Há quase 40 anos, a anestesista Clarissa Cavalcanti lida com a dor. Na maior parte do tempo, a de pacientes, mas também de si própria, diagnosticada com fibromialgia.
No entanto, sua trajetória pessoal e profissional começou a mudar há uma década, com o novo emprego do filho, Bruno Magliari. “Ele foi trabalhar com vendas, em uma empresa de medicação de alto custo e teve contato com o canabidiol para crianças autistas.”
“Definitivamente, a empolgação dele me fez ficar empolgada também. E foi assim, por meio do meu filho, que nem médico era, que eu entrei em contato com o canabidiol. Isso tem 10 anos e a partir dali eu comecei a estudar o assunto, mas não pensando em ser prescritora, nem nada.”
Anestesista, Cavalcante acompanhava o assunto de longe, seja com as informações fornecidas pelo filho, que mergulhara no mercado canabinoide, ou pelos positivos relatos de mães de pacientes autistas.
De anestesista à paciente
Assim, com a evolução do mercado da Cannabis, há três anos decidiu mergulhar de vez nos estudos, seja com cursos ou por conta própria. “Quer melhor cobaia que a própria pessoa?”
Desse modo, Clarissa deu início ao tratamento com Cannabis medicinal para sua fibromialgia. “Deu um super resultado. Eu não tenho mais dores. Foi quase imediato. É impressionante. Em relação à minha dor, foi muito rápida a melhora.”
“Eu tomava só o CBD. Comecei a estudar, tive o contato com o THC e vi que, para mim, era melhor o THC, com o CBD. Portanto, o que era bom, ficou melhor ainda.”
“Fiquei impactada”
Há cerca de um ano, se sentiu segura para prescrever aos seus pacientes, atuando como médica de família e comunidade e na medicina preventiva e social. Ela tende principalmente casos de ansiedade, insônia e, claro, dor crônica. ”É impressionante. Cada dia, eu amo mais o assunto. O resultado é muito satisfatório.”
O retorno dos pacientes não para de surpreender. “Há dois meses, uma moça de 45 anos me procurou, com vários problemas. Tinha insônia, ansiedade, fibromialgia e reclamava dos sintomas do climatério, que incomodavam demais.”
“Essa paciente fumava maconha, porque era a única coisa que ajudava. Ela tinha muito mal-estar, muita dor, e só respondia com maconha. Teve o contato com o assunto Cannabis medicinal e me procurou com a intenção de substituir o fumo.”
“Eu prescrevi o CBD com THC e orientei para ir diminuindo o ansiolítico e o remédio de dor que tomava.”
O resultado foi além do esperado. “Ela me mandou um e-mail essa semana que eu fiquei impactada. Ela substituiu todas as medicações que tomava. Ansiolítico, sedativo, remédio para dor.”
“Ela reclamava que tinha perda de libido e tudo melhorou. Depois, conseguiu largar as medicações que tinha esses efeitos colaterais. Também falava que ficava o dia inteiro como se fosse aprisionada dentro dela mesma. De tanto remédio, ficava apática. Por fim, ela conseguiu a sua vida de volta. É o meu caso também.”
Ampla melhora
“Eu não tomo mais nada de remédio. Por isso, acho muito interessante a Cannabis, porque ela age em vários lugares do nosso organismo, só onde é necessário, e não tem efeito colateral. Agora, não fico sedada o dia inteiro, nem nada parecido. De fato, tenho uma ótima noite de sono e, de manhã, eu tô zerada.”
Graças à Cannabis, Cavalcanti e suas pacientes podem desfrutar de uma melhor qualidade de vida. “A Cannabis melhorou a minha visão da medicina. Mostrou que você pode tratar os pacientes, sem ter que drogar e sem efeitos colaterais.”
Agende sua consulta
Cavalcanti é mais uma profissional da saúde que, ao lado de outros 250 médicos, dentistas e fisioterapeutas, fazem parte da plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde.
Acesse agora, selecione o profissional que melhor atende a suas necessidades e agende sua consulta!
Diante da escolha sobre qual especialidade seguir, a médica Anna Carolina Nogueira optou por ortopedia. Seria um caminho que a permitiria resolver de forma eficiente as queixas de seus pacientes. Mas tinha um entrave: a dor.
“Quando comecei a conhecer a ortopedia, vi que o problema que menos se resolvia era a dor crônica. Pacientes pós-traumáticos com amputação que tinham dor de membro fantasma. Paciente com problema de coluna que eu passava remédio, passava fisioterapia, e não resolvia nada.”
“Aquilo me incomodava. A dor é sempre muito menosprezada. Quantas vezes eu não escutei que o paciente vai ter que conviver com a dor? Isso me irritava.”
Ao fim da especialização, era a hora de optar por qual subespecialização iria seguir. “Fui trabalhar e fiquei pensando. Comecei a fazer pediatria, mas essa coisa da dor continuou me incomodando. “falei ‘quer saber, vou fazer uma pós em dor’. Fui ver o que tinha no mercado e vi que quem fazia era basicamente anestesista.”
Um novo rumo na ortopedia
Enquanto não chegava a qualquer conclusão, decidiu estudar. Passou a frequentar congressos, eventos, e todo lugar em que poderia absorver alguma informação. “Estudando por conta própria me veio essa questão do tratamento com Cannabis. Uma farmacêutica organizou um jantar com uma aula sobre a Cannabis medicinal e desde aquele dia esse é meu caminho.”
Há cerca de três anos, Anna Carolina redefiniu sua trajetória. Focou seus estudos no funcionamento do sistema endocanabinoide e as indicações de Cannabis medicinal. “De lá para cá, já é outro mundo. Quando comecei era caríssimo. O paciente tinha que ter uma grana.”
“Hoje tem muita opção de remédio, de preço. Tem de tudo: aula, podcast, curso, pós-graduação vinculada à faculdade, mil coisas. Nesse tempo, fui fazendo tudo o que aparecia. Viajei para os Estados Unidos para ver como era por lá.”
Primeira prescrição
Até que a péssima qualidade de vida de uma paciente lhe deu coragem para dar início à prescrição. “Ela tem uma síndrome reumatológica super complicada de tratar. Não é uma fibromialgia comum. Ela tinha muita dificuldade de fazer as suas atividades diárias.”
“Ela dizia: ‘Tô chata. Não aguento mais. Estou com dificuldade de me relacionar com meus amigos, meu parceiro, minha família. A dor está me incomodando muito.’ Comecei morrendo de medo e, depois de uma semana, ela me mandou uma mensagem: ‘Tive uma noite inteira de sono.’”
Na consulta de retorno, contou que, pela primeira vez, saiu sozinha e foi ao shopping comprar um presente de Natal para sua neta. “Ela foi desconfiada, mas não sentiu dor. Foi um movimento de independência muito grande.”
A bem-sucedida primeira experiência lhe entregou certeza sobre seu caminho. No boca-a-boca, passou a acumular pacientes em busca de tratamento com Cannabis medicinal. “Me apaixonei, fiquei e continuei.”
Um outro jeito de fazer ortopedia
Suas indicações mais comuns são para o tratamento de lombalgia (dor nas costas), para pacientes reumatológicos, com fibromialgia e pós-traumáticos. “Muito porque sou ortopedista, mas acaba sempre caindo em casos de ansiedade e depressão leve.”
Seu novo caminho lhe levou a transformar sua prática médica e atualmente está cursando uma pós-graduação em medicina funcional integrativa para aprimorar seu atendimento clínico.
“A Cannabis muda o tipo de atendimento do médico. Quem se propõe a estudar e prescrever Cannabis medicinal, não é um médico focado só na queixa do paciente. Se vou atender um paciente com dor, eu pergunto como se alimenta, hábitos de vida, sono, relações, tudo.”
Ortopedia integral
“Eu pego um paciente com dor nas costas, mas, na verdade, o que estava incomodando ele era que não estava dormindo, não estava produzindo no trabalho, não tinha mais relação sexual. Eu consigo tratar tudo isso com Cannabis e, assim, a dor vira uma coisa insignificante.”
“São pacientes carentes de um tratamento resolutivo. A formação médica é muito fechada na parte física do paciente e acaba menosprezando um pouco as outras queixas.”
“Quando você entra no mundo da Cannabis, você tem que entender o paciente de uma forma global. Tem que saber se está tudo bem na sua vida, se está com um processo de ansiedade e depressão. Mesmo que não seja nada diagnosticado pelo psiquiatra, mas sintomas que podem incomodar.”
“Eu demoro o triplo do tempo de uma consulta de ortopedia normal. Eu quero entender o dia-a-dia daquele paciente, o que ele precisa melhorar e até onde eu consigo ir com a Cannabis. Não quero vender uma coisa que eu não vou conseguir resolver.”
