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Estudo relata regressão rara de câncer em idosos que utilizaram medicamentos à base de Cannabis

Estudo relata regressão rara de câncer em idosos que utilizaram medicamentos à base de Cannabis

Duas pessoas com carcinoma hepatocelular avançado tiveram regressão completa e duradoura do câncer enquanto usavam medicamentos à base de Cannabis

Publicado em

10 de dezembro de 2025

• Revisado por

Jornalista e editor especializado em Comunicação e Saúde, pós-graduando em Drogas, Sociedade e Práticas Educativas. Escreve sobre ciência e sobre o uso da Cannabis na saúde humana e animal. É também fundador da Editora Vista Chinesa, onde publicou livros como “A História da Cannabis em Quadrinhos” e “Mila”.

Estudo relata regressão rara de câncer em idosos que utilizaram Cannabis

Dois pacientes idosos surpreenderam a equipe médica do University Medical Center Groningen, na Holanda, ao apresentarem regressão completa e duradoura de um tipo agressivo de câncer enquanto usavam medicamentos à base de Cannabis. O relato desses casos, publicado no Journal of Cannabis Research, não prova que os canabinoides foram responsáveis pela remissão, mas aponta novas hipóteses e reacende o debate sobre o potencial terapêutico dos canabinoides.

Carcinoma hepatocelular: um câncer silencioso e difícil de controlar

O carcinoma hepatocelular é o tipo mais comum de câncer de fígado e um dos mais difíceis de tratar. Isso acontece porque ele não apresenta sintomas nas fases iniciais e, quando descoberto tardiamente, as opções de tratamento são muito limitadas. A expectativa de vida nesses casos avançados costuma ser de apenas alguns meses.

Esse tumor se desenvolve nas células do fígado chamadas hepatócitos e costuma surgir em pessoas com algum grau de doença hepática. Quando já está grande ou quando há múltiplas lesões, muitos pacientes não podem ser submetidos a cirurgia, transplante ou terapias sistêmicas. Restando, portanto, apenas o cuidado paliativo para controle dos sintomas.

Foi exatamente essa realidade que os dois pacientes enfrentavam quando decidiram incluir os medicamentos à base de Cannabis no tratamento.

Paciente A: quando o inesperado acontece aos 82 anos

O primeiro caso é de um homem que procurou o hospital após semanas de dor abdominal e perda de peso. Um exame revelou um tumor de 10 cm no fígado e, logo depois, a biópsia confirmou o carcinoma hepatocelular. Mesmo com um tumor grande e agressivo, o paciente recusou cirurgia e optou por não realizar a terapia sistêmica recomendada.

Sem alternativas curativas, foi encaminhado para cuidados de conforto. Para tentar controlar os sintomas, começou a usar um medicamento à base de Cannabis contendo 10% de ∆9-tetrahidrocanabinol (THC) e 5% de canabidiol (CBD), tomando duas gotas sob a língua três vezes ao dia.

É importante ressaltar que ele não utilizava nenhuma outra medicação oncológica, apenas o produto sublingual.

Seis meses que mudaram tudo

Seis meses depois, ao retornar ao hospital para reavaliação, surpreendeu a equipe: a dor havia desaparecido, o marcador tumoral AFP havia voltado ao normal e o tumor havia diminuído para 5 cm.

Ele continuou com a mesma dose do medicamento com canabinoides e, após dois anos, o câncer se tornou indetectável na ressonância magnética. Atualmente, quase oito anos após o diagnóstico, não há sinais de recorrência.

Paciente B: dois tumores e poucas opções aos 77 anos

O segundo caso envolve um homem que chegou ao hospital bastante debilitado, com perda de peso importante. Os exames revelaram dois tumores, um de 15 cm e outro de 2,5 cm, e níveis extremamente altos de AFP (40.950 µg/L). Ele também tinha histórico de alcoolismo, fator que aumenta o risco para o carcinoma hepatocelular.

Assim como o paciente A, ele recusou os tratamentos disponíveis, como radioterapia e terapias paliativas. Para melhorar o apetite, optou por usar um medicamento à base de Cannabis contendo 15% de THC e 2% de CBD, tomando cinco gotas duas vezes ao dia. Nesse sentido, durante o período observado, não utilizou outras medicações oncológicas.

Três meses e a melhora

Em apenas três meses, ganhou peso, recuperou parte da disposição e apresentou redução expressiva dos tumores — o maior passou de 15 cm para 9 cm e o menor de 2,5 cm para 1,9 cm. Ele seguiu utilizando o produto com canabinoides na mesma dose e, quinze meses depois, seu AFP caiu para níveis normais. As imagens não mostraram tecido tumoral ativo.

Quase cinco anos após o diagnóstico, segue sem sinais do câncer.

Cannabis cancer de mama

Por que os casos de regressão de câncer com Cannabis chamaram atenção

Os autores lembram que a regressão espontânea desse tipo de câncer é extremamente rara, acontecendo em cerca de 0,4% dos casos, e, mesmo quando ocorre, costuma ser temporária. Por isso, os relatos chamaram tanta atenção.

“Os autores apresentam dois casos de remissão completa e duradoura em dois pacientes com carcinoma hepatocelular avançado utilizando canabinoides, enfatizando, assim, a necessidade de mais pesquisas sobre os efeitos antitumorais dos canabinoides nessa população de pacientes com opções terapêuticas limitadas.”

No entanto, os próprios pesquisadores reforçam que não é possível afirmar que o uso de compostos da Cannabis causou a regressão do câncer. Estudos clínicos mais amplos são necessários para confirmar esses resultados.

Como os canabinoides podem agir contra o câncer

Análises laboratoriais já mostravam que os canabinoides, como CBD e THC, podem:

  • Induzir morte de células tumorais por mecanismos de autofagia;
  • Reduzir a proliferação e invasão de células cancerígenas;
  • Diminuir a formação de vasos sanguíneos necessários ao tumor;
  • Modular processos inflamatórios.

Além disso, pesquisas com milhares de pacientes já confirmaram os benefícios do uso de medicamentos à base de Cannabis no alívio de sintomas relacionados à quimioterapia e outras terapias sistêmicas.

A importância do acompanhamento médico

Apesar dos resultados promissores, é fundamental reforçar que qualquer tratamento com derivados da Cannabis deve ser feito com acompanhamento médico. A orientação especializada evita efeitos adversos ou possíveis interações indesejáveis com outros medicamentos, especialmente em pacientes oncológicos.

Se você deseja incluir canabinoides na sua rotina de cuidado, acesse a nossa plataforma de agendamento. Lá, você pode marcar uma consulta presencial ou por telemedicina com médicos experientes na prescrição de canabinoides. Inicie essa jornada com segurança e responsabilidade.

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