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Dia Mundial da Síndrome de Down: reflexões sobre os desafios e o potencial da Cannabis medicinal

Dia Mundial da Síndrome de Down: reflexões sobre os desafios e o potencial da Cannabis medicinal

No Dia Mundial da Síndrome de Down, especialista discute os desafios cognitivos da condição e os possíveis benefícios do uso de Cannabis medicinal, especialmente o CBD

Publicado em

21 de março de 2025

• Revisado por

Jornalista e pós-graduada em Filosofia e Literatura, com 13 anos de experiência em comunicação, conteúdo e estratégias digitais. Atuou como repórter, redatora, roteirista, ghost writer e head de conteúdo. Especialista em Thought Leadership e storytelling, acredita no poder das narrativas para conectar pessoas e ideias.

Dia mundinal da Síndrome de Down

No Dia Mundial da Síndrome de Down, celebrado em 21 de março, é importante refletir sobre os desafios enfrentados por essa população. A data, reconhecida pela ONU desde 2012, é uma oportunidade para discutir novos tratamentos e terapias que possam melhorar a qualidade de vida de pessoas com Síndrome de Down. Em entrevista para o Portal Cannabis & Saúde, o neurologista pediátrico Dr. Mauro Reis, compartilhou sua visão sobre o uso de Cannabis medicinal, particularmente o CBD, e seus possíveis benefícios.

Dia Mundial da Síndrome de Down: desafios cognitivos e neurológicos 

Pessoas com Síndrome de Down enfrentam desafios em áreas como memória e aprendizado. Segundo Dr. Mauro, esses desafios podem variar em intensidade, desde leves até mais severos. “Déficits cognitivos são comuns, com impacto significativo na memória e no aprendizado. Além disso, a hipotonia muscular é frequente, afetando o desenvolvimento motor e postural”, explica.

O médico também chama atenção para a instabilidade atlantoaxial, uma condição que afeta a coluna cervical e é mais frequente entre pessoas com Síndrome de Down. “Essa instabilidade pode comprimir a medula espinhal, levando a sintomas como fraqueza e alterações na marcha. Por isso, é importante que crianças com Síndrome de Down evitem brinquedos como pula-pula, que podem causar lesões”, alerta Dr. Mauro.

O papel do Sistema Endocanabinoide

Estudos sobre o Sistema Endocanabinoide, que regula funções como memória e aprendizado, têm mostrado que há disfunções desse sistema em alguns indivíduos com Síndrome de Down. Dr. Mauro explica que essa disfunção pode ser um fator contribuinte para os déficits cognitivos e até para a neuroinflamação.

O Sistema Endocanabinoide é fundamental para várias funções cerebrais, como a memória e a neuroproteção. Nos indivíduos com Síndrome de Down, essa função pode ser prejudicada, o que pode gerar dificuldades cognitivas”, afirma.

O Canabidiol (CBD), um dos compostos presentes na Cannabis, tem sido investigado como uma forma de modular esse sistema. “Os estudos indicam que o CBD pode ter um papel importante nesse processo, mas ainda precisamos de mais pesquisa para entender melhor seu impacto e seus benefícios”, ressalta o médico. Ele enfatiza que, embora os resultados iniciais sejam promissores, a ciência ainda carece de mais evidências robustas para confirmar sua eficácia no tratamento de Síndrome de Down.

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Benefícios do CBD no tratamento 

Entretanto, ainda de acordo com Dr. Mauro, o CBD tem mostrado grande potencial em outras áreas, principalmente na neuroproteção. “O CBD pode ajudar a reduzir a inflamação e o estresse oxidativo, fatores que impactam diretamente a cognição. Além disso, o CBD tem se mostrado eficaz na redução da ansiedade, na regulação do sono e no controle de comportamentos impulsivos”, explica ele. Esses efeitos podem ser especialmente úteis no dia a dia de pessoas com Síndrome de Down, favorecendo o aprendizado e a adaptação social.

No entanto, Dr. Mauro observa que o impacto direto do CBD na cognição precisa ser mais bem estudado. “Ainda não temos estudos definitivos sobre como o CBD pode melhorar diretamente a cognição em pessoas com Síndrome de Down. Por enquanto, os benefícios observados estão mais relacionados ao controle da ansiedade e à melhoria da qualidade de vida”, afirma.

Embora a pesquisa sobre o uso da Cannabis em pacientes com Síndrome de Down esteja em seus estágios iniciais, Dr. Mauro já observou benefícios em pacientes com outras condições neurológicas. “Tenho acompanhado pacientes com condições como o autismo, que, ao usarem CBD, apresentaram melhorias na ansiedade, no sono e na regulação do humor. Isso pode, de forma indireta, favorecer o aprendizado e a adaptação comportamental.”, conta.

No entanto, ele reforça que ainda são necessários estudos mais aprofundados para comprovar os efeitos do CBD especificamente na cognição em indivíduos com Síndrome de Down. “Embora os resultados iniciais sejam promissores, a falta de estudos robustos impede que afirmemos que o CBD seja um tratamento definitivo para os déficits cognitivos associados à Síndrome de Down”, explica.

Cuidados essenciais no uso de CBD

Dr. Mauro também alerta sobre os cuidados necessários ao prescrever o uso de CBD. Um dos principais pontos a ser considerado são as interações medicamentosas. “O CBD pode inibir enzimas hepáticas que metabolizam certos medicamentos, como o ácido valproico, usado no tratamento de epilepsia. Por isso, é importante que o médico esteja atento a essas interações e faça ajustes no tratamento, se necessário”, explica.

Além disso, a dosagem do CBD deve ser ajustada de forma individualizada. “Iniciamos com doses baixas e vamos aumentando gradativamente, conforme a resposta do paciente. O tratamento com CBD deve ser sempre supervisionado para garantir que seja seguro e eficaz”, diz Dr. Mauro.

Importante! 

O uso da Cannabis medicinal tem ganhado espaço no Brasil, principalmente no tratamento de condições como epilepsia refratária. Dr. Mauro observa que essa terapeutica tem se mostrado uma alternativa importante para o tratamento de diversas condições. “Ela tem sido uma opção valiosa no tratamento de doenças difíceis de controlar. Embora ainda haja uma necessidade de mais estudos, a Cannabis tem se mostrado promissora para pacientes com Síndrome de Down e outras comorbidades associadas”, conclui.

De acordo com a regulamentação brasileira, é necessário que um médico faça a prescrição de produtos derivados da Cannabis para que possam ser utilizados como tratamento médico. Essa medida busca garantir a segurança dos pacientes. Assim, o primeiro passo é agendar uma consulta com um profissional especializado que possa fornecer a prescrição necessária.

Na nossa plataforma, você pode agendar uma consulta com um dos mais de 300 médicos especialistas. O profissional irá avaliar seu histórico e condições de saúde, recomendando a dosagem e a formulação mais adequadas para o seu tratamento.

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Jornalista e pós-graduada em Filosofia e Literatura, com 13 anos de experiência em comunicação, conteúdo e estratégias digitais. Atuou como repórter, redatora, roteirista, ghost writer e head de conteúdo. Especialista em Thought Leadership e storytelling, acredita no poder das narrativas para conectar pessoas e ideias.

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