Efeitos adversos
Ao longo do tempo, a experiência tem sido positiva, principalmente se comparado com outros medicamentos para dor. “Nunca tive que suspender o tratamento com Cannabis por efeito colateral até hoje.”
“O mais comum é diarreia no início e, em alguns casos que tenho que usar um pouco mais de THC, eles se queixam que começou a aumentar a frequência dos sonhos, mas ainda acordam descansados.”
“Começamos em dose baixa e vamos titulando devagarzinho, então são pouquíssimos casos em que algo realmente incomodou o paciente.”
Sem milagre
Mesmo com as evidências clínicas da melhora da qualidade de vida de seus pacientes, Anna Carolina conta que muitos de seus colegas questionam sua opção por prescrever Cannabis.
“Venho de um ambiente muito machista, que é a ortopedia. Um ambiente onde os professores são antigos e, como a medicina canabinoide não é uma matéria de grade curricular da faculdade de medicina, eles viram os olhos. Diz que é óleo essencial, homeopatia.”
Nada que a faça questionar sua escolha de caminho. “A gente ainda vai descobrir muita coisa. É uma planta muito rica que atua em um sistema muito grande do nosso corpo. Ela dá a possibilidade da gente seguir por vários caminhos.”
“Mas não funciona para tudo, infelizmente. A gente tem que tomar bastante cuidado pois tem muito paciente que vem achando que vai resolver a vida, todos os problemas, só que, como todos os remédios, está tratando os sintomas, não a causa.”
“Se o paciente tem uma ansiedade generalizada, uma depressão, a gente está lá para ajudar na parte física, no sintoma. A parte psicológica é com o paciente. Não é uma coisa milagrosa.”
Agende sua consulta
Você pode marcar uma consulta com a médica ortopedista e traumatologista Anna Carolina Nogueira agora mesmo. Basta clicar aqui e preencher um breve formulário.
A especialista entre os mais de 200 médicos e dentistas com diversas especialidades que você encontra na plataforma e agendamento do portal Cannabis & Saúde.
Após muita dificuldade, Felianne Moura saiu da escola pública no interior da Paraíba para se formar em medicina na universidade federal do estado. Encantada pela psiquiatria durante o estágio da graduação e, assim, se especializou na área.
Tanto esforço para, certo dia, pacientes começarem chegar ao seu consultório dizendo que os medicamentos que a psiquiatra prescrevia não funcionavam tão bem quanto o conteúdo de um vidrinho marrom sem qualquer rótulo.
“A Cannabis medicinal não entrou em minha vida por uma decisão minha. Os pacientes chegavam já fazendo o uso, às vezes de forma clandestina.”
“Principalmente pais de autistas, dizendo que não ficavam bem com medicação alopática que tinha passado, mas tinha conseguido um óleo que era melhor que minhas medicações. Eu ia falar o que?”
“Eu era muito preconceituosa com esse negócio de Cannabis medicinal. Não se ensina na faculdade e eu tinha uma visão muito medicamentista. Achava um absurdo, mas o resultado era inegável.”
“Como eu ia dizer para parar uma medicação que está dando certo e voltar para uma que eu passei, mas não dava resultado e ainda causava efeito colateral? Foi uma quebra de paradigmas para mim.”
O início da prescrição de Cannabis medicinal
Isso foi por volta de ano de 2016. Na época, as discussões sobre a Cannabis medicinal ainda eram incipientes no País, mas isso não impediu que Felianne deixasse o preconceito de lado e se dedicasse aos estudos da Cannabis medicinal.
Fez cursos, se filiou à Sociedade Brasileira de Estudo da Cannabis Sativa (SBEC) e logo incluiu a Cannabis em seu arsenal terapêutico. “O caso que mais me impressionou é de um menino de 7 anos autista. Era de baixa renda e não tinha acesso a terapias nem cuidadoras. Era só ele e uma mãe já idosa.”
“Ele vive igual a um bicho, trancado, porque ele saía correndo e machucava, machuca as outras pessoas. Não tinha o mínimo de convivência social. Quando eu vi o retorno, não acreditei que era a mesma criança que da primeira vez quase quebrou tudo no consultório. Agora esse paciente tá indo pra escola, tem convívio social.”
De acordo com a psiquiatra, a Cannabis medicinal já é uma das principais demandas de pacientes que vão ao seu consultório. “São pacientes que já fizeram o uso de várias outras medicações e não tiveram resultado. Pacientes refratários que ouviram falar sobre a possibilidade de usar a Cannabis.”
Efeito colateral da Cannabis medicinal
“Apesar de não ser neurologista, existe uma procura muito grande de pacientes neurológicos, pois têm muita comorbidade com as doenças psiquiátricas. Acaba melhorando as duas coisas: o transtorno mental e, mesmo sem o intuito, a doença neurológica.”
“Por exemplo, paciente com coreia de Huntington. Já dois me procuraram por uma depressão não responsiva a fármacos. A gente introduziu o canabidiol e melhorou a depressão, mas também a qualidade de sono e os tremores.”
“No autismo, então, é onde mais vejo resultados diariamente. Quanto mais cedo os pacientes entram com a medicação, melhores os resultados. Pacientes com fibromialgia também tem muita comorbidade com depressão e acaba melhorando os dois transtornos.”
Para Felianne, essa é a principal diferença da Cannabis medicinal para outros medicamentos. “A grande maioria dos psicofármacos apresentam muitos efeitos colaterais, enquanto que, com a Cannabis medicinal, o efeito colateral é a melhora do sono, por exemplo. Não tem efeitos colaterais negativos como os psicofármacos convencionais.”
Essa diferença se deve ao funcionamento e papal do sistema endocanabinoide no organismo. “Os receptores canabinoides atuam provocando a homeostase, ou seja, o equilíbrio dos sistemas do corpo. Ele é responsável por regular vários sistemas, como o de serotonina e dopaminérgico.”
“Ele ajuda a equilibrar esses sistemas, ao contrário das medicações alopáticas, que alteram alguma coisa no sistema. Por exemplo, aumenta a recaptação de serotonina e isso pode melhorar alguma coisa, mas pode piorar outra porque causa um certo desequilíbrio.”
“Com os canabinoides, ajuda a estabilizar os sistemas. Por isso que, por exemplo, ajuda a regular o sono, mas não é uma medicação sedativa. O paciente que toma a Cannabis medicinal só tem a ganhar. Provoca um bem-estar geral do corpo, pois melhora o sono, reduz a inflamação, ajuda na perda de peso…”
A Cannabis medicinal e a mudança de paradigma
De acordo com a psiquiatra, além da qualidade de vida dos pacientes, a Cannabis medicinal ajudou a moldar sua própria atuação dentro da medicina. “Me fez ampliar o olhar terapêutico. Não se restringir àquilo que nos é imposto pelos protocolos e atende ao interesse da indústria farmacêutica.”
Para os colegas que ainda tem receio ou preconceito sobre a Cannabis medicinal, seu conselho é para que sigam seus passos e estudem. “Se entenderem um pouquinho como o sistema endocanabinoide funciona no corpo, vai entender porque a Cannabis medicinal é tão fantástica para vários transtornos mentais.”
“Não nos é ensinado na faculdade e saímos completamente ignorantes no assunto. Se qualquer pessoa estudar um pouquinho sobre o sistema endocanabinoide, vai se encantar por entender como a Cannabis medicinal funciona.”
Agende sua consulta
Hoje em dia, ninguém precisa mais depender de medicamentos clandestinos. É possível adquirir o óleo de Cannabis medicinal de maneira legal e segura, seguindo todo o rigor farmacêutico de pureza e controle do produto. O primeiro passo é marcar uma consulta com um médico prescritor de Cannabis medicinal.
Clique aqui para marcar uma consulta com a psiquiatra Felianne Moura.
Para facilitar o processo, o portal Cannabis & Saúde traz, por meio de sua plataforma de agendamento, o contato de mais de 200 profissionais da saúde, entre médicos e dentistas, com diversas especialidade. Em comum, a experiência na prescrição e acompanhamento do tratamento canabinoide.
Acesse agora e agende sua consulta!
A especialização em fisiatria e medicina da família, além da prescrição de Cannabis medicinal, são consequências diretas de escolhas que, segundo a médica Lia Steinberg, estavam fora de seu controle.
“Não fui eu que escolhi a medicina, foi a medicina que me escolheu. Eu só vejo sentido na vida enquanto tenho impacto positivo na vida das outras pessoas.”
Formada há 34 anos pela Escola Paulista de Medicina, a história de Steinberg na medicina começou ainda muito jovem. “Desde os nove anos que eu tenho enxaqueca crônica, desde os 15 anos eu tenho dor ciática, situação que se agravou bastante durante minha graduação.”
Professor influente
Sua condição só melhorou após ser submetida a tratamentos bem especializados, que incluíram três cirurgias na coluna e o implante de um neuroestimulador, que é uma bomba de infusão de morfina.
