Na medicina, os compostos da Cannabis surgem como um alternativa para tornar muitos tratamentos menos agressivos para o organismo. Eles ajudam a aliviar sintomas e causam menos efeitos colaterais do que muitos medicamentos convencionais.
Agora, pesquisadores da agricultura também querem aproveitar os benefícios da Cannabis para substituir os pesticidas sintéticos em diversas culturas. Há décadas, a agricultura utiliza defensivos químicos para proteger plantações de pragas e doenças. No entanto, essa prática tem gerado problemas crescentes, com impactos negativos para a nossa saúde, o meio ambiente e até mesmo para a eficácia destes produtos.
Uma alternativa mais segura e sustentável pode estar no cânhamo, uma variedade de Cannabis para fins medicinais e industriais. Um estudo recente investigou o potencial de um extrato de cânhamo industrial no combate a três bactérias que causam doenças em plantas:
- Erwinia carotovora
- Pseudomonas syringae pv. tomato
- Pseudomonas syringae pv. tabaci
Esses microrganismos prejudicam diversas culturas, como tomate, café, batata, tabaco e plantas ornamentais, gerando grandes prejuízos para a agricultura.
Como o cânhamo combate bactérias
Nos tratamentos para a saúde os canabinoides são os compostos mais valorizados da Cannabis. O CBD e o THC interagem com o nosso sistema endocanabinoide e provocam os efeitos terapêuticos amplamente estudados.
Já para aplicações no combate à bactérias na agricultura, outros compostos ganham destaque, especialmente os terpenos. Veja como alguns deles atuam:
- Pineno: impede crescimento de bactérias;
- Mirceno: danifica as membranas das bactérias;
- Limoneno: mata bactérias e impede a formação de biofilmes.
Além dos terpenos, os flavonoides e canabinoides também têm propriedades antibactericidas e antifúngicas, tornando o extrato de cânhamo um potencial aliado no controle de doenças agrícolas.
Diferentes concentrações para diferentes bactérias
No estudo, os pesquisadores testaram extratos de cânhamo contra as três bactérias e observaram que foram eficazes em inibir o crescimento dos patógenos.
- A bactéria Pseudomonas syringae pv. tabaci foi a mais sensível aos extratos, sendo eliminada com uma concentração de 2,05 mg/mL.
- A Erwinia carotovora foi a mais resistente, exigindo uma concentração maior, de 12,04 mg/mL.
Atualmente, não há produtos eficazes para eliminar essas bactérias de plantas infectadas. Quando elas atingem as plantações, podem provocar perda de 40% a 80% durante o transporte e o armazenamento. Além disso, o uso de antibióticos e outros defensivos químicos tem levado ao desenvolvimento de bactérias resistentes e à contaminação do solo.
Por isso, o extrato de cânhamo surge como uma alternativa promissora e amiga do meio ambiente.
No entanto, mais estudos são necessários. Apesar dos resultados animadores, os pesquisadores precisam entender exatamente como o extrato de cânhamo age sobre as bactérias. Ele pode interferir na comunicação entre elas, impedir a formação de biofilmes ou causar estresse oxidativo, danificando as células.
Além disso, estudos futuros podem explorar a combinação do extrato de cânhamo com outros compostos vegetais para aumentar sua eficácia.
Cannabis e agricultura: ajudando no combate a pragas e doenças
Pesquisas anteriores já analisaram o uso de compostos da Cannabis contra bactérias tanto na agricultura quanto na medicina.
Na saúde humana, pesquisadores australianos fizeram testes com CBD, THC e canabigerol (CBG) contra bactérias que causam infecções de pele, garganta e feridas. Todos os canabinoides tiveram efeito antibactericida contra Staphylococcus aureus e o Streptococcus pyogenes, com o canabidiol demonstrando maior capacidade em matar bactérias. De acordo com os resultados, isso foi possível graças à estrutura química dos canabinoides, que desestabilizam as células dos microrganismos.
No controle de pragas agrícolas, um estudo norte-americano investigou o efeito de dois canabinoides (CBDA e CBGA) sobre a lagarta-mede-palmo, uma praga que ataca lavouras. Os compostos reduziram o crescimento e a sobrevivência do inseto, sem causar danos às plantas ou contaminar o solo.
Em Portugal, um estudo em andamento busca desenvolver um pesticida à base de Cannabis para proteger cultivos de oliveiras. Eles pretendem reduzir o uso de pesticidas químicos na cultura de azeitonas voltada para a produção de azeite, um dos produtos mais tradicionais da agricultura portuguesa.
Como iniciar um tratamento com Cannabis
O uso de produtos à base de Cannabis no Brasil só é permitido para tratamentos de saúde. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exige que esse tipo de tratamento aconteça sob a supervisão de um profissional da saúde para que o medicamento seja comprado.
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