Você escova os dentes como manda o protocólo, evita doces, não tem cáries e vai regularmente ao dentista — mas seus dentes parecem mais curtos, trincados ou desgastados. Se você é jovem e se identificou com essa situação, pode estar entre os milhares de brasileiros afetados pela Síndrome do Envelhecimento Precoce Bucal (SEPB) — uma condição silenciosa, pouco discutida, mas cada vez mais comum. A boa notícia? A Cannabis Medicinal desponta como uma aliada terapêutica promissora nesse cenário.
Síndrome do envelhecimento precoce bucal: o que é a SEPB e por que ela merece atenção?
Segundo o Ministério da Saúde, a SEPB é caracterizada por um desgaste dentário acelerado, incompatível com a idade do paciente — ou seja, a “idade da boca” é mais avançada que a idade biológica. O problema pode surgir mesmo em pessoas com excelente higiene bucal.
Conforme o Manual das Doenças Não Cariosas e da Síndrome do Envelhecimento Precoce Bucal (2024), fatores como bruxismo, distúrbios do sono, ansiedade, refluxo gástrico e estresse crônico estão entre as principais causas. Todos esses elementos têm algo em comum: podem ser modulados pelo Sistema Endocanabinoide (SEC) — e é justamente aqui que a Cannabis entra em cena.
Especialistas apontam: Cannabis na odontologia é um caminho natural
O uso terapêutico de canabinoides como CBD, THC e CBG na odontologia ainda é recente no Brasil, mas o campo vem ganhando respaldo científico.
“A Cannabis tem propriedades analgésicas, ansiolíticas e anti-inflamatórias, o que a torna uma candidata importante no cuidado bucal integrativo”, destaca a cirurgiã-dentista Dra. Alethéia Buosi Pablos, diretora do Núcleo de Odontologia da Associação Panamericana de Medicina Canabinoide (APMC).
Ela explica que os canabinoides interagem diretamente com receptores do sistema nervoso, imunológico e também com os tecidos orofaciais, o que pode oferecer benefícios reais em quadros complexos como a SEPB.
Dra. Ketsia Bezerra Medeiros explica a SEPB e o papel dos canabinoides no tratamento
Professora da Vigo Academy e referência em odontologia canabinoide no Brasil, a Dra. Ketsia Bezerra Medeiros acompanha de perto a evolução dessa abordagem clínica. Em entrevista, ela compartilha sua experiência e faz um alerta importante sobre o cenário atual
Quais são os principais sinais e causas da SEPB? E como essa condição afeta a saúde geral?
A SEPB está aparecendo cada vez mais nos consultórios, especialmente depois da pandemia de COVID-19. Aumentaram os casos de bruxismo e apertamento, que são as principais causas, mas não as únicas. O desgaste dentário — antes mais comum em idosos — agora atinge jovens de forma significativa. Além da diminuição do tamanho dos dentes, vemos lesões cervicais não cariosas, retrações gengivais, sensibilidade extrema e até perda óssea precoce. A xerostomia (boca seca) também se destaca, muitas vezes causada pelo uso precoce de medicamentos como ansiolíticos e antidepressivos.
E quanto ao uso de Cannabis nesses casos? Há benefícios comprovados?
Sim. O CBD, por exemplo, é eficaz no tratamento da ansiedade — o que ajuda diretamente no controle do bruxismo. Ele também pode estimular a salivação, combatendo a boca seca. O THC contribui no alívio da dor e relaxamento muscular. Já o CBG é um canabinoide promissor, com ação anti-inflamatória e antimicrobiana útil em casos de gengivite e até em reparações ósseas.
Quando bem indicados, os fitocanabinoides são seguros, eficazes e ampliam muito o alcance terapêutico do dentista.
Um novo olhar para a saúde da boca — e para a formação do dentista
A Dra. Ketsia também chamou atenção para um gargalo grave na odontologia brasileira: a formação acadêmica.
Para preencher essa lacuna, a professora integra o corpo docente da Vigo Academy, que está formando dentistas com base científica, segurança clínica e respaldo legal para prescrever canabinoides.
Curso exclusivo | Domine a prescrição segura de Cannabis na odontologia
A Vigo Academy está com inscrições abertas para o curso “Medicina Canabinoide na Prática: Da Teoria à Prescrição Segura”, desenvolvido especialmente para cirurgiões-dentistas.
Datas: 1, 2 e 3 de julho
Horário: das 19h às 22h (ao vivo e online)
Formato: teoria, legislação e discussão de casos clínicos reais
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