Tudo isso só foi possível, porém, com uma ajuda bem especial. “Eu sou aluna do professor (Elisaldo) Carlini. Ele me ajudou muito pessoalmente, quando precisei de medicações para dor que não tinha no Brasil.”
“Graças a ele eu consegui ter acesso a coisas que eu precisava e, desde aquele tempo, a gente já conhecia a pesquisa de Cannabis para epilepsia refratária. Sempre me intrigava como essa pesquisa não tinha ido para frente.”
Medicina física e reabilitação
Sua trajetória a levou à fisiatria. “Eu me interessava muito pelas patologias da neurologia, da reumatologia, da ortopedia, mas sempre frustrada porque essas especialidades se dedicam muito ao diagnóstico e possuem poucas opções terapêuticas para realmente melhorar a vida das pessoas com problemas graves.”
“Eu consegui completar o curso e nada mais natural do que eu buscar ajudar as pessoas com problemas com os quais eu já tinha bastante experiência. Eu me encontrei na fisiatria. No processo de reabilitação que busca estimular o potencial mais profundo da pessoa, que encontra em si o motivo dela viver e superar os obstáculos.”
A Cannabis voltou a cruzar o caminho de Steinberg ainda na década de 90. “Tive bastante influência no esporte paralímpico e tive alguns atletas muito bons que abandonaram o esporte em nível internacional pela necessidade de usar Cannabis como alívio tanto da dor quanto da espasticidade, no caso de lesados medulares.”
O horizonte da medicina de família
Em 2002, decidiu dar uma guinada em sua carreira e migrou para a medicina de família. “Entendi que o processo de reabilitação era apenas uma pequena parte da medicina. Eu estava interessada em todo o ciclo da prevenção e principalmente da promoção da saúde. Empoderar as pessoas para o autocuidado.”
“Fiquei 18 anos na medicina da família em uma comunidade na região de Campo Limpo, em São Paulo, e a toda hora eu me deparava com alguém contando que tinha conseguido alívio de dor com a maconha.”
“Apesar de ter relatos de pacientes já bem antigos sobre os seus benefícios, eu sempre me abstive da discussão. Até o momento em que passou a estar disponível no nosso receituário, mas eu não fiquei muito interessada devido às dificuldades para a pessoa conseguir tratamento.”
“Até que veio a pandemia e me deparei com muitos casos de pessoas me pedindo ajuda para a Covid longa, com pessoas totalmente incapacitadas. Estudando Covid longa, cheguei de novo ao sistema endocanabinoide.”
Paciente de Cannabis
Em 2020, Steinberg decidiu que havia chegado a hora de mergulhar na medicina canabinoide. “Eu mesma comecei a me tratar com canabidiol, sob orientação médica, e realmente melhorou muito minha qualidade de vida.”
“Foi a minha possibilidade de continuar trabalhando apesar de vários problemas crônicos graves. Na ocasião, eu me deparava com sequelas do tratamento do câncer, com uma polineuropatia, e graças à Cannabis eu nunca tive problemas muito graves de dor.”
Cannabis e a medicina de família
Desde então, é prescritora de Cannabis medicinal. “É um alívio saber que produtos derivados de Cannabis passam a fazer parte oficialmente das nossas ferramentas para tratamento de pessoas com problemas graves ou incapacitantes. Uma planta que faz uma diferença enorme na vida dessas pessoas e é uma satisfação inenarrável ser a pessoa que intermedia essa relação.”
“Principalmente por ser também uma ferramenta de empoderamento para a pessoa se tratar. Ela precisa aprender a se conhecer e perceber os efeitos adversos e os benefícios. Só ela pode realmente ajustar a dose da medicação.”
De acordo com Steinberg, uma das vantagens é poder reduzir a dose de outros medicamentos. “A gente tem conseguido se livrar de tratamentos que deixam bastante efeitos adversos e que a gente mal sabe o que pode acontecer a longo prazo, como anticonvulsivantes, sedativos e ansiolíticos.”
Nova motivação
“É uma farmácia dentro de uma planta. São mais de cem substâncias terapêuticas presentes, que podem ter mil e uma utilidades. Muitas vezes a gente prescreve para o sono e a pessoa tem uma melhora da tendinite, por exemplo.”
“O resultado é muito expressivo. Mesmo sem saber que a pessoa tá em tratamento, todo mundo percebe que tem alguma coisa de diferente.”
“Chama atenção como muda a disposição para seguir outras medidas não medicamentosas do tratamento. Pessoas que a gente insiste por anos para fazer academia, começam a melhorar o autocuidado com a planta.”
“Não é necessariamente um remédio que a pessoa vai ter que usar para sempre, principalmente quando ela adere às outras medidas de modificação do estilo de vida.”
“Como fisiatra e médica de família, eu não faço distinção em relação à patologia. Trato todas as faixas etárias e todos os tipos de patologia, tanto numa especialidade quanto na outra. O que importa é o cuidado centrado na pessoa. A gente precisa sempre estar atento à necessidade da pessoa.”
“Minha satisfação com o meu trabalho aumentou muito com a Cannabis. Eu só quero trabalhar. Não consigo recusar paciente porque a gente saber que a pessoa pode melhorar com uma simples receita. Deu um novo lugar na minha vida. Uma nova motivação.”
Agende sua consulta
A médica faz parte de uma lista com mais de 200 médicos e dentistas prescritores de Cannabis medicinal. Basta clicar aqui e buscar pela especialidade que melhor atende às suas necessidades.
Acesse agora e agende sua consulta!
Médico intensivista atuando na remoção dos pacientes em UTI Aérea, João Normanha Ribeiro viu uma reviravolta em sua carreira quando, em 2016, conheceu sobre o sistema endocanabinoide para ajudar no tratamento da mãe de um amigo que havia sofrido um AVC.
“Ela teve uma uma demência após AVC, ficou com uma sequela psiquiátrica, e o filho começou uma jornada com a mãe em busca de tratamento. Levaram ela em Boston (EUA), um neurologista especialista nesses casos, e a única coisa que ele ouviu falar que revertia esse quadro de demência pós AVC era a Cannabis.”
“Um dos filhos, que é meu amigo, me contou essa história e disse que ia plantar para a mãe. Eu conhecia o uso para enjoo, insônia, mas para AVC, não conheço. Eu fui estudar e, quando descobri sobre o sistema endocanabinoide, fiquei alucinado.”
Com o tratamento canabinoide, a mãe de seu amigo começou a responder. “Eu estava infantilizada e voltou a ser uma pessoa super funcional.”
Endocanabinologista autodidata
Logo a notícia se espalhou pela cidade, Goiânia (GO), e mais pacientes começaram a procurá-lo em busca do tratamento com Cannabis medicinal. “Fui procurado por um grupo de mães de autistas aqui de Goiás. Eles já tratavam com CBD, mas as mães queriam acrescentar o THC, pois não estavam tendo resultados.”
Diante a crescente demanda, estreitou a relação com o filho da paciente com AVC, Juiz Tejota, e juntos fundaram a Associação Goiana de Apoio e Pesquisa à Cannabis medicinal (Agape). “Eu eu meio que imediatamente, sem saber, eu me tornei endocanabinologista.”
Logo, um outro filho de paciente o procurou. Filipe Suzin estava no início da busca por um tratamento para o Parkinson de seu pai, o Seu Ivo, e Normanha o acompanhou no tratamento (conheça a história de Curando Ivo). Com o bom resultado, participou da fundação de mais uma associação, a Curando Ivo.
“Era 2016 e não existiam muitos cursos. Eu fui me especializando sozinho mesmo. Até que a Eliane Nunes, da SBEC, me procurou e me colocou em um grupo com uns 30 médicos prescritores. Eu vi que não estava sozinho nessa, graças à Deus. Meu medo foi passando, porque eu comecei sozinho, sem orientação, como autodidata.”
O sistema endocanabinoide como um todo
Foi a confiança que precisava para seguir estudando e ajudando os pacientes a regular suas disfunções no sistema endocanabinoide. “É o protagonista do meu tratamento. Não é só o CBD e o THC, mas também os cannabimiméticos.”
“Tenho protocolos para potencializar a anandamida, um receptor. Eu quero melhorar a performance do sistema endocanabinoide, então, ao invés de fazer isso só com a Cannabis, uso outras substâncias naturais, como a cúrcuma, o betacariofileno, a copaíba, outros óleos essenciais.”
“Esse olhar de tratar o sistema endocanabinoide independente da patologia ainda me rende críticas de alguns médicos. Trata fibromialgia e não é reumatologista. Mas eu trato o sistema endocanabinoide e o que tá por trás dele.”
