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Cannabis nas universidades: a tendência para 2023

Cannabis nas universidades: a tendência para 2023

A frase “Lugar de Cannabis é nas Universidades” é do professor Erik Amazonas que desenvolve pesquisas do impacto positivo da planta para a saúde animal em Santa Catarina. E agora com a licença inovadora da UFRN acreditamos que esta será uma das tendências para 2023. 

Publicado em

21 de dezembro de 2022

• Revisado por

Fala, escreve e pesquisa sobre Cannabis, saúde e bem-estar. Mestre em Comunicação e Cultura, com passagem pela Unesco, já produziu milhares de histórias e conversas que mostram como a Cannabis transforma vidas. Mãe de dois, acredita em um mundo onde conhecimento e consciência caminham junto da planta.

Cannabis nas Universidades em 2023

Aposto em uma tendência que deve prevalecer, e crescer, em 2023: a presença da Cannabis em pesquisas científicas das universidades brasileiras. 

Duas universidades podem cultivar maconha no Brasil

Atualmente no Brasil duas universidades podem realizar o cultivo de Cannabis para fins de pesquisa: a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Mas é importante esclarecer que as licenças são diferentes:

UFRN: A licença do UFRN é única e pioneira no Brasil. Pois a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o cultivo de Cannabis pela  para desenvolvimento de pesquisa científica. Essa é a primeira vez que a Anvisa permite o cultivo da planta para fins científicos no país. As pesquisas autorizadas pela Anvisa na UFRN são pré-clínicas e não serão feitas em humanos. 

UFSC: A UFSC é a primeira instituição de ensino superior do País a obter uma medida judicial que lhe permite produzir todos os insumos para a pesquisa da aplicação da Cannabis na área da medicina veterinária. Ou seja, a 1ª Vara da Justiça Federal, em Florianópolis, concedeu um salvo-conduto que autoriza o pesquisador e professor Erik Amazonas, do Centro de Ciências Rurais (Campus de Curitibanos), a realizar o cultivo, preparo, produção, fabricação, depósito, porte e prescrição da Cannabis sativa.

Cannabis nas Universidades

Professor Erik Amazonas com a “paciente” Yara que usa óleo de Cannabis para tratar crises convulsivas.

Salvo-conduto e licença da Anvisa para pesquisa com Cannabis: tendência para 2023

“A Federal do Rio Grande do Norte tem uma autorização especial de pesquisa dada pela Anvisa. Finalmente aplicando a lei de drogas, o parágrafo único do artigo segundo. Então pela primeira vez foi aplicada essa lei. A diferença é que o meu é um salvo-conduto.

Fiz a solicitação para o mesmo fim que a Federal do Rio Grande do Norte. E tive a mesma negativa que eles. A diferença é que eles, e a Reitoria, recorreram e ganharam. Se a gente tivesse recorrido, talvez teríamos ganho. A diferença é que uma é de fato a lei sendo aplicada na Federal do Rio Grande do Norte e a UFSC é uma decisão judicial devido ao fato de não ter sido aplicada”, explicou o professor Erik Amazonas que coordena a linha de pesquisa “Endocanabinologia e Cannabis Medicinal”, do Grupo de Estudos em Produção Animal e Saúde, da UFSC. 

Além de ser responsável pela pesquisa que tem como objetivo reunir conhecimento sobre os óleos derivados de diferentes linhagens da Cannabis e comparar métodos de extração de compostos, Amazonas é autor da frase que conquistou espaço entre estudiosos da planta: “Lugar de Cannabis é nas Universidades”.

Ciência como um norte nas decisões de uma sociedade

A pandemia serviu, ou deveria ter servido, como um grande alerta: o desenvolvimento da ciência é imprescindível para o desenvolvimento de um país. Negar o que as pesquisas científicas apontavam durante a pandemia resultou em muitas perdas que poderiam ter sido evitadas no Brasil. Não vamos esquecer que hoje soma-se no país o assombroso número de 691.994 mortes desde o início dos contágios.

O lado positivo é que é crescente a adesão às vacinas nas capitais brasileiras e que o reforço com vacina atualizada contra Covid reduz pela metade o risco de internação.

