Selecionamos aqui nesta matéria os melhores momentos da live de ontem com o Dr. Vinícius Mesquita.
A live de ontem do Portal Cannabis & Saúde pode ser vista na íntegra aqui neste link direto para o nosso canal no YouTube.
“A polifarmacia é uma crise moderna, porque é moderno o desenvolvimento científico. Se tudo der certo no futuro, o desenvolvimento científico vai estar mais em ponta ainda. E este pico atual nos trouxe o aumento da expectativa de vida da população. Então com pessoas ficando mais idosas e desenvolvendo patologias características da idade, surge a necessidade de abordar um dois ou mais sistemas que trazem diversos sintomas. E aí nisso pode aumentar a chance de estar incorrendo a uma polifarmacia. Ou seja, usar quatro ou mais medicamentos ao mesmo tempo tão presente na nossa realidade”, explicou Dr. Vinicius sobre a polifarmacia.
Os riscos reais da polifarmacia
A live com o Dr. Vinícius Mesquita trouxe muitos esclarecimentos sobre os riscos da polifarmacia. Esta crise da saúde moderna é caracterizada pelo uso rotineiro e concomitante de quatro ou mais medicamentos (com ou sem prescrição médica) por um paciente.
“Conforme você aumenta a quantidade de substâncias que vão gerar outras substâncias aumenta-se também o risco de ocorrer qualquer tipo de interação. Ela pode ser de reforço de um ou de outra, ou de anular um ou outra. No melhor dos casos isso sem provocar nenhum tipo de outra consequência por exemplo intoxicação. Uma overdose. Mas pode também aumentar o risco de desenvolvimento de alergias. Então são riscos reais, são riscos que inviabilizam muitas vezes o tratamento de um ou de outra parte que estava se tentando curar. E pior pode levar a um risco de vida. Caso haja medicações que vão aumentar os efeitos deletérios ou anular funções vitais que nos mantêm vivos”, explicou Dr. Vinícius.
A ignorância e a falta de conhecimento são muito prejudiciais à saúde
Com muitas interações e informações de qualidade sobre como a Cannabis pode ser uma aliada na redução dos prejuízos que a polifarmacia pode causar, a live de ontem foi realmente muito esclarecedora. Nota-se que no cenário atual, a falta de conhecimento sobre as interações medicamentosas é um dos maiores riscos às pessoas. Além da possibilidade de causar intoxicações, e até a morte, as interações medicamentosas podem causar o que é conhecido como “efeito cascata de prescrição medicamentosa”.
Efeito cascata de prescrição medicamentosa
“Esta é uma situação que acontece principalmente quando se trata da desintegração dos nossos sistemas e dessa abordagem muito fragmentada. Então quando você segmenta muito o corpo, você fecha sua lente para aquela área e usa os medicamentos que vão cuidar daquela área. E dependendo do profissional que está lidando, ele vai prescrever uma substância que vai atuar naquela área. Mas vai estar interagindo com outras. E aí se ele não tiver essa informação pode ser uma interação que seja negativa para o paciente.
Por exemplo: você inicia um antidepressivo para tratar uma depressão. E aí esse antidepressivo te ajuda na depressão. Mas ele traz um efeito colateral que te traz dor de cabeça, ou uma alteração na libido ou boca seca. Ou ainda alterações no sistema gastrointestinal, com perda de apetite ou ganho de apetite. E aí volta a te impactar na qualidade de vida de uma forma diferente, não é mesmo? Então é como se formasse uma cascata”.
Cannabis pode ajudar no desmame de medicamentos
“Primeiro gostaria de deixar muito claro que não vejo nenhuma medicação como uma briga do bem contra o mal. Como se do lado dos alopáticos estão os malvadões ou que a Cannabis também vai ser uma panaceia que servirá para tudo. Então sim os benzodiazepínicos têm sua importância quando bem indicados. Eles vão lidar da melhor forma naquele momento. E a melhor forma costuma ser geralmente na menor quantidade pelo menor tempo. Quando você percebe que está usando por meses um tarja preta, tem alguma coisa que você precisa parar e ver o que que está acontecendo. Pois não é, ou não deveria ser, uma substância de uso crônico. Cabe um uso orientado no sentido de reduzir. Porque falar substituir fica parecendo que é equivalente. Não é equivalente. Então não são coisas iguais que podem ser intercambiáveis, elas são coisas diferentes que podem atuar na mesma situação por caminhos diferentes. Temos que olhar cada caso”.
Interações de CBD com benzodiazepínicos e opióides
“As interações são poucas. E são mais no sentido de facilitar caso se tenha um plano de desprescrição desses medicamentos. Então não é aquela interação que eu diria deletéria, que vai fazer mal, se você tiver usando os benzodiazepínicos e usar o CBD. Mas eu acho mais vantajoso que se tenha como objetivo exatamente a redução e até a desprescrição. Neste caso um processo chamado de desmame. Não é contraindicado e não é indicado.
Mas eu tenho tido na minha prática e é um auxiliar sim nesse processo de desmame”.
Importância de falar sobre a Cannabis
“A importância é total, porque é muito satisfatório para mim quanto profissional e para o paciente colher os benefícios e ter seus objetivos atingidos terapeuticamente com esse fitofármaco. Além disso, é importante até uma questão de renivelação civilizatória que o Brasil tem que passar para acompanhar países que estão mais desenvolvidos no assunto. É algo que dificilmente vai retroceder. Então é importante discutir, conversar e levar conhecimento. Pois a ignorância é o que gera o sofrimento. E o Brasil por muito tempo foi ignorante e agora está conseguindo lentamente caminhar nesse sentido de abordar temas de uma maneira menos sugestiva, por viés um viés racista. Um viés proibicionista. Um viés que não nos dá a substância naquilo que ela pode ser explorada. E ver pelo aquilo que ela é estigmatizada. E penalizam todo o resto que precisa dos efeitos positivos os efeitos seguros que uma planta é capaz de trazer”.
Confira a live com o Dr. Vinícius aqui em nosso canal no YouTube.
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