Bagunçar a casa, pedalar a bicicleta adaptada, criar vínculos na escola. Há alguns anos, nada disso parecia possível para L.S.L., hoje com 8 anos. Diagnosticado com paralisia cerebral, epilepsia, hidrocefalia e microcefalia secundária, ele enfrentava uma rotina marcada por crises convulsivas frequentes, noites mal dormidas e a constante ameaça de perder cada conquista motora ou cognitiva.
“Ele tomava fenobarbital e, a cada consulta, aumentavam a dose. Chegou a 60 gotas por dia, sem controlar as crises. Além disso, vinham os efeitos colaterais: insônia, irritabilidade, rigidez muscular. Ele começou a perder o que já tinha conquistado — palavras, movimentos — e a regredir”, lembra Eunice Raidana Santos, mãe do menino.
O esgotamento físico e emocional da família crescia na mesma velocidade que as doses do remédio. “Era desesperador. Ele chorava a noite inteira querendo dormir e não conseguia. E a gente chorava junto. Era uma rotina complicada tanto para ele quanto para nós”, conta.
Descobrindo o potencial da Cannabis medicinal
Foi nesse contexto que Eunice começou a considerar a Cannabis medicinal. “Eu conhecia crianças que usavam e tinham bons resultados. Fiz curso, fui estudar, pesquisar. Crescemos ouvindo que era algo ruim, mas descobri que era exatamente o que ia salvar a vida do L.S.L. — e a nossa também.
O tratamento, acompanhado desde o início — e até hoje — pela Dra. Carolina Restrepo Villafuerte, começou com o uso de CBD isolado. “O CBD ajudou no humor, no sono e no apetite, mas o controle das crises veio mesmo quando passamos para uma formulação combinada de THC e CBD”, conta Eunice.
A resposta foi quase imediata. “Na primeira semana, já vimos diferença: ele estava mais calmo, comendo melhor. As crises diminuíram, os espasmos também. Em dois meses, o controle foi total.”
Entre a bicicleta, escola e noites tranquilas: a infância recuperada
Hoje, L.S.L. não toma nenhum outro medicamento além do óleo de Cannabis. São cinco gotas pela manhã e 20 à noite. O impacto, segundo Eunice, vai muito além da saúde física. “Ele é uma criança atenta, inteligente, curiosa. Agora consegue aprender na escola, evoluir nas terapias, brincar com os amigos. Anda de andador, pedala, bagunça a casa. E, principalmente, dorme bem.”
A mudança também afetou o acompanhamento médico. “Antes, íamos a consultas com frequência. Agora, com as crises controladas, alguns médicos ele vê só uma vez por ano, outros a cada seis meses. E mantém as terapias e a rotina escolar.”
Comparar a vida de antes com a de agora, para Eunice, é como falar de duas realidades diferentes. “Antes, não conseguíamos sair porque tínhamos medo de dar crise. Era sempre estressado, sem sono, sem aproveitamento na escola ou nas terapias. Hoje, podemos viajar, passear, visitar amigos. Temos uma vida tranquila.”
A melhor escolha
Entre tantos momentos marcantes, ela guarda com carinho as pequenas grandes cenas que confirmam ter feito a escolha certa: o filho pedalando, rindo com os amigos, adormecendo em paz depois de um dia cheio. “Tenho certeza que, se eu não tivesse corrido atrás dessa alternativa, ele não teria nada disso hoje. Eu também não. Sou muito grata pela coragem que tive.”
Para ela, o maior ganho é a evolução constante. “Antes, ele conquistava progressos e perdia. Agora, só avança. Apesar de ter quatro deficiências, é uma criança que estuda, se diverte, cria vínculos e dorme bem. Certamente, a Cannabis medicinal foi a melhor escolha que eu fiz na vida”
Importante!
É fundamental lembrar que o uso da Cannabis medicinal deve ser acompanhado por um médico. No caso de L.S.L., o tratamento é conduzido pela Dra. Carolina Restrepo Villafuerte, que ajusta a dosagem e a combinação de canabinoides conforme a evolução do paciente, garantindo segurança e integração com outras terapias.
No Brasil, produtos à base de Cannabis só podem ser adquiridos com prescrição médica, seguindo as normas da Anvisa. Para avaliar se essa opção é adequada para o seu caso, é recomendado agendar uma consulta.

