Para que pudesse atender da melhor forma seus pacientes, fundou o Instituto de Medicina Orgânica, uma clinica formada por médicos e profissionais da saúde com diversas especialidades voltada para o tratamento interdisciplinar dos pacientes. “É a tentativa de usar o mínimo de medicamento possível e o máximo que a natureza pode proporcionar.”
“Os pacientes que nos procuram são refratários. Eles já foram em neurologista, pediatra, médicos que já testaram o tratamento convencional. Quando me procura, eu falo para ir ao especialista, que vai dar o diagnóstico.”
“Eu não faço diagnóstico de doença. O que eu faço é o controle e tratamento do sistema endocanabinoide. É esse o meu papel. A gente tenta modular ele de diversas formas, encontrar o melhor óleo, qual deles ele vai usar mais, quantas vezes por dia. A gente chama de medicina personalizada porque é de acordo com a necessidade de cada um.”
Vai ser a revolução
Um procedimento que já repetiu com mais de mil pacientes desde que começou a cuidar do sistema endocanabinoide. “Ao longo desse tempo, eu posso dizer que eu vi muita coisa que eu nunca imaginei que iria ver na medicina, principalmente nessas doenças incapacitantes.”
“Eu tinha um certo desconforto em falar sobre dor crônica porque as soluções que a gente tinha, às vezes, são piores que a própria doença. Você fazer uma pessoa tomar corticoide a vida inteira, anti-inflamatório e a própria indústria sabe que o uso crônico contínuo é nocivo para a saúde. Medicamento é ótimo quando é utilizado pelo período que ele é seguro.”
João Normanha acredita que o cuidado com o sistema endocanabinoide ainda está dando seus primeiros passos na medicina. “No futuro, a Cannabis vai ser prioridade no tratamento de algumas patologias, como AVC, Fibromialgia, enxaqueca, intestino irritável.”
“Além disso, todo senhor, toda senhora, passou 50 anos, quando for no nutrólogo, vai sair com uma receita de vitamina, de proteína de cânhamo e de canabidiol. Vai demorar algum tempo, mas vai acontecer de entrar na rotina de polivitamínicos dos idosos.”
“Depois dos 50 anos, a gente tem a tendência a perder a potência do sistema endocanabinoide. Por isso que a gente vai perdendo as funções, vai ficando com a memória prejudicada, menos disposto. Eu acho que vai ser a revolução. Eu acho que esse é o próximo grande passo que a Cannabis vai dar na saúde.”
Agende sua consulta
Se você busca um médico com larga experiência nos cuidados do sistema endocanabinoide, clique aqui para marcar uma consulta com João Normanha Ribeiro.
Ele faz parte de uma lista com mais de 200 médicos prescritores com diversas especialidades e dentistas que você encontra pela plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde.
Acesse agora e agende sua consulta!
O sonho de criança de Karolyne Fernandes Metello sempre foi a medicina. Já na faculdade, porém, a depressão quase o interrompeu. “Eu ainda não tinha o diagnóstico para transtorno bipolar e entrei numa fase em que fiquei bem mal. Nesse resgate próprio, eu escolhi a psiquiatria.”
Se formou em medicina e deu início à pós-graduação em psiquiatria, enquanto cuidava da própria saúde. “Eu comecei como diversos alopáticos e melhorava um pouquinho, mas passava um tempo e não fazia mais efeito. Eu quase tentei suicídio e nesse momento fui atrás de terapias alternativas.”
Pesquisou e invariavelmente se deparava com três alternativas. “Sempre me falavam de algum remédio que eu já tinha usado, Cannabis e estimulação magnética, que foi o que eu não fiz. Fiquei com a Cannabis logo de cara.”
Começou a questionar aos colegas e uma fazia o uso para o controle da ansiedade. “Ela falou: Karol, isso é o futuro! e eu comecei a ler. Aqui em Cuiabá não tinha nenhum médico que prescrevia. Fui ao meu psiquiatra e ele foi super contra.”
“Em teoria, paciente bipolar não pode usar Cannabis. Eu falei que queria tentar, apesar de que eu tive psicose com a Cannabis quando eu fumei. Em teoria, não poderia mesmo, mas fui persistente.”
Tratamento bipolar
“Mesmo não prescrevendo, meu psiquiatra me deu uma super base para desmamar os remédios por conta própria. Eu tinha um pouco de receio, mas fui estudar mais sobre a Cannabis e tomei coragem.”
“Nos primeiros quatro meses, eu usei isolado, mas não tive resposta. Depois, comecei o óleo full spectrum e comecei a sentir melhoras no meu humor, os pensamentos ansiosos cessaram. Na questão do transtorno bipolar, eu comecei a perceber que as fases eram muito mais tranquilas. Não tinha mais tanta compulsão. Era tudo muito controlado. A Cannabis me deixou bem mais racional.”
“Depois de um tempo, eu percebi que só faltava tirar o antipsicótico. Eu nunca dormi bem, tentei um óleo balanceado de um para um com o THC e evolui super bem e comecei a dormir. Com uns nove meses de tratamento, eu tirei os remédios com a orientação do meu médico.”
Com seu sucesso, seguiu para os primeiros pacientes. “Minha avó foi logo de cara. Ela sentiu aumentar a ansiedade, mas com o tempo foi diminuindo. Minha mãe tem hérnia de disco também, super melhorou com o óleo”
“Meu namorado toma alopático para dormir. Ele treina muito na academia e eu falei para tomar a Cannabis. Ele está começando a dormir e os parceiros de treino dele estão todos se lesionando enquanto o cara está super bem, aumentando a carga. Eles foram minhas cobaias. Foi quando decidi estudar mais a Cannabis.”
“O maior estudo é o dia-a-dia. A gente perde o medo. Muitos médicos aqui de Cuiabá, que ainda é muito pequena e não tem muitos médicos prescritores, temem muito o THC. Eu falo que não precisa ter medo. Que é analgésico, anti-inflamatório, ajuda a dormir. Eles mandam o paciente para mim porque eu, na teoria, não poderia usar e uso, e eles ficam mais confiantes.”
Primeiro paciente
“Meu primeiro paciente de Cannabis foi há um ano e meio, com autismo. Comecei a perceber uma melhora na impulsividade, agressividade, déficit de atenção. Depois disso, insônia refratária, que começaram a usar o óleo e não precisavam mais de Zolpidem.”
Aí, não parou mais. “Na teoria, eu não queria atender pacientes idosos, porque tenho um apego grande, mas eles tem muitas dores, muitas queixas, Alzheimer, Parkinson, a resposta dos idosos é muito mais rápida, e comecei a prescrever para eles.”
“Não foi uma coisa programada. O paciente ligava, perguntava se atendia tal patologia, minha secretária dizia que não, mas ele queria tentar. Eu não prometo, mas, se quer tentar, vamos tentar. A teoria era atender só psiquiatria porque é o que eu gosto de fazer, mas hoje sai um pouco desse foco.”
“Minha visão como paciente é que a Cannabis te dá uma consciência corporal e psicológica fora do comum. Consegue perceber as diferenças do que está acontecendo e, conforme o ajuste de dose – e não precisa colocar uma superdose- vai acompanhando sua evolução.”
“Você vai acompanhando junto com o paciente como está evoluindo e qual a resposta dele. Se tiver um possível efeito colateral, consegue controlar porque a dose aumentou gradualmente e isso é mágico.”
“O sistema endocanabinoide se entrelaça com os outros sistemas. Esse ajuste de medicação, você pode reduzir os alopáticos, por exemplo, na medida em que aumenta os fitocanabinoides.”
“Temos uma maior noção fisiológica quando a gente passa a entender o sistema endocanabinoide e a importância dele, dos receptores, sobre os outros sistemas. Consegue até minimizar efeitos colaterais de outros remédios.”
Detalhadamente bipolar
Além das patologias e sintomas dos pacientes, Metello ainda precisa lidar com o preconceito na capital do Mato Grosso. “Pacientes são mais tranquilos. Eles gostam muito de entender o que a gente está fazendo. A consulta é basicamente uma aula para paciente que não tem noção nenhuma, exceto quando chegam, por exemplo, de algum congresso que participei.”
“Em Cuiabá tem muito preconceito, mas acho que tem porque não conhece, porque ninguém próximo precisou. Tem preconceito e não sabe nem por quê, não sabe nem o fundamento de onde foi originado esse preconceito.”
“Quando vêm falar alguma coisa, sou super explicativa. Para as pessoas que são preconceituosas, a gente tem que explicar detalhadamente. A Cannabis não veio para tirar outros alopáticos, outros profissionais, ela veio para somar.”
Agende sua consulta
A médica faz parte de um time com mais de 200 médicos e dentistas, com diversas especialidades, prescritores de Cannabis medicinal que você tem acesso pela plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde.
Acesse agora e agende sua consulta!
