Pesquisadores do ICEERS (International Center for Ethnobotanical Education, Research, and Service — Centro Internacional de Educação, Pesquisa e Serviços Etnobotânicos na tradução livre) e da Universidade Autônoma de Madrid, na Espanha, avaliaram os indicadores de saúde de usuários regulares de Cannabis e os compararam com a população em geral.
Mais do que não ver impactos negativos da Cannabis na saúde dos usuários, os cientistas encontraram melhores pontuações em alguns aspectos, como depressão, pressão arterial, colesterol e índice de massa corporal. Além disso, a população em geral consume o dobro de bebidas alcoólicas do que o grupo dos consumidores regulares de Cannabis.
Dados da rede pública de saúde da Catalunha
O ICEERS é uma organização sem fins lucrativos que investiga plantas psicoativas e sua relação com a sociedade desde 2009. Além da Cannabis, a instituição pesquisa outras substâncias de origem vegetal que ficaram populares nos últimos anos, como a ayahuasca, ibogaína e psilocibina. Entre os autores do artigo está reconhecido pesquisador José Carlos Bouso e outros acadêmicos de Barcelona e Madrid.
No estudo, os pesquisadores recrutaram 419 (por pouco não chegam ao número 420) pessoas que usam a Cannabis regularmente, e fizeram um questionário com o objetivo de comparar a saúde desses participantes com a do restante da população da Catalunha, região autônoma da Espanha, cruzando com dados da rede pública de saúde.
Clubes Sociais de Cannabis transformam Barcelona em destino do turismo canábico
Os autores identificaram problemas com o sono nos usuários e alguns casos de dependência psicológica. No entanto, isso não causa consequências para a saúde pública, como os autores concluíram.
“Neste estudo, os usuários de Cannabis de longo prazo pontuaram de maneira semelhante à população em geral em uma lista de indicadores de saúde.
Outro resultado significativo é que a frequência do uso de Cannabis aparentemente não está relacionada aos índices de depressão e bem-estar, enquanto o suporte social e os problemas de sono são fortes preditores.
Em conclusão, esses achados sugerem que o uso prolongado de Cannabis pode não desempenhar um papel central em termos de saúde pública, enquanto outros comportamentos de saúde e variáveis complexas estão mais relacionados à saúde. Sugerimos a inclusão de itens relacionados à Cannabis em pesquisas nacionais de saúde, pois forneceriam dados valiosos para apoiar o progresso dos debates públicos sobre sua regulamentação.”
Dados para auxiliar nas políticas de regulamentação
Apesar de a Espanha ter uma relação mais tolerante com a Cannabis, a regulamentação por lá não aconteceu ainda nem para o uso medicinal. Nesse sentido, os resultados da pesquisa Cannabis e saúde pública: um estudo avaliando usuários regulares de Cannabis por meio de indicadores de saúde (Cannabis and Public Health: A Study Assessing Regular Cannabis Users Through Health Indicators, no título original em inglês) servem como base de conhecimento para elaboração de políticas públicas relacionadas à planta em qualquer país.
Aqui no Brasil, a Cannabis impacta positivamente na saúde de milhares de brasileiros. Na nossa plataforma de agendamentos já foram mais de 9 mil consultas marcadas com médicos prescritores de canabinoides. Marque já a sua e comece um tratamento seguro e eficaz.
