A asma é uma das doenças respiratórias mais comuns do mundo. Segundo a Iniciativa Global pela Asma, ligada à Organização Mundial da Saúde, ela afeta cerca de 300 milhões de pessoas.
Mesmo com tratamentos eficazes — como os corticosteroides e os broncodilatadores — muitas pessoas ainda sofrem com crises, principalmente durante resfriados ou quando expostas à poluição, poeira ou ácaros.
Um estudo de pesquisadores espanhois revelou um aliado promissor: os compostos da Cannabis. Os resultados do estudo — ainda em fase inicial — mostram que os canabinoides podem complementar o tratamento da asma, ajudando a proteger os pulmões e reduzir a inflamação.
Como a asma afeta o corpo
Em pessoas com asma, os brônquios — tubos que levam o ar para dentro e para fora dos pulmões — ficam inflamados com frequência. Isso faz com que se estreitem, dificultando a passagem de ar. Além disso, produzem excesso de muco, o que obstrui ainda mais as vias respiratórias.
Essa inflamação pode ser causada ou agravada por substâncias do ambiente, como poeira e pêlos de animais ou por infecções virais. Quando isso ocorre, a camada de células que reveste os brônquios, chamada epitélio, perde parte de sua função de barreira protetora. Assim, microrganismos e agentes causadores de alergias penetram mais facilmente, alimentando um ciclo de inflamação constante.
Resultados do estudo com canabinoide sintético
O objetivo do estudo foi analisar os efeitos de um canabinoide sintético em células no laboratório e em modelos animais de inflamação pulmonar.
Os pesquisadores utilizaram o WIN55,212-2, um canabinoide sintético que imita a ação dos compostos naturais presentes na planta Cannabis. Ele interage com o sistema endocanabinoide, responsável por regular funções como inflamação, resposta imune e dor.
O WIN55,212-2 é usado principalmente em pesquisas científicas e age como agonista dos receptores CB1 e CB2, de forma semelhante ao ∆9-tetrahidrocanabinol (THC).
Principais efeitos do canabinoide na asma
Os principais resultados observados nos modelos de asma foram:
- Proteger e reparar a barreira epitelial dos brônquios, linha de defesa essencial contra inflamações e vírus;
- Reduzir a produção excessiva de muco, inflamação e permeabilidade da barreira epitelial;
- Modular o estresse oxidativo e bloquear sinais inflamatórios que agravam a asma.
A ação antioxidante ajuda enzimas a funcionarem melhor, desativando sinais inflamatórios, como o pSTAT6, que mantêm a asma ativa. Com menos estresse oxidativo, a inflamação diminui e a barreira epitelial se fortalece.
Perspectivas para novos tratamentos
Os pesquisadores destacam que os estudos ainda estão em fase inicial e mais análises são necessárias. Antes de termos medicamentos à base de Cannabis para asma, será preciso realizar estudos clínicos em humanos para comprovar sua segurança, dosagem ideal e possíveis efeitos colaterais.
Mesmo assim, os resultados abrem caminho para novos tratamentos à base de canabinoides, que podem atuar complementando terapias já existentes. Tanto compostos sintéticos quanto naturais têm potencial para proteger os pulmões, especialmente durante crises e infecções respiratórias.
Pesquisas anteriores já mostravam que as vias aéreas possuem uma grande quantidade de receptores do sistema endocanabinoide. Assim, ativar esses receptores ajuda a regular a inflamação e facilitar a passagem de ar.
Outro estudo investigou os efeitos do canabidiol (CBD) na asma em animais, mostrando benefícios, principalmente pelas propriedades anti-inflamatórias do composto.
Histórico do uso de Cannabis na asma
No final do século XIX e início do século XX, a Cannabis era um remédio para tratar a asma. Os famosos “cigarros índios” da época, produzidos pelo laboratório francês Grimault & Cia, eram anunciados em jornais e revistas pelas suas propriedades anti-inflamatórias e broncodilatadoras.
Com o avanço do conhecimento médico, descobriu-se que inalar fumaça pode ser prejudicial aos pulmões e piorar a condição respiratória a longo prazo. Além disso, esses cigarros não tinham controle rigoroso da dose de canabinoides, tornando os efeitos imprevisíveis.
A proibição global da Cannabis a partir da década de 1930 também interrompeu a realização de estudos científicos sobre os possíveis benefícios dos canabinoides na asma. Hoje, com mudanças na legislação em vários países, novas pesquisas estão surgindo ou sendo retomadas
Com novas tecnologias e métodos, é possível que compostos da Cannabis voltem a ser parte do tratamento da asma de forma segura e controlada.
Como iniciar um tratamento com medicamentos à base de Cannabis
Para qualquer tratamento que envolva medicamentos, o acompanhamento profissional é extremamente importante, e com os medicamentos à base de Cannabis não é diferente. O médico deve indicar qual produto utilizar, qual a dose ideal e quais os efeitos esperar.
Então, se você deseja iniciar um tratamento com canabinoides, consulte um profissional experiente nesse tipo de prescrição na nossa plataforma de agendamento. Lá, você encontra centenas de médicos de diferentes especialidades, todos preparados para avaliar sua condição e recomendar o melhor caminho.
Além da consulta e da receita, o médico é importante no acompanhamento dos efeitos. Cada pessoa reage de forma única ao tratamento, e podem ser necessários ajustes na dose e na formulação.
Portanto, se você está considerando iniciar um tratamento com medicamentos à base de Cannabis, dê o primeiro passo de forma segura e responsável: acesse nossa plataforma e marque uma consulta!