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Estudo mostra como CBD pode complementar as canetas emagrecedoras

Estudo mostra como CBD pode complementar as canetas emagrecedoras

CBD poderia ajudar na regulação do apetite, glicemia e inflamação. Saiba como o composto se diferencia das canetas emagrecedoras e quando pode ser útil

Publicado em

9 de dezembro de 2025

• Revisado por

Jornalista e editor especializado em Comunicação e Saúde, pós-graduando em Drogas, Sociedade e Práticas Educativas. Escreve sobre ciência e sobre o uso da Cannabis na saúde humana e animal. É também fundador da Editora Vista Chinesa, onde publicou livros como “A História da Cannabis em Quadrinhos” e “Mila”.

Como o CBD pode complementar as canetas emagrecedoras

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu acelerar a análise de 20 canetas emagrecedoras para antecipar a chegada de novos produtos ao mercado brasileiro. Essas canetas contêm princípios ativos já conhecidos: liraglutida (presente no Saxenda) e semaglutida (presente no Ozempic e Wegovy), medicamentos utilizados há anos no tratamento da obesidade e da diabetes tipo 2.

O uso desses produtos exige prescrição e acompanhamento médico rigoroso devido aos efeitos colaterais mais comuns, como náuseas, diarreia e perda excessiva de peso. Em casos de uso inadequado, o risco pode evoluir para complicações mais graves e até morte.

Nesse cenário, um grupo de pesquisadores publicou uma ampla revisão científica sobre o uso do canabidiol (CBD), um composto da Cannabis, para o tratamento das mesmas condições que as canetas emagrecedoras prometem atender.

Os resultados indicam que o CBD apresenta potencial terapêutico para complementar abordagens para obesidade, síndrome metabólica e compulsão alimentar, com baixa incidência de efeitos adversos e um perfil de segurança considerado favorável em estudos até agora.

Como funcionam as canetas que prometem emagrecer

A caneta emagrecedora é um dispositivo que injeta sob a pele pequenas doses de medicamentos originalmente desenvolvidos para tratar a diabetes tipo 2. Os dois mais conhecidos são a liraglutida e a semaglutida.

Ambas pertencem à classe dos agonistas do receptor GLP-1, hormônio produzido no intestino que atua na regulação da glicose e do apetite. Esses medicamentos imitam a ação natural desse hormônio, ajudando o corpo a controlar fome e metabolismo.

Eles atuam por diferentes mecanismos:

  • Reduzem a fome ao agir em áreas do cérebro ligadas ao apetite, o que diminui a ingestão calórica diária;
  • Aumentam a sensação de saciedade, fazendo a pessoa comer menos;
  • Retardam o esvaziamento do estômago, prolongando a sensação de satisfação após as refeições;
  • Melhoram o controle glicêmico, ajudando na redução dos níveis de açúcar no sangue.

CBD pode ajudar na compulsão alimentar?

Enquanto o uso das canetas emagrecedoras cresce, o estudo Is there a role for cannabidiol in obesity, metabolic syndrome and binge eating? buscou responder à pergunta: o CBD pode ajudar no tratamento da obesidade, síndromes metabólicas e compulsão alimentar?

Analisando mais de uma década de estudos com animais e humanos, os resultados indicam um conjunto consistente de efeitos metabólicos e comportamentais.

1. Regulação do apetite

O artigo mostrou que o CBD interage com receptores como CB1, CB2 e 5-HT1A, influenciando o controle da ingestão alimentar:

  • Modulando o sistema de recompensa, diminuindo o desejo por comidas muito calóricas;
  • Regulando o envio de sinais cerebrais ligados à fome, sem causar intoxicação ou sedação;
  • Como resultado, reduz o consumo de alimentos.

2. Redução da compulsão alimentar

O CBD se destacou por reduzir comportamentos de compulsão ao diminuir a liberação exagerada de dopamina, um mecanismo semelhante ao observado em transtornos de dependência.

