A campanha “Março Roxo” tem como objetivo destacar a importância da conscientização sobre a epilepsia, uma condição neurológica que afeta um grande número da população global.
De acordo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 50 milhões de pessoas em todo o mundo enfrentam essa condição. No cenário brasileiro, o Ministério da Saúde aponta que 25% dos casos de epilepsia são diagnosticados como graves, impactando consideravelmente a qualidade de vida dessas pessoas.
Para falar sobre o tema, conversamos com a médica neurologista, Dra. Christina Funatsu Coelho, que abordou diversos tópicos sobre epilepsia, incluindo os desafios na identificação de crises, a importância do diagnóstico precoce e as propriedades terapêuticas da Cannabis no tratamento.
Março Roxo: os mitos e desafios que envolvem a epilepsia
Ao abordar a importância do conhecimento sobre a epilepsia, a neurologista destaca alguns desafios enfrentados tanto na identificação de crises, quanto alguns equívocos que ainda rondam o tema.
“O impacto do preconceito e do medo das pessoas em relação à epilepsia pode afetar as relações sociais dos pacientes. Além disso, o excesso de proteção e a supervisão exagerada podem limitar o desenvolvimento dos mesmos. É preciso que haja um equilíbrio entre autonomia e na compreensão das diferentes situações relacionadas à epilepsia.”
Diagnóstico precoce e sinais de alerta
“O diagnóstico precoce não se limita simplesmente à identificação, mas abrange a precisa seleção da medicação. Cada episódio epiléptico desencadeia despolarizações anormais, comportamentos indesejados nas células neuronais, resultando em um desgaste anormal e, eventualmente, na morte celular. Embora essa morte celular possa não ser imediatamente perceptível, ao longo do tempo, as perdas acumulativas podem manifestar-se em deficiências cognitivas ou motoras”, explica
Nesse sentido, de acordo com a médica, o diagnóstico precoce e preciso visa mitigar esses danos, proporcionando a escolha adequada de medicamentos para enfrentar cada tipo de crise, prevenindo assim a formação de cicatrizes neurológicas invisíveis e preservando a qualidade de vida do paciente.
“Crianças com autismo apresentam uma propensão maior a crises epilépticas, muitas vezes não perceptíveis, que podem superar as alterações comportamentais evidentes. Doenças neurológicas em qualquer pessoa, também demandam atenção. Crianças com desenvolvimento inadequado podem manifestar sinais por meio de falhas na atenção e lacunas no entendimento na vida escolar, por exemplo.
De acordo com a especialista, crises repetitivas podem resultar em:
- Alterações comportamentais
- Distúrbios do sono,
- Irritabilidade
- Dificuldades de aprendizado
Embora a avaliação neuropsicológica e eletroencefalográfica seja uma prática comum, Dra. Christina destaca a importância da história clínica, ressaltando que nem todos os pacientes com sinais indiretos obrigatoriamente precisam ser investigados, mas podem apontar para casos mais complexos que exijam uma abordagem específica.
As propriedades terapêuticas da Cannabis para o tratamento de epilepsia
“O tratamento da epilepsia envolve a seleção de medicamentos com base na classificação das crises e síndromes epilépticas. Precisamos considerar fatores como idade, exame de imagem e condições clínicas do paciente.
A médica reforça a escolha do Canabidiol devido a sua ação semelhante a bloqueadores de cálcio e sódio, estabilizadores de membrana e seu impacto no sistema endocanabinoide.
“O sistema endocanabinoide, pouco conhecido anteriormente, é um sinalizador essencial que responde à lesão celular, liberando substâncias semelhantes à cannabis. A administração de Canabidiol exógeno atua de maneira direcionada, equilibrando e promovendo menos efeitos colaterais comparativamente às medicações mais difusas, que podem ligar indiscriminadamente em todo o organismo”, ressalta
Além disso, destaca-se sua capacidade de lidar com a ansiedade associada à epilepsia, proporcionando uma abordagem global e natural no tratamento.
“O tratamento com Cannabis, embora promissor, requer uma abordagem cuidadosa e personalizada. A Dra. Christina destaca a necessidade de administração precisa do Canabidiol, considerando as variações nas características do paciente”, alerta a neurologista
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