O flerte do médico Rodrigo Goes Brito com a medicina endocanabinoide vem desde que chegou em São Paulo. Baiano de Salvador, formado em 2016, se mudou para Caraguatatuba, no litoral paulista em 2018, onde começou a escutar sobre o potencial terapêutico da Cannabis medicinal.
“Ela melhora alguns sintomas que, às vezes, tem que tomar vários remédios e sem efeito colateral. comece a pesquisar acerca de Dravet, Lennox Gastaut, epilepsia em crianças, quadros gravíssimos que você usa uma ferramenta terapêutica que acaba tendo eficácia.”
“Comecei a ver que alguma coisa tem. Não é só uma planta, não é só uso recreativo, tem coisas a mais que a gente pode aproveitar e acabei ficando com vontade de estudar cada vez mais.”
Em uma viagem ao Uruguai, pode conhecer mais sobre a medicina endocanabinoide, como é chamada no país. No retorno, começou a se aprofundar no tema e descobriu que as discussões por aqui estavam mais avançadas do que imaginava.
“Muita gente falando de Cannabis aqui há algum tempo, muitos pacientes sendo tratados. Por acreditar no tratamento, pelos relatos, o fato de ser natural e inscrito na literatura médica há muito tempo, acabei decidindo entrar de vez nessa área.”
Paciente da medicina endocanabinoide
Até que explodiu a pandemia de Covid-19. “Foi aquela loucura. Principalmente no início, com a gente sem saber direito com o que estava lidando. Pessoas cada vez mais graves chegando aos hospitais e isso acaba afetando a gente psicologicamente.”
“Estava estudando a Cannabis e eu gosto de testar em mim determinado tratamento justamente para poder avaliar. Decidi fazer o teste e funcionou de forma excelente. Ajudou na redução do estresse devido à alta carga de trabalho. Na emergência, com muito paciente grave, facilitou a tomada de decisão.”
Após vivenciar os benefícios da Cannabis, decidiu que estava pronto para levar aos seus pacientes. “Meu primeiro paciente foi uma criança de sete anos. Ela tem uma doença neurodegenerativa chamada síndrome da microduplicação do cromossomo 22. Uma doença rara que, a partir do 5º ano, foi perdendo o movimento dos pés e das mãos. Uma paralisia da periferia do coro para o centro.”
“A mãe dele procurou porque ele é autista também e estava estressado, com muita crise de nervosismo. Se batia, se jogava no chão porque não conseguia ficar com o tronco seguro, e a mãe dele queria tentar porque tinha ouvido falar de crianças que usavam a Cannabis.”
“A gente decidiu iniciar e, a partir dos dois meses, começou a apresentar uma melhora motora. Ele não conseguia levar uma bolacha na boca, por exemplo, e, com o óleo, conseguiu ter essa coordenação motora. Já conseguiu ficar com o tronco mais fixo também.”
“Melhorou a questão social. Retornou às atividades dele. As professoras passaram a relatar uma melhora em relação ao humor e à participação nas atividades.”
O início da medicina endocanabinoide
De acordo com Brito, porém, as patologias mais tratadas são ansiedade, depressão, transtornos bipolares, insônia, dores crônicas e como adjuvante na terapia oncológica. “Estou acompanhando um paciente que está utilizando a Cannabis para fazer desmame de tabaco.”
Esse, no entanto, é somente um início. Ele acredita que, em breve, mais e mais aplicações da Cannabis serão descobertas e a terapia será cada vez mais comum nos consultórios médicos.
“A proibição, com a inclusão no rol de drogas perigosas, atrapalhou muito para que estudos robustos fossem feitos. A maioria dos estudos foram feitos com base no uso recreativo e a Cannabis ficou sem ter como se defender, já que era proibido você dar para o paciente.”
“Nos últimos anos, estão surgindo cada vez mais estudos robustos, do jeito que a ciências gosta: randomizado duplo cego. Eu vejo com bons olhos essa questão de futuro por conta disso. Está sendo falado, pesquisado, tem muito investimento, então acho que teremos bons ventos pela frente.”
Agende sua consulta
Você pode marcar uma consulta com o clínico geral Rodrigo Goes Brito agora mesmo. Basta clicar aqui e preencher um breve formulário.
Pela plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde, você encontra mais de 200 médicos e dentistas prescritores, com diversas especializações, aptos para te acompanhar durante todo o tratamento endocanabinoide.
Acesse agora e agende sua consulta!
Além de viver próxima a uma praia paradisíaca, a oportunidade da médica Izabel Rocha se mudar para a Canavieiras, no litoral da Bahia, serviu também para que pudesse desempenhar sua profissão como sempre quis.
“A saúde coletiva sempre me chamou bastante atenção. A grandeza de poder ter uma atuação junto à comunidade, acompanhar a vida das pessoas por muito tempo e gerar impactos positivos.”
Com o nascimento de seus dois primeiros filhos, esse objetivo se ampliou. “Fiquei um tempo bem imensa na maternidade e isso transforma muito a gente. Eu já estava questionando muito a alopatia pura.”
O transformador sistema endocanabinoide
Quando, no final de 2020, uma amiga chegou à Canavieiras para ministrar um curso de fitoterapia canabica, tudo passou a fazer sentido. “Uma ferramenta terapêutica incrível que cabe muito nessa clínica que a gente vê no dia a dia. A gente poder tratar de uma forma integral com algo natural, tão eficaz e embasado.”
A possibilidade de tratar doenças refratárias foi o que mais lhe chamou atenção. “Em coisas que dentro da medicina tradicional não existem recursos, é transformador o tratamento dentro do sistema endocanabinoide.”
“Por exemplo, na anorexia do câncer, podemos devolver à pessoa a vontade de comer, conseguir se alimentar, em um momento em que nada mais ajuda ela a sair daquele estado de sofrimento intenso. São patologias de difícil manejo e na alopatia a gente não tem todos os recursos e na Cannabis a gente tem.”
“O sistema endocanabinoide é um mundo muito grande de receptores, moléculas e ligantes que equilibram o nosso corpo. Uma maestria linda. Os compostos da planta vão se conectar nesse sistema e ajudar esse sistema em desequilíbrio a achar um caminho mais confortável para a pessoa.”
“O sistema endocanabinoide está no corpo todo”
Izabel Rocha conta que, devido ao funcionamento do sistema endocanabinoide, acaba atendendo um número grande de patologias.
“São muito diversas, pois o sistema endocanabinoide está no corpo todo. São muitos casos de dor, mas a gente tem uma clínica muito ampla. Tenho contato com patologias muito graves e que não são tão frequentes. Mas lido muito com ansiedade e insônia, que são muito comuns.”
Em busca da melhora da qualidade de vida de seus pacientes, Izabel comemora pequenas e grandes transformações.
“Tenho uma amiga com artrite reumatoide que estava há três anos sem conseguir pentear o cabelo ou caminhar na rua por conta das dores. Quando começou a tomar o óleo, teve uma melhora significativa da inflamação e ficou toda feliz que conseguiu fazer coisas simples.”
“Teve dois irmãos gêmeos com 12 anos e quadro grave de autismo. Com a Cannabis, o pai conseguiu levar eles à praia e estava todo feliz pois estava tomando sorvete com eles.”
“A Cannabis vem me encantando a cada melhora, cada resultado lindo, positivo. É muito emocionante trabalhar com a medicina canabinoide porque a gente entrega qualidade de vida.”
“É diferente de controlar um sintoma com medicamento que vai dar efeitos colaterais horríveis. Os efeitos colaterais da Cannabis são benefícios, como ao aumentar o apetite de quem não consegue comer.”
“Eu vejo que é uma medicina muito humana. Traz a gente para um lugar de realização no sentido de saber que seu trabalho está vindo da natureza e sendo tão positivo na vida das pessoas.”
Espalhar a semente
Para a médica, a maior dificuldade é conciliar o medicamento canabinoide com a realidade social de Canavieiras. “Eu chamei pra mim a responsabilidade de tentar ajudar de alguma forma.”
“Tem uma aplicação enorme, vai caber no contexto de muita gente, eu fico querendo falar para elas, mas sei que muitos não vão ter condições de acessar. No começo eu falava, mas eles me respondiam para cair na real. Mas a gente foi pensando em formas, começou a se organizar localmente, mobilizar a questão associativa. Começamos a organizar um caminho junto à comunidade.”
No entanto, não esconde as dificuldades. “Nosso município é bem pequenininho, com um contexto de vulnerabilidade social muito grande. Metade da população é beneficiário do Bolsa Família. A gente tem uma realidade que é bem difícil até no contexto até alimentar, de moradia, imagina para comprar um medicamento. É uma frustração enorme.”
Independente dos obstáculos, segue firme na busca de levar qualidade de vida a quem precisa. “É importante trazer a luz sobre esse conhecimento. Desmistificar a planta, porque é incrível.”
