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Desmistificando a síndrome amotivacional e sua relação com a Cannabis

Desmistificando a síndrome amotivacional e sua relação com a Cannabis

Quem usa produtos com Cannabis se torna uma pessoa preguiçosa? A ciência diz que a síndrome amotivacional não tem relação direta com a planta

Publicado em

2 de fevereiro de 2024

• Revisado por

Jornalista e editor especializado em Comunicação e Saúde, pós-graduando em Drogas, Sociedade e Práticas Educativas. Escreve sobre ciência e sobre o uso da Cannabis na saúde humana e animal. É também fundador da Editora Vista Chinesa, onde publicou livros como “A História da Cannabis em Quadrinhos” e “Mila”.

Desmistificando a síndrome amotivacional e sua relação com a Cannabis

Um estigma social, frequentemente associado ao uso de produtos com Cannabis, é o de que essas pessoas seriam preguiçosas ou desenvolveriam a chamada síndrome amotivacional. No entanto, recentes pesquisas científicas têm desafiado essa representação preconceituosa e revelado justamente o contrário.

Uma revisão da literatura científica, um tipo de investigação que observa muitos estudos diferentes sobre o mesmo assunto, identificou que a relação entre Cannabis e síndrome amotivacional é mais complexa.

De acordo com os resultados da análise, pessoas que fazem uso não abusivo de Cannabis estão mais dispostas a se esforçarem em troca de recompensas, do que os que não têm contato com a planta. Por outro lado, o uso abusivo e sem orientação tende a provocar apatia e síndrome amotivacional.

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Ciência contra a desinformação

Apesar de muitos países estarem no processo de regulamentar o uso medicinal e adulto da Cannabis, ainda há muita desinformação sobre a planta. Assim, cientistas de todo o mundo estão se debruçando sobre dados, para desafiar as visões preconceituosas sobre quem precisa fazer uso de produtos ricos em canabinoides.

Publicado recentemente na revista Current Behavioral Neuroscience, o artigo Is Cannabis Use Associated with Motivation? A Review of Recent Acute and Non-Acute Studies levantou informações sobre a relação entre o uso de Cannabis e motivação. Os autores se concentraram em publicações feitas há pelo menos cinco anos, que tenham sido publicadas e revisadas por pares.

Além de pesquisas com usuários e não usuários, também incluíram exames de neuroimagem, para identificar como se comportam as regiões do cérebro ligadas à recompensa.

Riscos do uso abusivo de Cannabis

Em um primeiro momento, os cientistas observaram estudos que utilizaram uma técnica conhecida como EEfRT (Tarefa com despesas de esforço por recompensas, na tradução do inglês). Esta é uma forma de medir quanto um indivíduo se esforça para receber uma retribuição (em dinheiro ou não).

Os resultados mostraram que pessoas que utilizam produtos com Cannabis com frequência seriam mais motivadas. Além disso, observaram que o consumo frequente de derivados da planta estaria positivamente associado à escolha de tarefas de alto esforço.

Nos ensaios EEfRT, não surgiu nenhuma relação entre o uso de produtos com Cannabis com a síndrome amotivacional.

Contudo, os estudos também apontaram que pessoas que fazem uso abusivo da planta podem, sim, apresentar apatia. Portanto, ressalta a importância de seguir com precisão as doses recomendadas pelo médico ou dentista que prescreveu o tratamento com canabinoides.

Sistemas de recompensa do cérebro

Uma outra parte da revisão analisou estudos com ressonância magnética funcional (fMRI) para avaliar a atividade cerebral relacionada à recompensa. Este tipo de estudo explora as relações entre o uso de Cannabis e o processamento de recompensas no cérebro utilizando neuroimagem.

De acordo com os resultados, o uso contínuo de produtos com canabinoides interage com o sistema de recompensa do cérebro, que é oposto ao de apatia.

“Em resumo, há algumas evidências, tanto na literatura aguda quanto na não aguda, de que a exposição à Cannabis está associada a respostas embotadas de antecipação de recompensa no corpo estriado ventral. Descobriu-se que a atividade no corpo estriado ventral durante a antecipação da recompensa se correlaciona negativamente com a anedonia.”

A Cannabis ajudando na motivação

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Os resultados obtidos pela revisão da literatura científica estão em linha com outros estudos, que indicam que a Cannabis ajuda as pessoas a se motivarem. Em 2022, outro estudo acadêmico observou que pessoas que usam a planta com frequência se sentem mais motivadas para praticar atividades físicas ao ar livre. Isso sugere que os canabinoides são um catalisador do bem-estar, também no sentido de estimular a prática de esportes.

Do mesmo modo, uma outra análise identificou que tanto o CBD quanto o THC podem melhorar a experiência da prática esportiva, tornando-a mais agradável e prazerosa.

Além disso, também em 2022, uma pesquisa indicou que o CBD tem potencial para auxiliar as pessoas a melhorarem do quadro de apatia, ajudando a melhorar a motivação e produtividade no ambiente de trabalho.

Como evitar a síndrome amotivacional

Para utilizar a Cannabis, potencializando seus benefícios e reduzindo seus efeitos adversos, o ideal é contar com o acompanhamento de um profissional da saúde. Assim, você pode ter orientação sobre o tipo de produto mais indicado e a dose adequada.

Para obter essa orientação, acesse a nossa plataforma de agendamentos. Lá você encontra mais de 300 médicos e dentistas, todos preparados para avaliar o seu caso e recomendar o melhor caminho terapêutico. Marque já sua consulta!

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