Aos 77 anos, Maria Helena Braga Caridá vive com Alzheimer em fase inicial. O diagnóstico veio acompanhado dos sintomas típicos: esquecimentos de memória recente e repetição constante de informações. A condição, ainda em estágio leve, não impediu Maria Helena de manter boa autonomia nas tarefas do dia a dia — e, segundo sua filha Jéssica, isso pode estar relacionado à decisão de iniciar precocemente o uso da Cannabis Medicinal.
“Ela começou a usar o CBD há dois anos, com prescrição de um neurologista. Foi ele quem sugeriu a Cannabis já na segunda consulta, o que até me surpreendeu”, conta Jéssica.
Diagnóstico e primeiros passos do tratamento
Segundo a filha, o diagnóstico clínico foi relativamente direto, com base nos sinais clássicos da doença: perda de memória recente, dificuldades com o uso do dinheiro e maior sensibilidade a críticas. A irritabilidade também passou a fazer parte do cotidiano — e foi justamente nesse ponto que o CBD começou a fazer diferença.
“O médico começou com uma dose menor e depois aumentou. Hoje ela toma três gotas de manhã, três à tarde e cinco à noite. Notei que o humor dela ficou mais estável, principalmente em situações de irritação”, conta
Uma escolha médica
Ao contrário de muitos casos em que as famílias recorrem à Cannabis após tentativas frustradas com tratamentos convencionais, Jéssica conta que a introdução do CBD foi uma proposta médica desde o início. “Eu nem tinha pensado nisso. Foi o médico quem sugeriu como primeira abordagem. Durante o primeiro ano, ela usou apenas o CBD. Só depois ele introduziu a donepezila, de 10 mg ao dia.”
Antes disso, houve uma tentativa com outro medicamento — o bromidrato de galantamina — que não funcionou: “Ela tomou um comprimido e passou muito mal, vomitou o dia inteiro, ficou prostrada. Foi horrível. O médico suspendeu logo em seguida.”
Efeitos percebidos: melhora leve e progressão contida
Para Jéssica, os efeitos da Cannabis Medicinal foram sutis no dia a dia, mas importantes. “Como entramos com o óleo logo no começo dos sintomas, talvez por isso eu não perceba uma mudança muito significativa, já que convivo com ela diariamente. Mas acredito que conseguimos conter a progressão. Amigos que passam um tempo sem vê-la costumam comentar que ela está menos repetitiva, o que sugere sim uma melhora — mesmo que leve.”
Além da possível lentidão na progressão da doença, a filha também observa um efeito positivo no humor da mãe. “Ela ainda tem irritabilidade, mas só quando muito contrariada. De modo geral, está mais estável emocionalmente.”
CBD e neuroproteção: o potencial do Canabidiol contra o avanço do Alzheimer
A experiência de Maria Helena, que começou a usar Cannabis Medicinal ainda no início dos sintomas, ganha relevância à luz de estudos que apontam para um possível efeito neuroprotetor do CBD.
Uma pesquisa conduzida por cientistas chineses revelou que o CBD pode ajudar a prevenir a degeneração neural característica do Alzheimer, além de aliviar sintomas já instalados e desacelerar a progressão da doença. Os resultados mostram que o composto foi capaz de neutralizar placas de beta-amilóide (Aβ) — proteínas tóxicas que se acumulam nos neurônios e prejudicam funções como a memória.
Os testes, realizados tanto em células humanas quanto em modelos animais, também indicaram que o CBD contribui para manter níveis saudáveis de proteínas cerebrais essenciais, regula processos inflamatórios e protege as conexões entre os neurônios.
Essas descobertas ajudam a explicar por que intervenções precoces, como a iniciada por Maria Helena, podem ser benéficas. Ainda que os efeitos visíveis do tratamento possam ser sutis, a estabilidade do quadro e a manutenção das funções cognitivas podem estar ligadas justamente a essa ação protetora do CBD no cérebro.
Com o envelhecimento populacional e o aumento dos diagnósticos de Alzheimer, estudos como esse reforçam a importância de considerar alternativas terapêuticas seguras e promissoras, como a Cannabis Medicinal, principalmente quando utilizadas com acompanhamento médico desde os primeiros sinais da doença.
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Dois anos de tratamento, uma visão mais clara
Hoje, com dois anos de uso de Cannabis e um ano de donepezila, Jéssica acredita que a escolha precoce pelo CBD fez diferença. “Talvez o fato de termos iniciado o tratamento rapidamente tenha ajudado a manter a estabilidade. Ela não chegou a usar muitos medicamentos antes. Não vejo uma grande transformação, mas sim um quadro que se manteve sob controle.”
Quando estabilidade é sinônimo de qualidade de vida
Maria Helena segue fazendo suas tarefas diárias com relativa autonomia. “Ela ainda realiza as atividades normalmente. O Alzheimer, com o tempo, vai dificultando coisas como tomar banho ou fazer tarefas de casa, mas por enquanto ela segue conseguindo”, comemora.
Para Jéssica, o uso da Cannabis Medicinal não representa uma cura nem um milagre, mas um instrumento importante para manter a qualidade de vida da mãe: “O que mais percebo é uma estabilidade na condição dela. Não houve uma melhora muito evidente, mas, para quem convive diariamente com o Alzheimer, conseguir conter a progressão já é algo muito importante.”
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