“Tem que estar com os olhos abertos e procurando ser sensível para ver as realidades que existem. Tem tantas pessoas que passam por tantas situações difíceis, então a gente vai espalhando as sementes dessa notícia boa de uma novidade antiga.”
Agende sua consulta
Você pode marcar uma consulta com a clínica geral Izabel Rocha agora mesmo. Basta clicar aqui e preencher um breve formulário.
Pela plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde, você encontra mais de 200 médicos com diversas especialidades e dentistas com experiência na prescrição e tratamento com Cannabis medicinal.
Acesse agora, encontre o profissional que melhor pode te atender e agende sua consulta!
Foi em busca de alternativas que o médico reumatologista Felipe Omura teve seu primeiro contato com a Cannabis medicinal. “A medicina só tem me dado alegria, no entanto, às vezes, com tudo que temos à disposição, a gente não consegue ajudar o paciente da forma que a gente gostaria.”
“Principalmente em casos de dor, existem pacientes que nos deixam com a sensação de impotência. Está extremamente polimedicado, já demos tudo que possa imaginar de analgésicos, opióides e ansiolíticos, e segue sofrendo muito.”
Omura não estava só nesse sentimento. Tanto que, ainda em 2017, o núcleo de reumatologia do hospital em que trabalhava, o Sírio Libanês, em São Paulo, organizou uma palestra com a médica Ailane Araújo, referência em medicina canabinoide no Brasil.
“Naquela época , ainda era muito pouco falado. Eu confesso que era muito cético em relação à Cannabis, assim como grande parte da comunidade médica ainda é.”
“Tive algumas experiências, mas o acesso era muito dificultoso. Para conseguir, era demorado. A disponibilidade de produtos era muito escassa. Tinha só uma pasta que era ruim pra caramba. Então a experiência inicial não foi muito positiva, os pacientes não gostavam, e acabei abandonando a ideia.”
O retorno à Cannabis
No entanto, o tempo passou, a ANVISA facilitou o acesso aos produtos e à variedade deles, e as informações a respeito das propriedades medicinais da Cannabis começaram a propagar pela sociedade.
“Desde a pandemia, houve uma demanda crescente de pacientes. Com esse número crescente de questionamentos, comecei a olhar com outros olhos a questão da Cannabis.”
O reumatologista decidiu, então, que seria a hora de aprofundar mais nos estudos, fez um curso de prescrição com Ailane Araujo e, há um ano e meio, se tornou médico prescritor de Cannabis medicinal. “Estou tendo o prazer de descobrir uma nova medicina.”
Sua decisão por incluir de vez a Cannabis em seu arsenal terapêutico veio da experiência com uma paciente. “Ela tem um diagnóstico de artrite psoriásica, já tinha bastante acometimento nas mãos, só que tinha também a doença de Paget vulvar, que é como se fosse um câncer na vulva.”
“Eu ficava bastante limitado para usar qualquer tipo de medicação, pois tinha o risco de piorar muito a doença base. Com as medicações disponíveis, eu não tava conseguindo dar conforto à paciente.”
“Com menos de um mês de canabidiol, houve uma mudança em sua qualidade de vida. Ela já não conseguia fechar a mão de tanta dor e rigidez e chegou super feliz pois estava conseguindo fechar. Já está praticamente sem dor e foi um caso muito importante para acabar com meu receio em relação ao CBD.”
Cannabis e o reumatologista
“Eu comecei a presenciar e vivenciar com meus pacientes o benefício da Cannabis medicinal. Aqueles vários que eu já me sentia impotente, com alguns deles, em menos de um mês de uso já conseguiram ter uma melhora na qualidade de vida impressionante.”
“Acho que agora não tem mais jeito. A Cannabis medicinal veio para ficar e realmente já está beneficiando muita gente. Vários médicos, por conta do desconhecimento, acabam falando mal.”
“Acho que nenhum medicamento que a gente usa nos dias de hoje, como antidepressivos, ansiolíticos, analgésicos e opióides, tem a segurança do CBD. Acredito que a Cannabis pode ser um grande veículo para uma mudança na medicina.”
“Obviamente a gente precisa ainda de muitos mais estudos sobre a Cannabis, mas está sendo cada vez mais difundida e teremos mais apoio para uma evidência científica cada vez mais robusta.”
Ceticismo e aceitação
Se depender de seus pacientes, o caminho se mostra ainda mais promissor. “Se a gente for falar em porcentagem, 90% dos pacientes que eu proponho não tem nenhum preconceito. É muito bem aceito.”
Embora mais céticos, os médicos, aos poucos, seguem essa tendência. “Nos últimos meses eu tenho me deparado com uma aceitação maior. Eu não cuido sozinho dos pacientes e peço o aval para determinadas condutas, como tirar um remédio. A grande maioria não tem se oposto à Cannabis.”
“Os médicos já começaram a enxergar de uma maneira diferente. O ceticismo leva à paralisação e simplesmente fala que não funciona. Os médicos têm que entender que a gente tá lidando com uma planta. Muitos falam que não tem evidência, mas qual fitoterápico tem uma evidência robusta?”
Agende sua consulta
Se você sofre com dores, já tentou de tudo, mas nada ajudou a aliviar seu sofrimento, a Cannabis medicinal pode ser uma solução. Clique aqui para marcar uma consulta com o reumatologista Felipe Omura.
O médico faz parte de uma lista com mais de 200 profissionais da saúde, com diversas especialidades, que você encontra pela plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde.
Em comum, todos acumulam experiência na prescrição e acompanhamento do tratamento com Cannabis medicinal.
Acesse agora e agende sua consulta!
A medicina sempre foi um desafio para Eleonora Santi. Diagnosticada com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) ainda aos oito anos, passou boa parte de sua juventude lutando para conseguir manter o foco e se concentrar nos estudos.
Somente aos 20 anos de idade, deu início ao tratamento com medicamentos alopáticos, que a ajudou a seguir seu objetivo de virar médica. Para que outras crianças não tenham que enfrentar as dificuldades que passou na infância, decidiu se especializar em pediatria.
“Mas eu me frustrei no caminho”, conta Santi. “Percebi que eu não prevenia, só tratava. Na área, eu não via o que pudesse fazer para que as crianças adoecessem menos e não precisassem ficar tomando tanto remédio.”
Pensando nisso, decidiu estudar medicina integrativa e ortomolecular. No entanto, sua própria condição demandava cuidado.
“As medicações alopáticas melhoram o foco, mas não comorbidades da doença, que são impulsos, reatividade, instabilidade de humor. Estava em um período deprimido, tinha me separado, estava muito triste e comecei a tomar antidepressivo.”
A Cannabis e o TDAH
Até que, na especialização, conheceu uma alternativa. “Quanto eu tive aula de Cannabis, vi como uma luz no fim do túnel para mim. Comecei a tomar a Cannabis por conta da depressão e consegui tirar o antidepressivo.”
Logo, porém, Santi percebeu que a Cannabis alcançou melhoras até então não esperadas.
“Eu consegui diminuir a medicação do TDAH, que eu tomava em dose muito alta. Fui fazendo o desmame e hoje, com dose mínima, consigo ter foco nos estudos, nas conversas, e tenho muito menos episódios de impulsividade e reatividade.”
“Eu comecei a fazer uso da Cannabis, tive resultado muito rápido e quis trazer para o meu consultório. Comecei a trabalhar com a Cannabis sob orientação dos meus professores e comecei a ter resultados incríveis no meu consultório.”
Logo em sua primeira paciente, a indicação do potencial de transformação na qualidade de vida que poderia proporcionar com a medicina canabinoide. “Ela tinha uma história de convulsão desde os 3 anos de idade, já tinha passado por vários neurologistas, feito diversos tratamentos, e não melhorava.”
Aos 60 anos de idade, a paciente era acometida por diversas crises epilépticas por mês que eram sucedidas por cerca de três dias de crise de ausência. “Ela não tinha praticamente vida normal. Chegou no consultório, a gente começou com Cannabis, e teve uma melhora que passou a ter uma convulsão em média por mês. Uma melhora abrupta.”
“Eu fiquei muito feliz. Foi um momento em que vi que tinha entrado em algo que iria me satisfazer como pessoa e como médica, ao trazer qualidade de vida aos meus pacientes.”
Cannabis e Medicina Integrativa TDAH
Logo Santi foi convidada a fazer parte do Núcleo de Desenvolvimento em Medicina Canabinoide e Integrativa (NDMCI), formado por um grupo de médicos de diversas especialidades, voltado para o estudo, pesquisa, desenvolvimento e aprimoramento das práticas clínicas de Cannabis medicinal e Medicina Integrativa.
“Já tenho mais de 60 pacientes desde que comecei a trabalhar com Cannabis (em maio de 2022) e todos os pacientes que deram continuidade ao tratamento estão dando respostas incríveis.”