3. Melhora o metabolismo de glicose

Os estudos revisados mostram que o CBD pode:

  • Baixar a glicemia em jejum;
  • Melhorar a tolerância à glicose;
  • Reduzir níveis elevados de insulina;
  • Diminuir a resistência à insulina em músculos, fígado, tecido adiposo e cérebro.

Tudo isso sem causar hipoglicemia, náusea ou perda rápida de apetite, efeitos comuns aos agonistas de GLP-1.

4. Melhora do perfil lipídico

Nos estudos, o CBD também apresentou:

  • Redução de triglicerídeos;
  • Queda no colesterol;
  • Diminuição de gordura no fígado;
  • Menos inflamação hepática.

5. Menos inflamação e ação neuroprotetora

A obesidade causa inflamação sistêmica, afetando principalmente fígado, pâncreas, músculos e cérebro. O CBD parece atuar diretamente nesses pontos:

  • Reduzindo processos inflamatórios;
  • Diminuindo acúmulo de lipídios tóxicos;
  • Melhorando sinais neurais ligados à memória e saciedade, fatores que influenciam diretamente o comportamento alimentar.

CBD e canetas emagrecedoras: perspectivas futuras

A revisão deixa claro que o CBD não substitui as canetas emagrecedoras, especialmente porque a maior parte das evidências ainda vem de estudos in vivo. Ainda faltam ensaios clínicos robustos com humanos.

No entanto, a pesquisa aponta um potencial terapêutico relevante, principalmente para pessoas que:

  • Não toleram os efeitos colaterais das canetas;
  • Buscam opções com menor impacto no trato gastrointestinal;
  • Apresentam compulsão alimentar associada à obesidade.

Enquanto as canetas atuam fortemente no controle do apetite e da glicemia via GLP-1, o CBD age por múltiplas vias: metabólica, inflamatória, neurológica e comportamental.

A revisão sugere ainda que, no futuro, podemos ter um repertório mais amplo de terapias para diabetes tipo 2 e compulsão alimentar, combinando agonistas de GLP-1, medicamentos convencionais e compostos derivados da Cannabis.

THCV: outro canabinoide aliado

Além do CBD, outro composto da Cannabis tem chamado atenção pelo seu potencial no tratamento da obesidade, diabetes tipo 2 e da compulsão alimentar: a tetrahidrocanabivarina (THCV). Embora seja menos conhecida e estudada do que o CBD e o THC, seus efeitos terapêuticos têm ganhado destaque.

O THCV interage com o sistema endocanabinoide e, dependendo da dose, pode reduzir o apetite, melhorar o uso de glicose pelo organismo e influenciar mecanismos ligados ao controle da compulsão alimentar. Em estudo clínico, a combinação de THCV com CBD apresentou:

  • Redução da circunferência abdominal;
  • Melhora nos níveis de colesterol;
  • Queda da pressão arterial sistólica;
  • Perda de peso.

O uso do THCV pode ir além das síndromes metabólicas e da obesidade, com propriedades anti-inflamatórias e neuroprotetoras. Para entender melhor sobre esse canabinoide promissor, confira o e-book da Vigo Academy sobre esse composto da Cannabis.

Uso seguro de canabinoides e canetas emagrecedoras

De acordo com as regras da Anvisa, tanto o canabidiol quanto os agonistas do hormônio GLP-1 devem ser sempre utilizados com acompanhamento médico. São substâncias que podem alterar o metabolismo, o apetite e o equilíbrio químico do cérebro, exigindo cuidado no ajuste de dose e monitoramento de efeitos.

Se você deseja explorar alguma dessas opções procure orientação médica antes de iniciar o tratamento. Acessando a nossa plataforma de agendamento, você pode marcar uma consulta com profissionais experientes na prescrição de canabinoides. Acesse já e dê esse passo de forma responsável.

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