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CBCann 2024: avanços na endocanabinologia e formação médica em debate

CBCann 2024: avanços na endocanabinologia e formação médica em debate

CBCann 2024 debate Canabinoides, avanços clínicos e a importância de integrar o Sistema Endocanabinoide na formação dos futuros médicos.

Publicado em

19 de setembro de 2024

• Revisado por

Jornalista e pós-graduada em Filosofia e Literatura, com 13 anos de experiência em comunicação, conteúdo e estratégias digitais. Atuou como repórter, redatora, roteirista, ghost writer e head de conteúdo. Especialista em Thought Leadership e storytelling, acredita no poder das narrativas para conectar pessoas e ideias.

O Congresso Médico Brasileiro de Endocanabinologia (CBCann 2024), realizado no WTC Events Center em São Paulo e organizado pela AMBCANN, enriqueceu o debate sobre endocanabinologia e temas relevantes para a área.

O evento destacou os avanços no uso de Canabinoides, com ênfase na aplicabilidade clínica e na formação de futuros profissionais, abordando a inclusão do estudo do Sistema Endocanabinoide (SEC).

Ana Hounie, presidente da AMBCANN, ressaltou a importância de integrar o estudo do SEC na formação médica:

Poucas universidades abordam o tema atualmente, geralmente apenas em programas de pós-graduação. É crucial que os estudantes de medicina tenham contato com esse assunto durante a graduação para saber onde buscar mais informações. Nosso objetivo é incluir o tema na grade curricular de todas as faculdades de medicina.”

Confira os principais destaques do CBCann 2024 

O congresso contou com a participação de renomados especialistas, incluindo a Dra. Allyn Howlett, conhecida pela descoberta do receptor CB1, e a Dra. Bonni Goldstein, que discutiu o uso de Canabinoides na infância e adolescência. Durante a abertura, também foram prestadas homenagens aos médicos Eduardo Faveret e Ricardo Ferreira, duas importantes referências na área.

Eduardo Faveret

Eduardo Faveret, fundador e diretor médico dos Centros de Epilepsia do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer e CEPIRIO, foi reconhecido por sua pioneira atuação na prescrição de cannabis medicinal.

“Quando comecei a prescrever cannabis em 2013, havia muitos desafios e pouca informação. Hoje, ao ver mais de 3.000 pacientes tratados, sinto que cada passo valeu a pena. A medicina deve sempre buscar novas alternativas”, afirmou.

Ricardo Ferreira

 Dr. Ricardo Ferreira também foi homenageado por sua ousadia e abnegação ao integrar a Cannabis medicinal em sua prática clínica. Com uma sólida carreira em ortopedia e traumatologia, ele comentou:

“Eu não me considero pioneiro, pois a Cannabis medicinal já era uma realidade em países como Holanda e Israel, e o Canadá tinha uma década de experiência. Minha busca por alternativas diante da frustração dos pacientes com tratamentos disponíveis me motivou a explorar novas possibilidades.”

Em entrevista exclusiva ao Portal Cannabis&Saúde, Dr Ricardo destacou que a homenagem representa um simbolismo para toda a classe médica. 

“A homenagem simboliza a luta da classe médica a favor da possibilidade da prescrição de Cannabis como medicamento e o aumento dessa possibilidade com a ampliação de produtos. Hoje, temos uma gama crescente de opções. O cenário mudou radicalmente nos últimos dez anos e, hoje, é um universo completamente diferente.”

A cerimônia destacou não apenas as realizações individuais desses profissionais, mas também a importância de continuar inovando e dedicando-se ao avanço do atendimento médico.

Ainda durante a abertura, Ana Hounie enfatizou a importância de transformar desafios em oportunidades: “Estamos aqui para pavimentar um caminho de conhecimento e prática médica. A inovação contínua é essencial para oferecer melhores cuidados aos pacientes.”

A Revolução da Cannabis: a participação de Allyn Howlett

Durante o painel ‘Sistema Endocanabinoide e seu papel no tratamento de doenças’, moderado por Wilson Lessa, a Dra. Allyn Howlett revisitou sua descoberta de 1992, quando identificou receptores no cérebro humano que respondem ao THC. Junto com Raphael Mechoulam e cientistas israelenses, ela mapeou o Sistema Endocanabinoide (SEC).

Apesar dos avanços, Howlett destacou a falta de inclusão do SEC nos currículos médicos: “Hoje temos produtos de Cannabis para condições específicas, como epilepsia refratária, mas o ensino sobre o SEC nas universidades ainda é limitado. A situação só mudará com a expansão do mercado de produtos derivados da Cannabis”, disse. 

CBCann 2024: percepções dos participantes sobre 

Os participantes do CBCann 2024 compartilharam suas reflexões sobre o impacto do congresso e as necessidades futuras na área da endocanabinologia.

Lia Steinberg, especialista em medicina de família e comunidade e medicina física e reabilitação, destacou a importância de espaços como esse para aprofundar o conhecimento e estreitar relações na área.

Segundo ela, “é fundamental aprofundarmos nossos conhecimentos e nossas relações. Os pacientes estão avançando cada vez mais rápido no entendimento do tratamento. Muitos buscam a Cannabis medicinal como uma alternativa ou complemento, e isso ocorre a um ritmo muito mais rápido do que os médicos estão preparados para acompanhar”, reflete. 

 

 

Wilson Lessa Jr. enfatizou o papel educacional do congresso: “Este espaço serve para formar multiplicadores. O objetivo é sair daqui e levar o conhecimento para universidades e para os colegas. O mais importante é disseminar o conhecimento, observando experiências de fora e de quem está nesse campo há mais de dez anos.”

Por fim, o Dr. Guilherme Marques, dermatologista, ressaltou a relevância do congresso para a integração de diferentes áreas: “Somos um ecossistema relativamente pequeno, mas com grande impacto e interesse de diversas áreas multidisciplinares. Consolidar isso em um espaço como este é extremamente positivo e reforça nossa importância.”

Essas reflexões sublinham não apenas a importância do congresso em promover a troca de conhecimento e experiências, mas também a necessidade contínua de atualização e integração de práticas na área da Endocanabinologia.

Importante!

No Brasil, o uso de Cannabis medicinal é permitido. Entretanto, somente com a recomendação e prescrição de um profissional de saúde capacitado. Caso esteja considerando iniciar um tratamento com Canabinoides, é fundamental consultar um especialista experiente no assunto.

Para facilitar, nossa plataforma oferece acesso a centenas de profissionais qualificados em Cannabis medicinal. Acesse aqui.  

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