Ou seja, a pesquisa científica é um elemento imprescindível na engrenagem que conecta o conhecimento, a prática das pessoas e as decisões que os governantes tomam em uma sociedade. Funciona assim: estudos científicos proporcionam conhecimento e segurança para tomadas de decisões relevantes para um país.  

Ciência para apoiar a futura regulamentação no Brasil

Essencialmente as decisões sobre uma decisiva regulamentação da Cannabis no Brasil poderá ter como base pesquisas científicas. E estes estudos podem ser, e de fato já estão sendo, desenvolvidos no país, como a UFRN e a UFSC. 

Mas muitas outras universidades como a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) por exemplo, desenvolvem pesquisas com Cannabis mesmo sem ter a licença de cultivo.

A pesquisa da UNILA destaca-se por seu pioneirismo em apontar os benefícios de pequenas doses de Cannabis para o tratamento do Alzheimer. Basicamente estas pequenas doses reverteram sintomas da doença como a perda de memória.

Cannabis nas Universidades em 2023

Pesquisas hoje no Brasil sobre Cannabis

Segundo o mapeamento da Kaya Mind no Anuário da Cannabis, via publicações na SciELO, biblioteca digital, houve o total de 162 pesquisas, desde o início que se deu em 1989 e segue até hoje. 

Ainda segundo o relatório, a distribuição das áreas de pesquisa com termo Cannabis é da seguinte maneira :

  • 81,5% Ciências da Saúde
  • 9,5% Ciências Humanas
  • 3,6% Ciências Biológicas
  • 3,0% Ciências Exatas da Terra
  • 1,8% Multidisciplinar
  • 0,6% Ciências Agrárias

Já em relação ao teor dos cursos de Cannabis no Brasil, o Anuário, que está disponível para download aqui, apontou que “a maioria dos programas docentes ainda é voltada para o âmbito medicinal, totalizando 42%”.

A divisão do teor dos cursos de Cannabis no Brasil é a seguinte:

  • 42% medicinal
  • 41% Nutrição
  • 4% Veterinária
  • 3% Culinária
  • 3% Cultivo
  • 2% Direito
  • 2% Carreira
  • 2% outros
  • 2% Cultivo/Extração

A expectativa é que em 2023 os números se ampliem de universidades que estudam a planta e todo o universo que esta indústria compreende.

Unicamente com conhecimento será possível romper as barreiras sobre a maconha e reconhecer que uma regulamentação trará benefícios econômicos e principalmente à saúde de muitas pessoas e animais.

Comprovações científicas da Cannabis para uso médico

Por fim, cabe destacar que embora muito se fale sobre os benefícios do uso da Cannabis como medicamento no tratamento de diferentes patologias como ansiedade, epilepsia, autismo e depressão, existem muitos questionamentos sobre comprovações científicas que sustentem este tipo de terapia.
Neste sentido, a médica pioneira na prescrição de Cannabis no Brasil Dra. Maria Teresa Jacob destaca em sua coluna do Portal Cannabis & Saúde a importância de falarmos sobre o sistema endocanabinoide, indica estudos científicos sobre os benefícios da planta que já foram realizados e também defende que se faz necessário “expandir e melhorar a qualidade das pesquisas com Cannabis, aprimorar os esforços na coleta de dados para apoiar o avanço da pesquisa e abordar as atuais barreiras à pesquisa nesta área”.

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Fala, escreve e pesquisa sobre Cannabis, saúde e bem-estar. Mestre em Comunicação e Cultura, com passagem pela Unesco, já produziu milhares de histórias e conversas que mostram como a Cannabis transforma vidas. Mãe de dois, acredita em um mundo onde conhecimento e consciência caminham junto da planta.

O Cannabis& Saúde é um portal de jornalismo, que fornece conteúdos sobre Cannabis para uso medicinal, e, preza pelo cumprimento legal de todas as suas obrigações, em especial a previsão Constitucional Federal de 1988, dos seguintes artigos. Artigo 220, que estabelece que a liberdade de expressão, criação, informação e manifestação do pensamento não pode ser restringida, desde que respeitados os demais dispositivos da Constituição.
Os artigos seguintes, até o 224, tratam de temas como a liberdade de imprensa, a censura, a propriedade de empresas jornalísticas e a livre concorrência.

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