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Cannabis no manejo da endometriose: o que mostrou estudo de longo prazo

Cannabis no manejo da endometriose: o que mostrou estudo de longo prazo

Pesquisadores analisaram o uso de produtos à base de Cannabis por 18 meses em pessoas com endometriose. O resultado? Mais conforto, menos dor e melhor qualidade de vida.

Publicado em

3 de dezembro de 2025

• Revisado por

Jornalista e editor especializado em Comunicação e Saúde, pós-graduando em Drogas, Sociedade e Práticas Educativas. Escreve sobre ciência e sobre o uso da Cannabis na saúde humana e animal. É também fundador da Editora Vista Chinesa, onde publicou livros como “A História da Cannabis em Quadrinhos” e “Mila”.

Cannabis no manejo da endometriose: o que mostrou estudo de longo prazo

Um acompanhamento de longo prazo realizado no Reino Unido trouxe novas informações sobre o tratamento da endometriose com medicamentos à base de Cannabis. O monitoramento regular ao longo de 18 meses destacou os benefícios, limitações e efeitos no dia a dia das pacientes.

A pesquisa analisou dados de 63 pessoas diagnosticadas com endometriose e dor crônica associada. Todas foram tratadas canabinoides sob orientação de uma equipe multidisciplinar, e as melhoras relatadas reforçam a ideia de que os compostos da Cannabis podem ser uma forma eficaz de manejar a condição.

Dor: um sintoma incapacitante

Na endometriose, o processo inflamatório constante, o crescimento de vasos sanguíneos e nervos onde não deveriam existir e a liberação de substâncias que sensibilizam à dor fazem com que a paciente conviva com cólicas fortes, dor pélvica crônica, dor durante as relações sexuais e até dor ao evacuar.

Controlar esse sintoma é essencial porque a dor persistente não só prejudica atividades simples do cotidiano, mas também pode impactar a saúde mental e levar à perda da qualidade de vida. Por isso, novas abordagens terapêuticas têm sido buscadas, especialmente para pacientes que não respondem bem aos tratamentos convencionais.

Pesquisa observou melhorias sustentadas nas dores, ansiedade e sono, ajudando pacientes com endometriose a retomar atividades do dia a dia após iniciar uso de medicamentos à base de Cannabis

A titulação de canabinoides na endometriose

As voluntárias receberam produtos medicinais à base de Cannabis em óleos, flores secas para vaporizar ou uma combinação dos dois. A equipe médica seguia critérios clínicos para ajustar as doses, sempre considerando:

  • Intensidade da dor relatada pela paciente,
  • Impacto da dor nas atividades diárias,
  • Necessidade de combinar uso oral (efeito mais lento e contínuo) e vaporizado (efeito mais rápido),
  • Resposta ao CBD isolado e possível inclusão de THC,
  • Efeitos colaterais observados.

A abordagem começou com doses mais baixas e foi ajustada lentamente conforme a resposta individual, uma prática comum em terapias com canabinoides. De acordo com os dados registrados, as doses médias foram:

  • CBD: 20 mg/dia no início e 30 mg/dia após 18 meses.
  • THC: 18 mg/dia no início e 110 mg/dia após 18 meses.

O Após 18 meses: o que melhorou

Os principais benefícios relatados após o período do estudo foram:

Melhora da dor

Houve redução significativa em quase todas as escalas de dor avaliadas, especialmente nos primeiros meses de tratamento. Para muitas pacientes, o alívio foi suficiente para reduzir o impacto da dor nas atividades diárias.

Qualidade de vida

As pacientes relataram redução da ansiedade, melhora no sono e menor sensação de desconforto ao longo do tratamento.

Segurança

A maioria dos efeitos colaterais foi leve a moderada, incluindo fadiga, sonolência e boca seca.

Sobre uma superfície de madeira, frascos com óleo no interior, conta gotas ao lado de folha verde.

Quase metade das voluntárias usava opioides para alívio da dor, mas o estudo não identificou redução significativa nas doses ao longo dos 18 meses. Ainda assim, os profissionais ressaltaram que a estabilização já pode ser considerada um resultado positivo.

Cannabis e endometriose: evidências cada vez mais robustas

O acompanhamento mostrou que o uso de medicamentos com canabinoides pode aliviar as dores e melhorar a qualidade de vida de pessoas com endometriose. Os pesquisadores reforçam, no entanto, que se trata de um estudo observacional e que não compararam o tratamento com placebo ou outras terapias. Ainda assim, eles destacam que o trabalho se soma a um conjunto crescente de evidências.

Estudos anteriores já mostraram os benefícios da inclusão do canabidiol no tratamento da condição, agindo em várias frentes incluindo redução da inflamação, modulação da resposta imune e diminuição do crescimento de novos vasos sanguíneos (angiogênese). Esses mecanismos são relevantes porque ajudam a tratar não apenas a dor, mas também processos biológicos que fazem parte da endometriose.

É importante lembrar que é necessário ter uma prescrição médica para incluir medicamentos à base de Cannabis no tratamento da endometriose. Um especialista deve fazer uma avaliação individual para recomendar a formulação e a dose adequadas.

Se você deseja usar canabinoides na sua rotina de cuidados, acesse a nossa plataforma de agendamento. Lá, você pode marcar uma consulta com médicos experientes nesse tipo de prescrição. Inicie essa jornada com segurança e responsabilidade.

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