O lendário boxeador brasileiro Éder Jofre, que morreu em 2 de outubro de 2022, optou por doar o seu cérebro para estudos sobre a Encefalopatia Traumática Crônica (ETC), uma síndrome que é causada após seguidos casos de concussão cerebral.
A família do ex-atleta respeitou a decisão dele em vida e doou o cérebro para o Biobanco de Estudos do Envelhecimento da Universidade de São Paulo. Agora, os pesquisadores vão analisar os efeitos a longo prazo que a Encefalopatia Traumática Crônica causa com mais precisão.
Influência de Muhammed Ali
Éder Jofre fez a escolha de doar o cérebro para estudos sobre concussão cerebral após a morte do seu colega, o também boxeador Muhammed Ali. O norte-americano não quis doar o cérebro para estudos sobre o tema, o que motivou Jofre a fazer o contrário.
A Concussion Legacy Foundation, uma organização sem fins lucrativos dos EUA fundada para apoiar atletas e veteranos de guerra afetados por concussões e ETC, vai financiar os estudos. Eles buscam, através da pesquisa e desenvolvimento, proteger os atletas e tornar os esportes mais seguros.
CBD para tratar concussão e Encefalopatia Traumática Crônica
Aqui no Brasil, Éder Jofre se tratava com o neurologista Renato Anghinah, que recomendava o uso do CBD para ele e para outra conhecida vítima da ETC, o ex-boxeador Maguila. Desde 2010 Jofre sentia sintomas da demência pugilística, com tremores, alterações no humor e mobilidade reduzida.
Em 2019, a Concussion Legacy Foundation e a brasileira Rose Gracie lançaram o Gracie Concussion Challenge. Essa iniciativa nasceu para incentivar a pesquisa e a educação sobre ETC e lesões cerebrais no esporte. Em comunicado à imprensa, Rose falou sobre a importância da decisão de Éder Jofre:
“Doar seu cérebro para pesquisas para avançar nos estudos de CTE é uma das melhores coisas que um lutador pode fazer pela família dos esportes de combate. Ele levou uma vida incrível e a promove com este incrível legado.”
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