“Os jovens procuram muito para ansiedade e os idosos para Parkinson. Tenho muitos pacientes de TDAH também porque falo muito sobre a minha condição nas redes sociais.”
Santi explica que não se trata simplesmente de receitar Cannabis medicinal, mas utilizá-la como parte de um tratamento que visa a melhora da qualidade de vida do paciente.
“Na abordagem da Medicina Integrativa, a gente vê o paciente como um todo. Não só como uma doença, mas corpo, mente e espírito. A gente tem que abordar o estilo de vida do paciente, traumas da vida, infância, alimentação. Tem que fazer uma anamnese bem detalhada do paciente. Não só naquele momento atual, mas de todo o passado dele para ver o que levou àquela doença.”
“A saúde como um todo”
“A Cannabis age de maneira natural em nosso corpo. Faz o equilíbrio do nosso organismo e pode ser associada a diversas patologias diferentes. O remédio alopático age direto em alguma doença ou sintoma, já a Cannabis vai melhorar a queixa do paciente, mas também a saúde como um todo.”
“Por exemplo, chega uma paciente com uma dor crônica da coluna. A gente vai tratar aquela dor, vai melhorar a dor dela e, ao mesmo tempo, a ansiedade, a depressão. A Cannabis também vai regular essas outras questões pois faz a regulação do nosso organismo inteiro.”
Mesmo diante das evidentes melhoras de seus pacientes, Santi compreende os médicos que ainda têm receio em relação à Cannabis. “Eu achei que fosse ter mais dificuldades com os pacientes, porque atendo muito idoso, mas são os médicos que mais questionam.”
“Eu acho super compreensivo porque ainda é uma novidade. Acho aceitável os médicos que não tem o conhecimento questionarem. Eu mostro o embasamento científico, mas cada um tem sua opinião. Não tento convencer ninguém. Eu tento esclarecer com artigos científicos e a maioria passa a aceitar e se interessar. ”
Agende sua consulta
Clique aqui para agendar uma consulta com a médica com especialização em medicina integrativa Eleonora Santi.
Santi está entre os mais de 200 profissionais da saúde, entre médicos de diversas especialidades e dentistas, com experiência na prescrição e tratamento com Cannabis medicinal que você encontra na plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde.
Acesse agora e agende sua consulta!
O Conselho Federal de Medicina, CFM, divulgou hoje a Demografia Médica. A plataforma foi construída com dados provenientes do registro de médicos dos 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) e deverá ser atualizada a cada seis meses. No relatório nota-se que o nosso país teve um salto, nos últimos anos, no número de médicos:
Atualmente cerca de 545,4 mil profissionais estão em atividade no país.
2,56 para cada mil habitantes no Brasil
O número representa aproximadamente 2,56 médicos para cada mil habitantes. O número é próximo ao índice de outros países, como os Estados Unidos. Porém a distribuição dos profissionais é desigual.
Maioria dos médicos estão nas capitais do Brasil
A desigualdade na distribuição e na fixação de médicos pelo Brasil é clara segundo a Demografia Médica:
- Mais de 290 mil médicos estão concentrados somente nas capitais, atendendo a 24% da população brasileira.
- Entre as regiões, o Norte é a mais deficitária.
O potencial da telemedicina no Brasil
Com estes números atualizados dos números de médicos no Brasil, a consulta médica online se confirma como uma modalidade possível no país. Recentemente a lei que autoriza telemedicina no Brasil foi sancionada.

É importante destacar que todas as especialidades podem realizar a consulta online.
Como funciona a prescrição médica na consulta on-line?
A prescrição médica na consulta online é realizada em forma de um documento digital gerado por médicos em plataformas específicas para esta finalidade. Uma dessas plataformas foi desenvolvida pelo próprio CFM e é chamada de Prescrição Eletrônica.
Por meio dessa tecnologia, o médico consegue emitir de forma fácil e gratuita atestados, receitas simples, receitas de antimicrobianos, receitas de controle especial, relatório médico, solicitação de exames, laudos e pareceres técnicos.
Para usá-la, porém, o médico precisa informar sua assinatura eletrônica com certificado digital, a fim de comprovar que tal documento é mesmo autêntico.
Dessa forma, quando o paciente se dirigir à farmácia e comprar o medicamento, o farmacêutico dará baixa no documento e, então, ele não poderá ser usado novamente. Tal qual as receitas impressas em papel, que são retidas na farmácia após seu uso.
Os produtos à base de Cannabis são alguns dos diversos medicamentos que podem ser adquiridos com receita digital. É o caso de antidepressivos, ansiolíticos, controladores de hormônios, antimicrobianos, anticonvulsivantes, antipsicóticos, dentre outros.
Agende sua consulta
Se você vive em uma região que não conta com médicos e médicas que prescrevem Cannabis e você quer começar o seu tratamento com canabinoides, aqui na nossa plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde, você encontra mais de 200 médicos prescritores, com diversas especialidades.
Ao remontar os motivos que levaram à psiquiatria, Éder Morais retorna à infância. Sua avó, líder religiosa de um centro espírita, lidava muito com o sentimento humano e isso deixou marcas. “Eu era criança e ficava assistindo essas grandes lições que minha avó me deu durante um período da minha vida.”
Uma experiência que fez Morais desenvolver uma habilidade fundamental na profissão. “Eu tenho uma facilidade muito grande de ouvir as pessoas. Sempre vinham conversar comigo sobre essas questões de sentimentos. Eu tenho uma escuta muito ativa, gosto de ouvir histórias, e acho que um bom psiquiatra tem que ser um bom ouvidor de histórias.”
O caminho, no entanto, não foi linear. Morais percorreu outras rotas na medicina até chegar à especialidade.
“A cirurgia que me atraía muito, mas eu me decepcionei um pouco com a especialidade. Fui rever na terapia e foi fantástico. A possibilidade de me conhecer muito melhor e conseguir entender o quanto a psiquiatria fazia sentido para mim. Entrei nesse mundo e é uma paixão. Não consigo me ver fazendo outra coisa.”
Psiquiatria e Cannabis
O local escolhido para fazer a especialização, a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, ajudou a formatar sua trajetória. “Estava em um local que estudava muito o canabidiol. Em uma conversa com um docente, vi que estava publicando um artigo sobre o canabidiol, vi que ele tinha várias publicações e comecei a me interessar. Vi que era um campo gigante de estudo.”
A USP Ribeirão é a instituição com o maior volume de pesquisas científicas sobre a Cannabis medicinal no mundo. “Eu achei fantástico. É uma molécula que tem toda uma questão sociocultural. Foi a oportunidade de entrar nessa área, fui estudando cada vez mais e descobri trabalhos com outras substâncias psicoativas, que eram muito estudadas nas décadas de 1970, 1980, e agora está voltando.”
“A psiquiatria deu uma limitada na década da década de 2000 pra cá no ponto de vista farmacológico do tratamento de vários transtornos psiquiátricos e essas substâncias estão ganhando um espaço muito grande nas ciências.”
O que mais o impressionou foi justamente o potencial de tratamento em casos em que a medicação convencional não entregava resultados. “Em casos refratários, na maioria das vezes a pessoa fica num limbo, sem muita expectativa de melhora, e cria-se um estigma no paciente e seus familiares.”
“Eu pensei que poderia, pelo menos, melhorar algo naquilo que não se esperava melhorar nada e me entusiasmou para estudar a Cannabis.”
Casos de sucesso
Um de seus primeiros pacientes com canabinoide trouxe a certeza de seu caminho. “Um caso de de Transtorno obsessivo Compulsivo muito grave. Ele conta que, para cruzar o corredor da sua casa até o banheiro, tinha que fazer uma série de 15 rituais. Eram quase 8 horas por dia praticando um comportamento compulsivo e um sofrimento absurdo.”
“Com o uso do canabidiol, ele teve uma resposta fantástica. Chegou a chorar no meu consultório, eu fiquei muito emocionado. Pela primeira vez em dez anos ele pode ir ao banheiro sem nenhum tipo de ritual. Me motivou 100 vezes a estudar mais pois era um caso que já usava medicação em dose alta e já não tinha muita esperança.”
Desde então, trata principalmente TOC, ansiedade, insônia, depressão, esquizofrenia e TEA. “Transtornos muito graves e que não respondem à medicação e tem uma indicação muito clara de uso de canabidiol.”
“Já atendi pacientes que não querem de jeito nenhum usar antidepressivo. Tem vários efeitos colaterais que podem acontecer e, nesses casos, eu prescrevo canabidiol sem problemas, mas tem que estar bem claro entre eu e o paciente que estamos optando por algo que pode melhorar muito, mas com a ressalva que não podemos fazer de forma deliberada.”
