A associação de pacientes Santa Cannabis, de Florianópolis, Santa Catarina, recebeu autorização da Justiça Federal para cultivar Cannabis para fins medicinais. Essa decisão é inédita na região sul do país e vai garantir o tratamento das 3400 famílias atendidas.
Depois de 4 anos de atuação, a justiça deu o direito à Santa Cannabis de cultivar as plantas, produzir medicamentos, importar sementes e realizar pesquisas. O fundador da associação, Pedro Sabaciauskis, falou com o Cannabis & Saúde sobre esse marco.
Avó com Parkinson motivou a criação da Santa Cannabis
Pedro fundou a Santa Cannabis pensando em tratar a avó, que tem Parkinson, e também inspirado no trabalho de outras associações.
“Começou com uma necessidade pessoal da minha vó que tem Parkinson. Vimos resultado e inspirado por outras associações resolvemos montar a Santa. Nos inspiramos nas primeiras como Abracam, Abrace, Abracannabis, Apepi, ama+me, Cultive e também nas nossas contemporâneas, como Maria Flor, Flor da Vida, Amme, Liga Cannabica, Mãesconhas, Curapro, ACCURA…”
Além do medicamento em si, a associação também oferece curso de cultivo e extração de Cannabis para fins medicinais, faz o acolhimento dos pacientes e ainda tem um podcast.
Problemas com as autoridades
Agora, com o respaldo jurídico, a associação pretende continuar atendendo as 3400 famílias e expandir esse número. No entanto, a Santa Cannabis passou por problemas com as autoridades locais, como lembrou Pedro:
“Tivemos 3 colaboradores presos e 700 e plantas arrancadas. Mas, graças ao nosso jurídico e ao nosso trabalho bem feito, conseguimos superar de forma rápida e com pouco trauma, apesar das plantas terem sido inutilizadas.”
Pedro Sabaciauskis, fundador da Santa Cannabis
Cannabis no SUS
Com a visão de quem atende pacientes e suas famílias desde 2019, Pedro vê com ressalvas a onda de estados aprovando leis para distribuição de medicamentos com Cannabis pelo SUS. Ele acredita que a produção nacional seria mais vantajosa para o sistema como um todo:
“Acho uma movimentação de reconhecimento público, porém perigosa. Pois abre brecha pra o mercado internacional sangrar o pouco dinheiro do SUS e usar os nossos pacientes para financiar o mercado internacional de CBD, que nesse momento está em baixa, com estoques sobrando e prazos de validades pra vencer. E querem descarregar aqui ao preço de dólar com o câmbio alto, frete alto e fazer uma reserva de mercado em detrimento do possível mercado nacional. E o pior, disfarçado de “boa ação” gerando margem pra lobby e caixa dois pra político corrupto. Isso sim é um crime maior que plantar Cannabis.”
Você também pode usar a Cannabis com fins medicinais e é muito fácil. O primeiro passo é marcar uma consulta com um médico prescritor da nossa plataforma de agendamentos. Lá, você encontra mais de 200 profissionais de diversas especialidades que são capacitados para te orientar rumo a mais qualidade de vida e bem-estar.
