Faz pouco tempo que passamos pela pandemia de Covid-19 e isso despertou um interesse maior da comunidade científica para encontrar novas soluções para o tratamento de infecções virais, incluindo também as causadas pelo vírus da gripe.
Tanto o coronavírus quanto o vírus influenza, causadores da Covid-19 e da gripe respectivamente, sofrem mutações muito rapidamente e após pouco tempo conseguem escapar das vacinas. Nesse cenário, pesquisadores buscam uma solução antiviral natural e segura.
Em laboratórios israelenses e norte-americanos, cientistas observaram que uma combinação de terpenos e canabidiol (CBD) apresentaram propriedades antivirais e anti-inflamatórias contra o coronavírus humano e o vírus da gripe. Esses resultados abrem caminho para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas para essas infecções virais que usam nossas vias aéreas como porta de entrada.
Testando terpenos e CBD contra infecções respiratórias causadas por vírus
No estudo Terpenes and cannabidiol against human corona and influenza viruses–Anti-inflammatory and antiviral in vitro evaluation, os cientistas avaliaram a eficácia de uma combinação de terpenos com e sem a adição de CBD no combate a um tipo de coronavírus (HCoV-OC43) e influenza A (H1N1) in vitro.
O HCoV-OC43 é muito comum em bebês e é diferente do coronavírus que causou a pandemia. Ele é endêmico em humanos e causa sintomas semelhantes aos de resfriados comuns. Por outro lado, o H1N1 é uma mutação do vírus da gripe, que se espalhou com muita rapidez entre 2009 e 2010. Esse último também ficou conhecido como gripe influenza tipo A ou gripe suína.
A combinação de terpenos que os cientistas analisaram continha por 30 tipos diferentes, mas os principais eram beta cariofileno, eucaliptol e citral.
Nova abordagem para doenças virais
Os pesquisadores testaram a combinação de terpenos contra os dois tipos de vírus e encontraram resultados diferentes quando combinados com o CBD. Enquanto os terpenos sozinhos foram mais eficazes contra o HCoV-OC43 já havia infectado as células humanas, a inclusão do canabidiol foi mais eficiente como uma medida preventiva.
Além do potencial antiviral, a combinação de terpenos também se mostrou eficaz na redução da resposta inflamatória. Pela diminuição de citocinas associadas à síndrome de tempestade de citocinas, um fator determinante para muitas mortes associadas à infecção pelo coronavírus. A inclusão do CBD melhorou a atividade anti-inflamatória do composto.
Embora ainda sejam resultados de uma fase inicial, o uso de terpenos com ou sem CBD podem representar uma nova abordagem para lidar com essas infecções virais respiratórias.
Terpenos e suas propriedades únicas
É importante destacar que os terpenos utilizados nesse experimento eram seguros para ingestão e inalação, foram selecionados a partir de um repertório com centenas de opções. Assim, abrem um caminho para o desenvolvimento de novos produtos com ação mais assertiva sobre os causadores das infecções. Outra vantagem dessa possibilidade é a baixa incidência de efeitos colaterais nos indivíduos.
Largamente utilizados na aromaterapia, os terpenos provocam uma variedade de efeitos no nosso corpo e podem ser úteis em diversas condições de saúde. Os terpenos produzidos naturalmente pela Cannabis possuem muitas propriedades, incluindo antibacterianas e antifúngicas, de acordo com estudos anteriores.
CBD e seu poder contra microorganismos
No estudo dos cientistas israelenses e norte-americanos, eles observaram a ação do CBD em coronavírus antes e após a infecção das células. Por outro lado, o canabinoide também tem impacto positivo nas pessoas em uma síndrome que ficou conhecida como Covid Longa, quando o paciente sente os sintomas da doença mesmo após a cura.
Do mesmo modo, o CBD apresentou bons resultados como antibiótico contra bactérias super resistentes. Ainda temos muito a descobrir sobre o potencial medicinal dos compostos da Cannabis, porém já sabemos muitas coisas.
Usando a Cannabis de forma segura
Os produtos derivados da Cannabis são reconhecidamente eficientes para lidar com questões ligadas à saúde física, como dores crônicas; à saúde mental, como depressão, ansiedade e distúrbios do sono, e também com condições neurológicas, como epilepsia, Alzheimer e Parkinson.
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