A história da Dra. Carolina Restrepo traça uma rota pouco convencional — que começa não nas salas de aula da faculdade, mas na poltrona de uma sessão de quimioterapia, ao lado da mãe.
Filha de pais colombianos que cruzaram fronteiras em busca de oportunidades melhores, Carolina nasceu em Santos (SP) e cresceu em Salvador (BA). Aos 19 anos, realizou o sonho de entrar na faculdade de Medicina, sem imaginar que o seu principal campo de atuação viria de uma dor pessoal. “Minha mãe foi diagnosticada com câncer de mama e, durante a quimioterapia, ouviu de outros pacientes sobre os efeitos positivos da Cannabis medicinal para aliviar os sintomas e, ainda sem base acadêmica no assunto, fui estudar por conta própria. Não como médica, mas como filha”, conta.
Essa investigação inicial, guiada por afeto e inquietação, se transformou numa missão. Carolina se formou em 2015 e, decidida a aprofundar seus estudos, mudou-se para São Paulo. Lá, concluiu uma pós-graduação em Dor no Instituto de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, dedicando seu trabalho de conclusão à Cannabis medicinal. Em 2020, após se qualificar no curso de extensão da UNIFESP, iniciou sua atuação clínica com prescrição de Cannabis.
“A Cannabis é um remédio como qualquer outro. Pode funcionar, pode não funcionar. Mas o potencial de transformação que ela oferece para muitas famílias é inegável — sei disso porque vivi na pele”, afirma a médica.
O cuidado que atravessa o paciente e alcança quem cuida
Hoje, Dra. Carolina atua com uma ampla gama de pacientes — desde aqueles com ansiedade, distúrbios do sono e dores crônicas, até quadros pediátricos complexos como autismo, paralisia cerebral e epilepsias de difícil controle.
Entre os muitos casos que marcaram sua trajetória, um em especial resume bem o impacto do seu trabalho. Uma família, cujo filho autista apresentava crises severas de agressividade ao sair de casa, nunca havia conseguido viajar ou sequer dormir fora do próprio lar.
“Os pais não conseguiam nem visitar a filha que morava em outra cidade. Mas, com o início do tratamento, eles conseguiram passar a primeira noite fora com a criança calma, participativa. Foi muito emocionante, porque não é só o paciente que se beneficia — todo o núcleo familiar sente essa transformação.”
Apesar dos avanços, a médica observa que ainda há desafios a serem superados em relação às restrições vigentes no Brasil.
“Hoje, o paciente precisa provar que falhou em outros tratamentos antes de poder tentar a Cannabis. Isso não faz sentido. Estamos presos a uma lógica ultrapassada, que prioriza medicamentos com altíssimo risco de dependência e efeitos colaterais graves, como benzodiazepínicos ou opioides, em detrimento de uma opção segura como o Canabidiol.”
Com entusiasmo, mas também com os pés no chão, ela acredita que o futuro da medicina canabinoide está em transformar a exceção em regra. “Minha esperança é que a Cannabis deixe de ser ‘última tentativa’ e passe a ser considerada logo de início, quando houver indicação. É uma mudança de cultura que já começou, e que só tende a crescer.”
No cruzamento entre ciência, empatia e coragem, a trajetória da Dra. Carolina Restrepo mostra que medicina também se faz com histórias. E, às vezes, tudo começa com uma filha escutando a mãe — e decidindo fazer algo a respeito.
Importante!
Os canabinoides vêm se mostrando uma alternativa promissora no cuidado de diversas condições de saúde. No entanto, para garantir segurança e eficácia, é essencial que o uso seja feito com acompanhamento médico especializado.
Se você quer saber se esse tipo de tratamento é indicado para o seu caso, acesse nossa plataforma e agende uma consulta com a Dra. Carolina Restrepo ou com um dos nossos profissionais. Eles poderão avaliar seu quadro de forma individualizada e orientar o melhor caminho para você.