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CBD pode ser nova estratégia de prevenção para declínio cognitivo

CBD pode ser nova estratégia de prevenção para declínio cognitivo

Novos estudos reforçam o potencial da Cannabis na prevenção do declínio cognitivo associado ao envelhecimento

Publicado em

23 de junho de 2025

• Revisado por

Jornalista e editor especializado em Comunicação e Saúde, pós-graduando em Drogas, Sociedade e Práticas Educativas. Escreve sobre ciência e sobre o uso da Cannabis na saúde humana e animal. É também fundador da Editora Vista Chinesa, onde publicou livros como “A História da Cannabis em Quadrinhos” e “Mila”.

CBD pode ser nova estratégia pode prevenção para declínio cognitivo

O declínio cognitivo é um processo natural do envelhecimento que afeta quase todas as pessoas em maior ou menor grau. Com o passar dos anos, é comum ter mais dificuldade para lembrar nomes, identificar objetos, recordar lugares ou realizar várias tarefas ao mesmo tempo.

Atualmente, não existem medicamentos aprovados que impeçam totalmente essas perdas cognitivas. Por isso, cientistas de todo o mundo buscam alternativas seguras que ajudem a retardar esses efeitos, mantendo a qualidade de vida dos idosos por mais tempo.

Um estudo publicado na revista Frontiers in Aging Neuroscience traz novas perspectivas para quem quer proteger o cérebro do declínio cognitivo associado à idade. Pesquisadores do Canadá observaram que o canabidiol (CBD) — um dos principais compostos da planta Cannabis — pode ajudar a manter a memória mais ativa e reduzir sinais de inflamação no cérebro de camundongos idosos.

Como foi feito o estudo: memória, equilíbrio e coordenação motora

No experimento, os cientistas dividiram os animais em dois grupos: um recebeu o CBD misturado a uma pequena porção de creme de avelã (para garantir a ingestão total da dose) e o outro grupo recebeu apenas o creme com óleo vegetal, servindo de controle.

Os camundongos começaram a receber o CBD por via oral diariamente durante seis meses, iniciando o tratamento aos 14 meses de vida — o equivalente à meia-idade em humanos — e foram acompanhados até os 21 meses, uma fase considerada idosa para essa espécie.

Para avaliar os efeitos do CBD no declínio cognitivo, os animais passaram por uma série de testes comportamentais clássicos na neurociência:

  • Reconhecimento de objeto novo: verifica se o animal lembra de um objeto visto anteriormente, medindo sua curiosidade por novidades.
  • Morris Water Task: um labirinto aquático que avalia a memória espacial, nesse caso, a capacidade de lembrar a localização de uma plataforma submersa.
  • Balance Beam: mede equilíbrio e coordenação motora, funções que também podem se deteriorar com a idade.
  • Condicionamento de medo discriminativo: avalia a memória associativa, testando se o animal diferencia um ambiente seguro de outro onde sofreu um estímulo desagradável (um leve choque).

Duas pessoas idosas jogando baralho

CBD: uma alternativa promissora para retardar os efeitos do declínio cognitivo

Os resultados foram animadores para quem se preocupa com o declínio cognitivo na velhice:

  • Melhora na memória: os animais que receberam CBD exploraram os objetos novos por mais tempo, indicando melhor capacidade de lembrança. Além disso, no labirinto aquático, o grupo tratado com canabidiol passou mais tempo na área onde ficava a plataforma oculta, demonstrando memória espacial preservada.
  • Redução da inflamação: análises dos cérebros mostraram menor presença de sinais inflamatórios no hipocampo — região crucial para a formação de memórias — e no córtex pré-frontal, área relacionada à atenção e tomada de decisões.
  • Sem prejuízo motor: o uso prolongado de CBD não prejudicou o equilíbrio nem a coordenação motora dos animais, sugerindo segurança em tratamentos prolongados.

Como o CBD atua contra o declínio cognitivo

De acordo com os autores, o principal benefício do canabidiol é reduzir a inflamação do cérebro — um fenômeno frequente no envelhecimento, chamado “inflammaging”. Nessa fase da vida, células de defesa como astroglia e microglia podem ficar hiperativas, liberando substâncias inflamatórias que prejudicam as conexões entre os neurônios, comprometendo a memória e outras funções mentais.

O CBD atua regulando essa resposta inflamatória, reduzindo a hiperatividade dessas células. Além disso, estudos anteriores sugerem que o canabidiol pode aumentar os níveis de adenosina — uma molécula que modula o sono, a dor e a inflamação — ao bloquear proteínas que normalmente a degradam. Com mais adenosina disponível, os receptores cerebrais são ativados para conter processos inflamatórios.

Outro destaque do estudo é que o CBD parece estimular a formação de novos neurônios no hipocampo — um processo chamado neurogênese adulta — essencial para manter a memória em bom funcionamento com o passar dos anos.

Com CBD, prevenção é o melhor caminho

Vale ressaltar que o tempo de tratamento nos camundongos seria equivalente a 10 ou 20 anos de vida humana, indicando que o CBD pode ter um papel mais preventivo do que curativo no declínio cognitivo.

Além disso, os autores sugerem que extratos de Cannabis que combinem CBD, THC (em doses controladas) e terpenos podem apresentar resultados ainda melhores, graças ao chamado “efeito entourage” — quando várias substâncias da planta atuam em conjunto, potencializando os efeitos benéficos. Entretanto, esse fenômeno ainda precisa de confirmação em ensaios futuros.

Apesar dos resultados promissores, os próprios cientistas enfatizam que é preciso cautela: o estudo foi realizado em animais de laboratório, e ainda não se sabe se os efeitos serão os mesmos em humanos.

transtorno cognitivo jogos

Os compostos da Cannabis e seus efeitos neuroprotetores

Este estudo fortalece o uso do CBD como uma alternativa para quem busca prevenir ou retardar o declínio cognitivo ligado ao envelhecimento, ajudando a preservar a memória e a saúde do cérebro por mais tempo.

Pesquisas anteriores já indicavam o poder neuroprotetor dos canabinoides. Focando em pessoas com Alzheimer, pesquisadores espanhóis observaram que o CBD estimula a neuroplasticidade, ajudando neurônios a recuperar ramificações e a formar novas conexões.

Estudo de longo prazo sobre medicamentos à base de Cannabis também indicam que os canabinoides não impactam negativamente o funcionamento do cérebro. Entre os compostos mais conhecidos, o ∆9-tetrahidrocanabinol (THC) apresentou um efeito neuroprotetor mais potente do que o CBD em alguns casos.

Como iniciar um tratamento com medicamentos à base de Cannabis

Enquanto novas pesquisas em humanos ainda estão em andamento, a recomendação é conversar com um profissional de saúde antes de usar qualquer medicamento à base de Cannabis, da forma que a regulação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exige.

Portanto, para iniciar um tratamento com derivados da planta, obtenha a orientação de médicos experientes nesse tipo de prescrição. Acessando a plataforma de agendamento do Cannabis & Saúde, você pode marcar uma consulta presencial ou por telemedicina com profissionais de diferentes especialidades, todos preparados para avaliar o seu caso e recomendar o melhor caminho.

Então, se quiser experimentar os benefícios da Cannabis, faça de forma segura e responsável: agende uma consulta.

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