Dom tem cinco anos e, como descreve a mãe, é uma criança encantadora, com a compreensão totalmente preservada. As terapeutas confirmam: ele entende tudo. Por muito tempo, não falava. Agora, algumas palavras estão surgindo — letras, números e nomes. A fala dele, ainda não funcional, já começa a ser formada. Cada nova palavra carrega mais do que uma simples combinação de fonemas: é sinal de uma transformação que começou há cerca de dois meses, com o início do tratamento com Cannabis medicinal.
A mãe, Dayane, ainda fala sobre tudo com certo cuidado — sem criar falsas expectativas, mas sem esconder o entusiasmo. “O que mudou foi a consciência do Dom”, resume. “É como se ele estivesse mais presente.”
Um diagnóstico precoce e uma rotina de cuidados
O diagnóstico de TEA veio cedo, por volta de um ano e meio. “O pediatra mediu o perímetro cefálico e achou estranho. Fui pesquisar na internet e uma das primeiras coisas que apareceu foi autismo. Saibia pouca coisa ou quase nada a respeito”, conta a mãe.
Dom evitava o contato visual, não respondia ao nome e não brincava de forma funcional. A confirmação do diagnóstico veio de uma neuropediatra. “Ela percebeu na hora. Na consulta, já saí com encaminhamento para as terapias.”
Desde então, a vida da família se organiza em torno do cuidado com o filho. São cinco sessões de terapia por semana — três na clínica multidisciplinar e duas com nutricionista. Isso porque, além do atraso na fala, Dom tem uma seletividade alimentar severa.
“Ele come só algumas coisas: batata, biscoito de polvilho, pastel de queijo, sucos de caixinha. É muito limitado. Já faz mais de dois anos assim. Nossa maior preocupação é que ele coma melhor e fale de forma funcional.”
Dom ainda faz uso da risperidona, medicação indicada para crianças com TEA, especialmente em casos de agitação intensa. “Ele subia em tudo, não parava. O remédio ajudou a acalmar, mas eu percebi que ele não evoluía. Ficava mais tranquilo, mas sem avanço no desenvolvimento.”
A mãe notou que, embora a risperidona tivesse um efeito calmante, ela não promovia os avanços desejados nas habilidades sociais e cognitivas de Dom, o que a levou a buscar alternativas.
Dayane já conhecia, ainda que de longe, os relatos sobre Cannabis medicinal. Mas a dificuldade de acesso e o desconhecimento mantiveram essa alternativa distante. “Só levei a sério quando conheci a Dra. Carla Mendes, que passou a cuidar do Dom. Ela me explicou com calma e propôs o tratamento.”
Mesmo com medo, Dayane decidiu começar.
As mudanças que vieram com a Cannabis
A primeira dose foi dada em 20 de março de 2025. As semanas seguintes foram de ajustes, testes de dosagem e observação atenta. “A resposta dele foi rápida. Em poucos dias, começaram a aparecer mudanças.”
Dom, que mal vocalizava, começou a falar nomes. Primeiro os da família, depois o da professora. Começou a contar números, falar o abecedário, repetir palavras de forma espontânea.
“Eu sempre orava o Pai Nosso com ele, deixando o final para ele falar, mas ele nunca respondia. Eu fiz isso durante meses, sem resposta. Aí, depois que começamos o tratamento com Cannabis, ele começou a falar o finalzinho de cada palavra. Foi o primeiro impacto que tivemos, um momento que me emocionou muito. Depois, ele começou a falar o nome do meu marido, o nome da Rebeca e até o ‘mamã’, que ele já dizia, mas não quando perguntávamos. Foi a primeira vez que vi o resultado do tratamento de forma tão clara. Esse foi, sem dúvida, o primeiro momento que me deu esperança”
Na escola, os sinais também surgiram
Antes, Dom não mostrava interesse em pintar. Mesmo com um lápis nas mãos, ele apenas rabiscava, sem direção ou intenção. Agora, isso mudou. “Do jeitinho dele, mas com vontade”, diz a mãe. Toda semana, a escola manda um livro com atividades para fazer em casa — e Dom passou a participar: rabisca com mais firmeza, tenta colorir figuras, e se envolve na tarefa. “Antes ele não pintava. Hoje ele pinta”, resume. A professora também percebeu a diferença: Dom tem conseguido permanecer mais tempo sentado, concentrado, mais presente na rotina da sala.
