O julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que poderia descriminalizar a maconha no Brasil criou uma expectativa por esse avanço na legislação brasileira. Parado há oito anos, a retomada desse julgamento está marcada para a próxima quinta-feira, 1º de junho, e o placar contabiliza 3 votos favoráveis à descriminalização.
Existem um debate em curso no país com argumentos contra e a favor da descriminalização e existe também um caminho para que essa discussão tenha os dois pés na realidade: analisar países que já descriminalizaram a Cannabis.

Supremo Tribunal Federal
No Canadá, a maconha é regulamentada para uso adulto desde 2018. Quer dizer que, desde então, existem estabelecimentos específicos para comprar maconha e produtos relacionados, como flores, concentrados, comestíveis e bebidas com canabinoides. Consequentemente, o consumo aumentou e pesquisadores analisaram o impacto da legalização sobre o consumo abusivo de maconha no país.
Dados sobre abuso de maconha no Canadá
O estudo Patterns of problematic cannabis use in Canada pre- and post-legalization colheu dados através de formulários online com o objetivo de identificar alterações no número de pessoas com uso problemático da maconha. A pesquisa aconteceu no ano antes da legalização (em 2018) e após (2019 e 2020) e abrangeu pessoas de 16 a 65 anos. O uso era classificado como de alto, médio ou baixo risco para abuso.
Mesmo com a maior oferta de produtos com Cannabis, a porcentagem de pessoas consideradas com alto risco de abuso não se alterou nesses anos, ficando abaixo de 2% dos participantes.

Os pesquisadores concluíram destacando também que a condição socioeconômica da pessoa também interfere no potencial para abuso, levantando que a dependência é uma questão social além de física.
“No geral, no período inicial após a legalização no Canadá, os níveis de uso problemático mudaram muito pouco no nível da população. Diferenças modestas nas pontuações de risco de uso problemático foram observadas com base em vários indicadores socioeconômicos, bem como raça/etnia. Pesquisas futuras devem continuar a monitorar a prevalência de indicadores problemáticos de uso de Cannabis, mantendo esses fatores em mente para garantir que quaisquer possíveis desvantagens da legalização não afetem desproporcionalmente as populações marginalizadas.”
Venda de flores chegou a 4,5 bi por ano
Em 2022, as vendas de flores de Cannabis no Canadá somaram 4,52 bilhões de dólares canadenses (cerca de R$16,6 bi). Comparado ao ano anterior, foi um aumento de 18% nas vendas sem incluir produtos para uso medicinal. O acesso a esse tipo de produto acontece pelas lojas credenciadas, são mais de 3,7 mil lojas no país. Além disso, o delivery de maconha em algumas províncias e feito na plataforma Uber Eats.
O mercado canadense possui empresas listadas na bolsa de valores e com operações em diversos países. No entanto, os preços oscilaram para baixo nos últimos anos.

Acompanhamento do governo
A Health Canada, o equivalente ao nosso Ministério da Saúde, monitora os indicadores relacionados ao consumo de Cannabis e disponibiliza essas informações em seu site. Essas informações servem para a inspiração para a criação de novas políticas e programas de educação no país. Eles estimam que 19% dos adultos usa Cannabis regularmente.
Na pesquisa de 2022, o órgão perguntou, por exemplo, os efeitos que o uso regular de Cannabis tinha na vida das pessoas. Os participantes responderam que a maconha é muito benéfica principalmente para qualidade de vida e saúde mental. Quanto a performance no trabalho ou nos estudos e na vida familiar, os canadenses não perceberam tanto impacto.

