por telemedicina, o profissional vai avaliar o seu caso e dizer se o tratamento com Cannabis é ideal para você. Em caso positivo, ele vai recomendar o melhor produto e a dosagem mais adequada para o seu caso.

Então, marque já a sua consulta e inicie um tratamento que pode transformar a sua qualidade de vida.

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