Há pouco tempo, qualquer pequena frustração o fazia sair da sala — e muitas vezes era difícil trazê-lo de volta. Agora, quando se desregula, ele próprio encontra formas de se acalmar: caminha um pouco e retorna para a atividade sem que ninguém precise insistir. “A fono também disse que ele está muito mais atento. Antes precisava sair, agora ele volta sozinho para continuar a demanda”, conta a mãe.
Além desses importantes progressos, o feedback da nutricionista também tem sido positivo: “ele está muito mais calmo, tem se esforçado mais nas tarefas de forma mais espontânea e as sessões estão apresentando mais resultado. Ele está vencendo barrerias”, conta.
A volta à natação — e um novo olhar sobre o filho
Um dos momentos mais emocionantes aconteceu fora da sala de aula ou do consultório. E sim, na piscina. “Ele estava há quase 40 dias sem ir à natação. Quando voltou, parecia outra criança. Estava concentrado, participou das atividades. Fiquei tão surpresa que liguei pro meu marido. Falei: você precisa ver isso”, conta Dayane enquanto reforça o quanto a presença do pai, Marcio, tem sido fundamental nessa jornada.
No parque, pela primeira vez, o Dom foi nos brinquedos sozinho. “Antes, eu tinha que acompanhar em tudo. Dessa vez, ele topou até o carrinho de bate-bate e quis ficar lá, por conta própria. Isso nunca tinha acontecido.”
Pequenos gestos que antes não existiam agora aparecem com frequência. O olhar de Dom, por exemplo, está mais presente. Ele observa mais, sustenta o olhar, parece mais consciente do que acontece à sua volta. “Aqui em casa, cada detalhe é uma conquista. A Cannabis trouxe mais consciência para o Dom. Lugares que antes pareciam desligados agora estão despertando.”
O que vem pela frente
Atualmente, Dom segue com a risperidona apenas à noite. Durante o dia, o tratamento é feito exclusivamente com Cannabis. A médica já prepara a introdução de um segundo composto para complementar os efeitos do óleo full spectrum.
Dayane está otimista. “O que já aconteceu em 40 dias me dá esperança do que pode vir pela frente. Não é milagre. Mas é real. A gente saiu do ponto zero. Agora é seguir em frente.”
A expectativa para os próximos meses é clara: que Dom avance ainda mais na fala e na alimentação. “Ele já mostrou que pode. Falta pouco. Eu espero que ele comece a se expressar de forma funcional e aceite novos alimentos. Isso mudaria tudo.”
Uma escolha feita com cuidado — e amor
Escolher a Cannabis não foi fácil. Exigiu pesquisa, mudança de médico, investimento financeiro e coragem para encarar o novo. Mas, para Dayane, foi uma escolha feita com consciência — e com amor.
“O tratamento convencional ainda tem seu espaço, mas é preciso abrir os olhos para alternativas com menos efeitos colaterais e mais qualidade de vida. Eu não esperava resultados tão rápidos. Mas eles vieram. E agora, a gente vai seguir tentando tudo o que puder para oferecer o melhor ao nosso filho”, finaliza.
Importante!
Por fim, é importante destacar que, no Brasil, o uso legal da Cannabis medicinal só é autorizado mediante recomendação e prescrição de um profissional de saúde habilitado. Se você está considerando iniciar um tratamento com canabinoides, é indispensável buscar a orientação de um especialista com experiência na área.
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