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Hangxiety: a ansiedade da ressaca e os efeitos do álcool no corpo e na mente

Hangxiety: a ansiedade da ressaca e os efeitos do álcool no corpo e na mente

Entenda como a combinação da ressaca com a ansiedade, fenômeno conhecido como "hangxiety", impacta a mente e o corpo. Especialistas explicam como o álcool interfere no cérebro e como o CBD pode ajudar a aliviar os sintomas

Publicado em

12 de dezembro de 2024

• Revisado por

Jornalista e pós-graduada em Filosofia e Literatura, com 13 anos de experiência em comunicação, conteúdo e estratégias digitais. Atuou como repórter, redatora, roteirista, ghost writer e head de conteúdo. Especialista em Thought Leadership e storytelling, acredita no poder das narrativas para conectar pessoas e ideias.

De acordo com a Folha de São Paulo, “ansiedade” foi eleita a “palavra do ano” por 22% dos brasileiros, que participaram de uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Ideia, em parceria com a Cause e o aplicativo PiniOn.

Essa unidade linguística, já tão familiarizada no vocabulário dos brasileiros — afinal, somos o país com a maior prevalência de ansiedade no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) —, agora tem uma nova companheira: a ressaca. E, juntas, formaram o neologismo “hangxiety”, uma combinação dos termos “hangover” (ressaca) e “anxiety” (ansiedade), que define como os sintomas podem se agravar após o consumo de álcool.

Em um artigo elaborado pelo pesquisador de pós-doutorado em psicofarmacologia Blair Aitken e por Rebecca Rothman, doutoranda em Psicologia Clínica, ambos da Swinburne University of Technology, na Austrália, e publicado na plataforma The Conversation Brasil, os autores discutem como enfrentar a “ansiedade da ressaca”.

Essa sensação, que impacta aproximadamente 22% das pessoas que consomem álcool socialmente, pode fazer com que até as tarefas mais simples se tornem difíceis de lidar.

De acordo com os autores do artigo, a ressaca é a forma que o corpo encontra para se recuperar após o consumo de álcool, trazendo consigo uma série de sintomas desconfortáveis. Entre elas, a desidratação e a interrupção do sono, que desempenham um papel fundamental nas fortes dores de cabeça e náuseas que são comuns depois de uma bebedeira. No entanto, as consequências não são apenas físicas – há também um impacto significativo no aspecto mental.

O álcool é um depressor do sistema nervoso, ou seja, ele altera o comportamento de certos neurotransmissores no cérebro. Ele relaxa o corpo, ao aumentar o ácido gama-aminobutírico (GABA), o neurotransmissor que promove sensação de calma e reduz as inibições. Além disso, diminui os níveis de glutamato, o que desacelera os pensamentos e ajuda a criar um estado de maior relaxamento. Essas interações, em conjunto, afetam o humor, as emoções e o estado de alerta, o que explica por que, quando bebemos, geralmente nos sentimos mais sociáveis, despreocupados e dispostos a baixar a guarda”

A questão é que, à medida que os efeitos do álcool desaparecem, o cérebro trabalha para reequilibrar essas substâncias químicas, reduzindo o GABA e aumentando o glutamato. Esse processo provoca uma mudança que tem o efeito oposto ao da noite anterior, tornando o cérebro mais excitável e superestimulado, o que pode resultar em sentimentos de inquietação.

Como prevenir? 

De acordo com os especialistas, a melhor maneira de prevenir a ansiedade associada à ressaca é controlar o consumo de álcool. As orientações australianas sugerem não ultrapassar dez doses padrão de álcool por semana, nem quatro doses em um único dia.

Os efeitos do álcool no corpo e na mente podem intensificar pensamentos ansiosos, o que pode ser desafiador e bastante desconfortável para algumas pessoas. No entanto, ao compreender esse fenômeno, é possível adotar estratégias que podem ajudar a aliviar esses sintomas como hidratação, repouso, refeições leves e até  exercícios de respiração ou mindfulness.

Ressaca, ansiedade e o Sistema Endocanabinoide 

Nesse sentido, o Sistema Endocanabinoide (SEC) desempenha um papel crucial na regulação de funções como memória, apetite, sono e humor. Um estudo analisou os efeitos do álcool no cérebro ao expor indivíduos a uma dieta com álcool líquido por 24 horas. Os resultados mostraram uma redução nos níveis de endocanabinoides e de uma substância quimicamente semelhante aos Canabinoides, associada à melhora do humor em uma pesquisa anterior, de 2013. Essas alterações ocorreram em regiões cerebrais ligadas ao estresse, emoções e dependência alcoólica.

Dado que tanto o álcool quanto o CBD interagem com o SEC, pode-se questionar se o CBD aliviaria os sintomas da ressaca. Embora o CBD não seja uma “cura” para a ressaca, suas propriedades anti-inflamatórias e antieméticas podem aliviar alguns sintomas, como náuseas e dores de cabeça.

Um estudo de 2011 em modelos animais sugere que o CBD pode reduzir náuseas e vômitos. Outro estudo, de 2010, destacou que o consumo excessivo de álcool aumenta os níveis do marcador inflamatório PCR, reforçando o papel do CBD no combate à inflamação.

Para pessoas com enxaqueca – uma condição que afeta uma em cada sete pessoas –, o CBD tem demonstrado ser eficaz na redução da frequência e intensidade das crises, sendo uma alternativa promissora em um cenário onde álcool, ressaca e ansiedade estão interligados.

Para a psiquiatra Cintia Braga, tanto sua prática clínica quanto as diversas pesquisas recentes indicam que a Cannabis tem mostrado um grande potencial terapêutico no manejo da ansiedade e de outras condições relacionadas à saúde mental.

A médica destaca novamente o papel do Sistema Endocanabinoide (SEC), lembrando que tanto o CBD quanto o THC podem promover efeitos ansiolíticos, ajudando a reduzir os sintomas de ansiedade em algumas pessoas.

O tratamento para a ansiedade com Cannabis funciona muito bem, pois ele permite que a pessoa desenvolva uma maior habilidade para ter controle sobre o que passa em sua mente. Quando uma crise surge, é possível parar, respirar e não se perder em um vórtice de pensamentos. Esse processo empodera as pessoas frente ao quadro ansioso. O efeito é muito positivo, ajudando a pessoa a responder de forma mais tranquila e controlada”, afirma Cintia Braga.

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