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“Ele passou a olhar nos meus olhos”: o impacto da Cannabis medicinal na vida de um menino com autismo

“Ele passou a olhar nos meus olhos”: o impacto da Cannabis medicinal na vida de um menino com autismo

Após encontrar alívio com a Cannabis medicinal para lidar com ansiedade e insônia, o educador social Stefano Serafim Leonel decidiu apostar no tratamento também para o filho de 6 anos, diagnosticado com autismo. A mudança trouxe avanços no desenvolvimento do menino e um novo propósito para o pai.

Publicado em

20 de agosto de 2025

• Revisado por

Jornalista e pós-graduada em Filosofia e Literatura, com 13 anos de experiência em comunicação, conteúdo e estratégias digitais. Atuou como repórter, redatora, roteirista, ghost writer e head de conteúdo. Especialista em Thought Leadership e storytelling, acredita no poder das narrativas para conectar pessoas e ideias.

O educador social Stefano Serafim Leonel, de 36 anos, já conhecia de perto os efeitos da Cannabis medicinal. Depois de viver anos de ansiedade, estresse e insônia, encontrou no tratamento à base da planta um caminho para recuperar o equilíbrio e voltar a sentir ânimo.

A melhora que experimentou em si mesmo deu coragem para seguir em frente quando a vida o colocou diante de um desafio ainda maior: buscar alternativas para o filho de 6 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), nível dois de suporte e não verbal. Para preservar sua identidade, vamos chamá-lo de Lucas.

A busca por alternativas

A família começou o tratamento de Lucas com um óleo de CBD isolado, prescrito por uma médica. Mas os efeitos esperados não vieram de imediato.  A virada veio quando procuraram outro médico, que indicou um óleo full spectrum. “Foi aí que vimos as primeiras mudanças. Antes, ele se batia quase todos os dias, se agredia mesmo, sem conseguir se regular. Não olhava nos nossos olhos, parecia não estar ali. Depois do início do novo tratamento, ele começou a focar mais, a dar atenção quando chamamos, a olhar nos nossos olhos”, conta.

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Transformações no dia a dia

Stefano relata que as mudanças não foram imediatas, mas surgiram de forma consistente. Hoje, os episódios de autoagressão são raros e aparecem apenas em momentos de sobrecarga. “Antes era todo dia, agora só se ele estiver muito estressado. O que antes parecia impossível, hoje já acontece: ele olha quando chamamos, presta mais atenção ao atravessar a rua, reage ao que falamos. Isso é uma vitória para a gente.”

A melhora trouxe alívio não apenas para o menino, mas para toda a família. “Não é que ele vá compreender sempre ou responder a tudo o que pedimos, mas agora existe essa abertura, essa conexão que antes não havia. Isso, para nós, já é um avanço enorme.”

Entre a resistência e a escolha

Desde o início, Stefano resistiu a medicamentos como a risperidona, amplamente usada no tratamento de crianças autistas.

“Não critico as famílias que usam, cada um faz suas escolhas. Mas eu via muitas crianças dopadas, como se perdessem a vivacidade. Eu não queria isso para o Lucas. Sempre pensei que esses remédios não traziam um caminho verdadeiro, só deixavam a criança anestesiada. Por isso, fui atrás da Cannabis, pesquisando, conversando com médicos, ouvindo relatos. Foi a melhor decisão que tomamos”, afirma.

Uma rede de apoio

A trajetória de Lucas com a saúde começou cedo. Desde o nascimento, por conta de uma alteração genética que afeta o braço, ele foi acompanhado no Hospital São Paulo, onde recebeu encaminhamentos para diferentes especialidades: fonoaudiologia, psicologia, odontologia. Ao longo dos anos, a família complementou esse cuidado em clínicas particulares, garantindo uma rotina de terapias contínuas.

“É um processo que exige dedicação. Mas seguimos buscando recursos, porque cada avanço dele é uma conquista para todos nós”, diz Stefano.

Caminho em construção

Hoje, com seis anos, Lucas segue em tratamento com o óleo de Cannabis e acompanhamentos multidisciplinares. Para o pai, os avanços não significam apenas resultados clínicos, mas uma nova forma de convivência. “Ele está mais perto da gente, mais atento, mais presente. Isso muda tudo. Não é uma cura, mas é qualidade de vida. É poder ter momentos de conexão que antes eram raros”, resume.

A experiência com a Cannabis — tanto em sua própria saúde mental quanto no cuidado com o filho — inspirou Stefano a dar um novo passo pessoal. Atualmente, ele cursa Psicologia e sonha em criar um espaço de acolhimento para famílias que enfrentam jornadas semelhantes.

“Quero oferecer aquilo que muitas vezes sentimos falta: informação, apoio e acolhimento. A Cannabis abriu essa possibilidade para mim e para o Lucas. Quero que outras famílias também tenham essa chance,” conclui.

Importante!

É importante reforçar que o uso da Cannabis medicinal deve sempre acontecer com acompanhamento médico. No caso de Lucas*, o tratamento é monitorado de perto pelo especialista responsável, que ajusta a dosagem e a formulação conforme a evolução clínica, garantindo segurança e integração com outras terapias.

No Brasil, produtos à base de Cannabis só podem ser obtidos com prescrição e dentro das normas da Anvisa. Para avaliar se esse tipo de tratamento é indicado, é necessário passar por consulta médica.

*Nome fictício utilizado para preservar a identidade do paciente que é menor de idade. 

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Jornalista e pós-graduada em Filosofia e Literatura, com 13 anos de experiência em comunicação, conteúdo e estratégias digitais. Atuou como repórter, redatora, roteirista, ghost writer e head de conteúdo. Especialista em Thought Leadership e storytelling, acredita no poder das narrativas para conectar pessoas e ideias.

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