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A Copa do Mundo do Catar é a última sem Cannabis medicinal?

A Copa do Mundo do Catar é a última sem Cannabis medicinal?

Países organizadores da Copa do Mundo de 2026 já permitem o acesso à Cannabis medicinal. No Catar, pode render até pena de morte

Publicado em

25 de novembro de 2022

• Revisado por

Jornalista responsável por contar inspiradoras histórias de médicos prescritores de Cannabis medicinal e pacientes cuja qualidade de vida foi transformada pelas propriedades terapêuticas dos fitocanabinoides.

O Brasil estreou na Copa do Mundo do Catar nesta quinta-feira (24) com uma vitória tranquila sobre a Sérvia por 2 a 0, com direito à uma pintura do “pombo” Richarlison.

Celebração e otimismo à parte, uma ausência deixa a principal competição de futebol do mundo distante  do que há de mais avançado no controle da dor, recuperação física e promoção do bem-estar dos atletas: a cannabis medicinal.

É permitido o uso de CBD por atletas em competições da FIFA. A entidade organizadora da Copa do Mundo e do futebol mundial segue as regulamentações da WADA (Agência Mundial Antidoping), que desde 2021 excluiu o canabidiol da lista de substâncias proibidas.

Uma revisão, que começou a valer no início de 2023, criou a expectativa de que o THC também fosse removido das proibições, já que também possui propriedades medicinais e poderia ser utilizado em benefício dos atletas. No entanto, a expectativa foi frustrada.

Cannabis medicinal na Copa do Mundo do Catar

No entanto, durante a Copa do Mundo, nem mesmo o CBD pode ser utilizado pelos atletas. O problema não é nem o antidoping, que, como já vimos, permite o CBD, mas a própria legislação catari, que não diferencia a Cannabis medicinal de outras drogas, como cocaína e heroína.

Independente se o propósito é para uso adulto ou medicinal, o país islâmico mantém uma política de tolerância às drogas, com penas que vão de multas, deportação e prisão mesmo com quantidades residuais de substâncias proibidas. Em casos mais extremos, com acusação de tráfico, a sentença pode vir em forma de pena de morte.

Se você acha que, por se tratar de atletas mundialmente famosos, num dos maiores eventos do planeta, a legislação local seria flexibilizada, saiba que não é bem assim.

Consequências

O exemplo de um país igualmente restritivo ao uso de Cannabis, a Rússia, mostra o problema gigantesco que pode acarretar o uso da substância, mesmo medicinal.

Brittney Griner é uma das maiores estrelas da Associação Nacional de Basquetebol Feminino (WNBA), dos EUA. Bi campeã olímpica, medalhista de ouro no Rio de Janeiro (2016) e em Tóquio (2020), defendia uma equipe russa de basquete nos intervalos entre uma temporada e outra do basquete feminino.

Acostumada ao tratamento com Cannabis medicinal, liberada nos EUA, foi pega utilizando um vaporizador com óleo contendo canabinoides no país europeu. Condenada a nove anos de prisão, cumpre pena em uma colônia penal no sudoeste russo.

Mesmo com todo o esforço do presidente dos EUA, Joe Biden, e de sua vice, Kamala Harris, para trazer a consagrada atleta para seu país natal por meio da diplomacia, ela segue em cárcere sem qualquer certeza de quando poderá, enfim, ver esse pesadelo se encerrar e voltar para casa.

Tudo por inalar o vapor de uma planta que a auxiliava na manutenção da intensa rotina de treinos de um atleta profissional.

A Cannabis entre jogadores de futebol

De volta ao futebol, mesmo com a liberação da WADA, em países em que a Cannabis medicinal é legalizada, são pouquíssimos os futebolistas que assumem publicamente fazer tratamento canabinoide.

É o contrário do que acontece em outros esportes, como baseball, futebol americano, triatlo e MMA. As Olimpíadas de Tóquio ficaram marcadas pela estreia do CBD no maior evento esportivo do mundo.

Conhecida por posições corajosas em temas delicados, além do talento com a bola nos pés, a antiga capitã da seleção de futebol dos EUA Megan Rapinoe é a principal referência quando se trata do uso de Cannabis entre jogadores de futebol.

Ao lado de sua irmã gêmea e também ex-jogadora de futebol Rachel Rapinoe. Após uma carreira recheada de dor e lesões, Rachel teve que abandonar a carreira ainda cedo, em 2010.

Já aposentada, começou a buscar soluções naturais para lidar com suas dores. Descobriu a Cannabis medicinal, se tornou adepta e, oito anos depois, lançou a marca de produtos de Cannabis, Mendi, com a irmã e investimento de outros atletas, incluindo seis ex-futebolistas.

Em conversas com médicos especializados no tratamento de Cannabis para atletas amadores e profissionais, ninguém soube apontar um jogador de futebol brasileiro que utiliza o tratamento com Cannabis no Brasil.

Mas quais seriam os benefícios do canabidiol no esporte?