Uso medicinal da Cannabis
A regulamentação do uso medicinal da Cannabis no Canadá completou 20 anos. Por lá, cerca de 400 mil canadenses são pacientes com cadastro de que utilizam canabinoides, o que significa mais ou menos 1% da população adulta do país.
Nesse sentido, o Brasil já possui regulamentação mais definida para quem quer começar um tratamento com Cannabis. Então, se você quiser começar a usar a planta para tratar uma condição de saúde, o primeiro passo é marcar uma consulta na nossa plataforma de agendamentos. Lá você encontra profissionais de diversas especialidades que são experientes na recomendação de produtos com canabinoides. Marque já uma consulta.
Uber Eats e Leafly anunciaram uma parceria para um serviço de delivery de Cannabis no Canadá. A partir do dia 18 de abril, os usuários do app de entregas vão poder pedir produtos com Cannabis e recebê-los na porta de casa.
A província da Colúmbia Britânica vai seguir uma tendência que começou em Toronto. Por lá, o serviço de delivery de Cannabis por dispensários credenciados está em funcionamento desde outubro de 2022. Em ambas as cidades, a plataforma Leafly contribui com a curadoria dos melhores dispensários e produtos.

O serviço estará disponível para adultos com mais de 19 anos e os entregadores serão autorizados pelos órgãos reguladores locais e também pelos dispensários.
Cannabis com mais segurança, sem sair de casa
Desde 2018, a Cannabis é regulamentada para uso adulto no país. Nesse sentido, a província da Colúmbia Britânica é um grande mercado, por ser a terceira mais populosa do Canadá, onde fica a cidade de Vancouver, a maior da região.
No anúncio da parceria, o CEO do Leafly, Yoko Miyashita, celebrou o acordo e disse que os consumidores vão sair ganhando com o novo serviço.
“A Leafly vem capacitando o mercado de Cannabis no Canadá há mais de quatro anos e apoiamos mais de 850 varejistas de Cannabis na Colúmbia Britânica. Estamos entusiasmados em trabalhar com o Uber Eats, para ajudar os varejistas licenciados a levar maconha segura e legal para pessoas, em toda a província.”

Um dos gerentes do Uber Eats no Canadá, Klaas Knieriem, acredita que o serviço pode evitar acidentes de trânsito.
“Mais pessoas estão acessando Cannabis legal do que nunca. Estamos fazendo parceria com líderes do setor, como a Leafly, para ajudar os varejistas a oferecerem opções seguras e convenientes, para que as pessoas na Colúmbia Britânica comprem Cannabis legal, com entrega diretamente em suas casas. Isso ajudará a reduzir a condução sob efeito da substância e melhorar a segurança rodoviária” disse Klaas.
4 Dispensários disponíveis
Inicialmente, quatro dispensários estarão disponíveis para o serviço de entrega. Os consumidores poderão adquirir flores, concentrados, cigarros pré-enrolados, comestíveis, vapes e cremes para uso tópico. São eles:
Aqui no Brasil, é possível ter acesso aos produtos com canabinoides apenas com recomendação médica. Portanto, se você quer começar um tratamento utilizando a Cannabis, é muito fácil: basta marcar uma consulta com um médico prescritor de canabinoides, acessando a nossa plataforma de agendamentos. Lá, você encontra mais de 200 profissionais capacitados para avaliar o seu caso e recomendar a melhor terapêutica possível.
Na América do Norte, mais especificamente nos EUA e no Canadá, o vape é uma das categorias de produtos com Cannabis mais procurada. Sendo o segundo produto mais consumido no mercado estadunidense e o terceiro no canadense, foram os fregueses mais jovens os que mais compraram esse tipo de item.
De acordo com pesquisa divulgada pela Headset, empresa de dados e inteligência voltada para o mercado de Cannabis, nos EUA os vapes possuem 23,6% do mercado nos estados onde o uso adulto é regulamentado, atrás apenas das flores. Já no Canadá, são responsáveis por 17,1% do mercado, perdendo para as flores e os cigarros pré-enrolados.

