Antes de a Cannabis medicinal fazer parte da rotina da família de Douglas, a relação dele com a planta já era marcada por necessidade, cuidado e tentativa de aliviar o sofrimento de quem ele amava. O interesse surgiu muitos anos antes de ele próprio precisar contar com o auxílio da planta — no período em que acompanhava o irmão mais velho enfrentar uma sequência devastadora de diagnósticos: três tumores cerebrais ao longo da vida.
Foi nesse contexto, em meio a quimioterapias, incertezas e pesquisas feitas em casa, que ele passou a estudar os derivados da Cannabis e entender como ela poderia ajudar a controlar dores e desconfortos.
Mais tarde, quem entrou nesse caminho foi o pai, hoje com 84 anos, diagnosticado com Doença de Parkinson. Ao integrar o uso dos canabinoides como parte da estratégia terapêutica, vieram avanços que surpreenderam a família: redução dos tremores, noites inteiras de sono e mais disposição para viver o dia seguinte.
A história de Douglas com a Cannabis surgiu primeiro no cuidado com o irmão e o pai, até se tornar parte do seu próprio processo de cura.
O dia em que a coluna travou
A hérnia de disco apareceu de repente, abrindo uma crise tão intensa que o deixou de cama por duas semanas, sem conseguir se mover. A primeira consulta foi convencional: corticoides, analgésicos e a sentença de que o próximo passo seria uma cirurgia. Ele recuou.
“Eu disse que queria tentar outras opções antes. Cirurgia na coluna é muito invasiva. Era o último recurso”, relembra.
Sem aceitar aquela alternativa como destino inevitável, Douglas buscou caminhos paralelos: quiropraxia, yoga, pilates, fisioterapia. A meta era simples e enorme: levantar da cama sem dor.
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A releitura das dores
Foi nesse período — corpo travado, rotina interrompida, futuro incerto — que a Cannabis uma opção para ele também.
A princípio, ele buscava apenas um alívio para a coluna. O tratamento, porém, acabou ajudando em outras áreas da vida.
“O canabidiol tirava a dor do momento e também ajudou em outras coisas que eu nem esperava: depressão, ansiedade, sono. Ele equilibra o emocional”, contou.
Douglas não esperava que o tratamento também o ajudaria a lidar com o álcool, que já começava a se tornar um problema. Com o CBD, percebeu mais clareza, menos impulsividade e — nas palavras dele — um retorno ao próprio eixo.
Cinco anos depois, outra vida
Hoje, mais de cinco anos após o início do tratamento, Douglas não sente mais as dores que o levaram ao limite. As terapias complementares continuam fazendo parte da rotina, assim como o contato constante com a natureza. Morando na Praia do Rosa, ele pratica musculação, surf, e faz trilhas e caminhadas na beira do mar.
A soma — atividade física, terapias integrativas, ambiente e canabinoides — reorganizou sua vida de um jeito que, segundo ele, só é percebido quando se olha para trás.
“A gente não nota na hora, mas quando compara com o que era antes, vê o quanto mudou. Dormir bem, comer bem, acordar melhor. Tudo melhora junto.”
O estigma que pesa mais do que a dor
Quando fala sobre preconceito e desinformação, Douglas se apoia no que viu dentro da própria casa — do cuidado com o irmão e com o pai à experiência de enfrentar sua própria dor.
Para ele, o estigma só dura até a dor chegar.
“O preconceito acaba quando a necessidade aparece. Quando você ou um familiar precisa de uma medicina que realmente funciona, não tem argumento que resista.”
A experiência ensinou algo que atravessa gerações na família dele: a Cannabis não transforma só a vida de quem usa, mas de quem cuida — e de quem acompanha o alívio chegar depois de tanto tempo esperando.
Importante!
O uso de medicamentos à base de Cannabis deve sempre ser acompanhado por um médico, que é quem avalia cada caso. Além de indicar a formulação adequada e fazer os ajustes de dose com segurança.
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