A principal vantagem do CBD para atletas é por sua ação anti-inflamatória. Diante uma lesão, como em uma batida ou causada pelo esforço excessivo do músculo, o organismo desperta um processo inflamatório. Quanto maior a inflamação, maior a presença de edemas – inchaço –  e dor sentida. Medicamentos anti-inflamatórios funcionam bem pois interrompem esse processo.

A Cannabis não. O sistema canabinoide é ativado sob demanda. Em uma lesão, o organismo libera substâncias endocanabinoides que dizem para a as células darem início ao processo inflamatório.

O CBD ajuda a regular esse processo. Não elimina o processo inflamatório, mas evita que seja intensa o bastante para provocar edemas e dores.

CBD na recuperação muscular

Apesar do uso ser liberado até durante as competições, o uso de anti-inflamatórios não é aconselhado aos atletas de alto rendimento. A inflamação não existe à toa, e faz parte do processo natural de recuperação muscular. É quando o músculo se reconstitui após uma atividade, e fique maior e mais forte.

Tomar anti-inflamatório após um treino, além de anular boa parte dos resultados da atividade, não permite que o músculo se regenere. Assim, fica mais suscetível a lesões.

Por não interromper o processo inflamatório, apenas regulá-lo, o CBD une o melhor de dois mundos. Controla edemas e dores excessivas, enquanto permite que o músculo se recupere e fortaleça.

Dessa forma, permite que o atleta esteja pronto para praticar atividades de alta intensidade mais cedo, aproveitando todos os benefícios do treino, o que, indiretamente, acaba afetando positivamente seu desempenho.

Outros benefícios do CBD para atletas

Não é só o corpo do atleta que precisa corresponder. A mente é também fator fundamental. Ansiedade diante uma competição importante, ou diante uma tediosa e cansativa rotina de treinamentos, podem afetar diretamente o desempenho e os resultados.

Diversas pesquisas já demonstraram as propriedades do canabidiol no tratamento de ansiedade e depressão, sem o efeito entorpecente do THC.

O CBD também pode auxiliar os atletas com dificuldade de manter o peso, com a regulação do apetite. Assim como ajudar a combater distúrbios de sono.  Todos os elementos para que o atleta consiga se focar nos treinos, com saúde, em busca de seu máximo desempenho.

CBD reduz a necessidade de medicamentos alopáticos

De todos os benefícios do CBD, para o médico Ricardo Ferreira, o principal é poder reduzir ou eliminar o uso de outros medicamentos com o CBD. Não só os anti-inflamatórios, como opioides e corticoides.

“O CBC combate inflamação, controla a dor, sem os efeitos colaterais negativos de anti-inflamatórios e opioides a longo prazo. Substitui substâncias mais prejudiciais a médio e longo prazo, como corticoide, anti-inflamatório, opioide, por uma substância que não tem evidência de causar prejuízo a médio e longo prazo.”

“Alguns corticoides e opioides são banidos no período de competição. Anti-inflamatório nunca teve nenhuma restrição”, continuou. “O CBD entra como uma possibilidade de substituição, sem nenhum tipo de restrição. Desde que não tenha THC.”

Última Copa

Por todos esses motivos, a Copa do Mundo do Catar pode ser a última a vetar a medicação canabinoide aos atletas. Na próxima edição, que será realizada em 2026 com organização conjunta de México, Canadá e EUA, a Cannabis medicinal já deve ser utilizada livremente.

Os três países possuem legislação que permite o acesso ao medicamento canabinoide e, com o CBD fora da lista de substâncias proibidas da WADA, não existe qualquer empecilho para o uso do medicamento.

A expectativa é que, ao longo dos próximos quatro anos, a WADA retire também o THC da ilegalidade, possibilitando que os atletas tenham acesso aos benefícios terapêuticos de todos os componentes da planta da Cannabis, com melhores resultados que os canabinoides isolados.

O presidente da World Athletics, entidade internacional do atletismo, Sebastian Coe, é um dos que defendem a revisão das políticas de Cannabis em todos os níveis.

“Na verdade, encorajei nossa própria Unidade de Integridade do Atletismo a entrar em discussões com a Agência Mundial Antidoping e, obviamente, as agências nacionais antidoping, para analisar isso e voltar com alguns pensamentos e sugestões”, disse Coe.

Um levantamento feito pela empresa de inteligência de mercado da Cannabis, Kaya Mind, no final de 2021, revelou que até 827 mil esportistas poderiam se beneficiar dos efeitos terapêuticos da planta na prática esportiva.

Segundo o estudo tocado pela Kaya Mind, entre os atletas profissionais, cerca de 61 mil poderiam aderir e se beneficiar de produtos à base da planta para tratar necessidades terapêuticas causadas pelo desempenho excessivo e a incessante busca por resultados. Já no caso dos amadores, seriam aproximadamente 427 mil, e os esportistas eventuais, 339 mil.

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Se você é esportista e não está com planos de ir competir em países como o Catar, o tratamento canabinoide está ao seu alcance. Uma consulta com um médico prescritor é o primeiro passo para dar início ao tratamento que pode mudar sua qualidade de vida e bem-estar.

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