Flores seguem sendo o produto preferido de Cannabis nos EUA e Canadá
Vape é o produto com Cannabis preferido dos mais jovens
Grande parte do destaque que esse tipo de produto recebeu vem da preferência dos consumidores mais jovens ao vape. Nos EUA, são os millenials (nascidos entre 1980 e 1994) e a geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) que escolheram os vapes de Cannabis como a forma favorita de consumir a planta.
No país vizinho, no Canadá, os dados são similares e esse público, que já tinha demonstrado interesse nos cigarros eletrônicos com nicotina, abraçaram o vape de Cannabis. Provavelmente, esse crescimento será contínuo à medida que esse público envelhece.

Os fabricantes de vapes e cigarros eletrônicos afirmam que eles oferecem menos riscos à saúde. Por outro lado, mesmo que menos letal que um cigarro convencional, existem riscos à saúde comprovados por estudos. Assim, países como o Brasil proíbem a venda desse tipo de item. Desde 2009 a Anvisa proíbe a comercialização e importação de qualquer dispositivo eletrônico para fumar, o que engloba o vape e o cigarro eletrônico.
Vape não é medicinal
Os vapes são dispositivos eletrônicos que aquecem um líquido, gerando um vapor contendo os canabinoides. Porém, além dos canabinoides, outros produtos químicos potencialmente tóxicos compõem esse fluído e chegam aos pulmões.

Os vapes de Cannabis são um segmento que está em pleno crescimento nos mercados dos EUA e Canadá. Tanto os vapes quanto os cartuchos de recarga são dos itens mais procurados, superando a procura por comestíveis, concentrados e óleos nesses países.
É diferente dos vaporizadores de ervas secas, que são os dispositivos mais recomendados para o consumo das flores de Cannabis. Os vaporizadores são capazes de entregar doses terapêuticas ao pacientes, diferente dos cigarros eletrônicos.
Se você quer iniciar um tratamento com Cannabis, não pode usar o vape. Porém, há outra alternativas como o óleo, pomadas e as flores secas disponíveis legalmente. Aqui na nossa plataforma de agendamentos você pode marcar uma consulta com um médico prescritor que pode recomendar o produto mais adequado para o seu caso.
Em 2018, o Canadá foi o segundo país do mundo a regulamentar a Cannabis para uso adulto, os primeiros foram nossos vizinhos do Uruguai. De acordo com reportagem publicada pela CTV, desde então os canadenses já perderam C$131 bilhões investindo no mercado legal por lá.
Por outro lado, cada vez mais consumidores no país compram seus produtos com Cannabis do mercado legal. Segundo pesquisa feita pelo próprio governo canadense, em 2022, 61% dos usuários de Cannabis, medicinal ou não, compraram de lojas com licença contra 53% em 2021. Há explicação para um mercado em expansão que dá tanto prejuízo?

Quando o mercado está em tendência de baixa, ganha o apelido de bear market
Indústria reclama dos impostos
A alta arrecadação de impostos da Cannabis, que desperta o interesse de políticos de vários lugares, é motivo de queixa do Conselho de Cannabis do Canadá (C3). O grupo divulgou comunicado pedindo por mudanças na taxação dos produtos. Para eles, os impostos cobrados sobre as empresas do mercado legal estão pressionando os preços para cima, levando os consumidores a buscar o mercado ilegal.
Na média, para cada grama de flor seca vendida o governo recolhe C$1 em impostos e os dispensários cobram a partir de C$3,50 nesse produto. O que é alto se comparado com os impostos do cigarro, que ficam na faixa de C$0,35 a C$0,18 dependendo da província. Porém, essa justificativa perde força com o aumento no número de canadenses que optam pelo mercado legal.
Mercados em euforia
No Canadá, a regulamentação da Cannabis para uso adulto levou também a uma série de empresas do ramo com ações negociadas na bolsa de valores local. A abertura desse mercado empolgou investidores de todo o mundo, inclusive do Brasil, a buscar retorno financeiro. Após a euforia inicial, o preço das ações se estabilizou em um patamar muito mais baixo do que o do momento da abertura.
Ainda assim, o último momento eufórico sobre as ações da Cannabis veio com a eleição do presidente dos EUA, Joe Biden. Acreditava-se na época que ele impulsionaria a indústria com regulações favoráveis, o que não aconteceu.
Aqui no Brasil, é possível investir em empresas de Cannabis do Canadá e de outros países através de cotas em fundos de investimento. No entanto, o principal fundo atuante nesse mercado registrou queda de 70% em 2022, o que também aconteceu em 2021, só que com queda de 15%.
Ou seja, o mercado da Cannabis segue sendo de alto risco e para entrar nele é importante tolerar perdas. Os investimentos via fundos e ações não necessariamente contribui para o aumento da produtividade das empresas, muitas vezes é apenas especulativo ou um golpe, como foi o escândalo Juicy Fields.
A partir desta segunda-feira, 17/10, os clientes da maior cidade do Canadá, Toronto, poderão pedir Cannabis pela plataforma de delivery Uber Eats. Assim, pessoas com 19 anos ou mais poderão solicitar produtos para uso medicinal ou não pelo app de entregas e recebê-los sem sair de casa.
Inicialmente, três redes de dispensários estarão incluídas no serviço: Hidden Leaf, Minerva e Shivaa’s Rose. Porém, as entregas serão feitas pela equipe de cada loja e não por um motorista independente, como ocorre nas entregas convencionais da plataforma Uber Eats. Isso será necessário porque o entregador vai verificar a idade do cliente no ato da entrega.

Delivery de Cannabis pela plataforma Uber Eats começou a operar em Toronto
Parceria contra o mercado ilegal
A gerente geral da Uber Eats no Canadá, Lola Kassim, disse em entrevista para o portal de notícias Axios que o delivery de Cannabis vai beneficiar os consumidores e incentivá-los a buscar produtos regularizados:
“Estamos em parceria com líderes do setor, como a Leafly, para ajudar os varejistas a oferecer opções seguras e convenientes para as pessoas em Toronto comprarem cannabis legal para entrega em suas casas, o que ajudará a combater o mercado ilegal e a reduzir a condução prejudicada.”
Com a Cannabis disponível no serviço de entregas Uber Eats em Toronto, a rede de dispensários Shivaa’s Rose promete que os produtos chegam até o consumidor em até 1 hora. Desde que a compra some mais do que 45 dólares canadenses, flores, concentrados, óleos, cremes e comestíveis podem ser entregues com extrema agilidade na zona metropolitana de Toronto.

Canadá completa 4 anos da regulamentação
Na mesma data de estreia do serviço de entregas de Cannabis da Uber Eats em Toronto, também celebram 4 anos da regulamentação da planta para todos os usos no país. Sendo o segundo país do mundo a legalizar o uso adulto, depois do Uruguai, os canadenses discutem os benefícios e o desafios da legislação e possíveis ajustes.
Alguns fatos sobre a regulamentação canadense foram compilados pelo portal Business of Cannabis:
- A indústria da Cannabis gerou uma média de mais de 10 mil empregos diretos ao ano e mais de 80 mil indiretos;
- Nos três primeiros anos foram 15 bilhões de dólares canadenses recolhidos em impostos;
- As vendas do mercado legal superam as do ilícito, cerca de 43% dos consumidores optam por dispensários licenciados.
No entanto, o mercado canadense também viveu momentos difíceis, com queda no valor das empresas listadas em bolsa, altos impostos e excesso de produção. Algo esperado para uma indústria nova e que precisa de adaptação.
Aqui no Brasil, o acesso à Cannabis para fins médicos é possível com recomendação médica. Se você quer se tratar com Cannabis, basta marcar uma consulta com um profissional da saúde que prescreva e aqui na nossa plataforma de agendamentos você encontra mais de 200 médicos capacitados para te orientar nesse tratamento.