“É importante ter a ideia de que existe um número baixo de estudos, mas, aparentemente, o canabidiol tem uma resposta muito melhor do que os antidepressivos na parte dos efeitos colaterais. Os efeitos colaterais do canabidiol são pouco documentados, mas são mais raros do que se você usar o antidepressivo.”
Futuro promissor
Contudo, Morais acredita que cada vez mais o canabidiol vai ganhar espaço dentro da psiquiatria. “O primeiro motivo é que a farmacologia na psiquiatria deu uma estacionada. Nos últimos 20 anos, poucos medicamentos foram desenvolvidos. A gente usa o que foi desenvolvido na década de 90 e até hoje é a primeira linha de tratamento.”
“O segundo ponto é que os estudos iniciais com canabidiol trazem uma esperança muito grande de melhora dos pacientes.”
“Eu tenho grande esperança de poder prescrever canabidiol cada vez mais de forma totalmente científica, baseado em evidências, sem ficar naquela panaceia de que trata tudo e não trata nada. Cria-se um preconceito em relação a isso.”
Ciências contra o preconceito na psiquiatria
“Pela falta de informação, cria-se um conceito geralmente pouco flexível. Uma opinião baseada em um conceito pré-existente. Quando você não tem informação suficiente para poder esclarecer melhor esse conceito, mantém aquele preconceito.”
“O que me deixa incomodado nessa parte do preconceito é o aspecto sociocultural da droga em si. Esse precisa ser combatido. Uma ideia de que é uma substância condenada, errada, sendo que há muitas substâncias que são utilizadas na medicina e podem ser droga também.”
Para dar sua contribuição à pesquisa, o psiquiatra está em fase de conclusão de sua tese de mestrado em que relata a experiência com seu paciente com TOC.
“Eu recebi na semana passada a notícia de que meu projeto foi aprovado no Congresso Europeu de Psiquiatria e em março vou apresentar esse trabalho com resultados parciais. Estou muito otimista e com uma expectativa muito grande para o futuro.”
Agende sua consulta
Você pode marcar uma consulta com o psiquiatra Éder Morais agora mesmo. Basta clicar aqui e acessar seu perfil na plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde.
O especialista faz parte de um time com mais de 200 profissionais da saúde, entre médicos com diversas especialidades e dentistas, com experiência no tratamento canabinoide que você pode acessar por meio de nossa plataforma de agendamento.
Acesse agora e agende sua consulta!
Não fosse a opção pela atuação como empresária, provavelmente a médica especializada em acupuntura e integrante do Núcleo de Desenvolvimento em Medicina Canabinoide e Integrativa (NDMCI) Karla Arana teria um rumo bem diferente.
Formada em medicina no ano de 1991, deixou a profissão de lado para se dedicar à vida de empresária do ramo imobiliário. Vinte anos mais tarde, com os filhos crescidos, retornou à medicina com uma outra visão.
“A medicina é muito especializada. Cada vez mais o pessoal está sabendo muito sobre um pedaço cada vez menor do corpo. Acupuntura é uma área que eu consegui ver o paciente como um todo. Ver como um ser humano.”
Cannabis e acupuntura
Buscou uma especialização em acupuntura e atender seus pacientes, com a grande maioria composta por idosos com quadro de dor crônica. “Foi em 2018, em um simpósio de dor, onde a acupuntura foi destaque, que ouvi pela primeira vez em Cannabis e achei bem interessante.”
A determinação de estudar o sistema endocanabinoide veio pouco depois. “Minha mãe teve um ataque de colite e ficou muito mal, com sangramento e muita dor abdominal.”
“Nós estávamos nos EUA e lá a Cannabis já é muito usada. Uma amiga disse que a filha toma. Ela estava com muita dor e tomou um contador inteiro. Claro que teve um mal-estar. Busquei me inteirar para poder tratar melhor minha mãe.”
Diante do resultado positivo, buscou se aprofundar no tema com cursos e pesquisas. “Vamos ver a parte médica. Ver o que funciona e quais os mecanismos de funcionamento. Não ficar no achismo.”
Agregar
Logo, a Cannabis já figurava como mais uma opção terapêutica fornecida por Arana aos seus pacientes. “Idoso tem muita dor e acaba levando à depressão. Vi que seria bem interessante agregar junto com acupuntura, a Cannabis, e estou bem satisfeita com os resultados.”
De acordo com Arana, acupuntura e Cannabis são estratégias complementares. “A acupuntura aumenta a produção de endocanabinoides. Ela funciona fazendo com que nossas células aumentem a produção de neurotransmissores.”
“Com a idade, a gente vai perdendo a produção de neurotransmissores e dos endocanabinoides. Quando você repõe os canabinoides, tem melhor atuação de neurotransmissores e você vê que o paciente dá uma levantada mais rápido.”
“Você vê que melhora muito o humor, a disposição, energia. O paciente fica mais ativo. A parte de cognição dos pacientes, você vê uma melhora. Estimula a fazer atividade física, a parte social, a vontade de integrar novamente a sociedade.”
“A gente não consegue eliminar a dor 100%, até porque a maioria tem artrose, mas tem qualidade de vida. Não deixa que a dor tome um tamanho maior do que ela deve ter dentro da vida deles.”
“Às vezes, os filhos vêm e dizem que a mãe melhorou de humor, tá mais participativa, tá interagindo. Tá mais alegre e não fala só de doença. Melhora a convivência familiar.”
“O idoso acaba sendo excluído e só tem atenção quando está doente. Não quer melhorar porque perde a atenção. Quando a gente mostra que existe outro jeito dele ter atenção da família, que é bem mais gostoso para todo mundo, ele também se dedica mais ao tratamento.”
Sem pílula dourada
“Um grande problema que eu tenho é explicar que a Cannabis traz benefícios, mas ela não vai acabar com 100% da dor e ele vai voltar a ser feliz como era antes de ser viúvo. Vai melhorar a qualidade de vida, mas não é a pílula dourada que vai resolver todos os problemas dele.”
“É uma muleta. Um coadjuvante que vai ajudar no todo. Acaba não sendo a terapia principal, mas é uma ferramenta para o paciente ter melhor condição de vida. É mais uma ferramenta, como a acupuntura e os alopáticos. Você não exclui, você agrega para melhorar a vida do paciente.”
“Eu acho que a Cannabis, daqui pra frente, só vai ganhar mais espaço. Os colegas estão sendo fomentados com material científico e os pacientes entendendo que mais uma muleta que vai ajudá-los no dia-a-dia.”
“Seria muito interessante se a gente conseguisse difundir entre os alunos de medicina, para que tenham um entendimento do fitoterápico para que conseguissem ir agregando em suas rotinas.
“Daqui pra frente eu vejo um futuro muito aberto e um campo muito promissor, pois, a hora que fomentar esses jovens médicos com material didático científico, eles vão ficar confiantes e entender que a Cannabis é uma grande aliada no tratamento de rotina dos pacientes.”
Agende sua consulta
Clique aqui para marcar um horário com a médica especialista em acupuntura Karla Arana.
Ela também é médica do Núcleo de Desenvolvimento em Medicina Canabinoide e Integrativa (NDMCI). Um grupo de médicos de diversas especialidades voltado para o estudo, pesquisa, desenvolvimento e aprimoramento das práticas clínicas de Cannabis medicinal e Medicina Integrativa.
Você também pode clicar aqui para buscar entre os mais de 200 profissionais da saúde, entre médicos com diversas especialidades e dentistas, presentes na plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde.
Acesse agora e agende sua consulta!
A ortopedia já virou tradição na família Risola. Ainda pequeno, o caçula Tiago, ao lado de seu irmão Clayton, assistiam os vídeos das cirurgias ortopédicas realizadas por seu pai, Claiton. “Como não tinha sangue, ele deixava a gente ver, e acabou que fomos pegando gosto.”
Tiago Risola ainda se formou em biomedicina e atuou por dois anos na área até decidir que seguiria na profissão de seu pai. “Para mim é um orgulho. Meu irmão, três anos mais velho, também é ortopedista e trabalhamos os três juntos na mesma clínica. É uma coisa bem familiar.”
Tiago se especializou em coluna e cirurgia minimamente invasiva. “Após isso, comecei a ter muita procura de pacientes com dor crônica, e fui estudar dor no Einstein e depois na USP.”
A Cannabis pelos pacientes da ortopedia
Mesmo com toda especialização, até então, Tiago só havia escutado falar sobre as propriedades terapêuticas da Cannabis de forma superficial em algumas aulas da formação no tratamento da dor. Até que seus pacientes começaram a questioná-lo sobre os fitocanabinoides.
Para dar uma resposta satisfatória, foi estudar. “Fiz cursos e comecei a conversar com outro colega, Caio Rondon, que já trabalhava com dor. Fui ao consultório dele acompanhar as consultas relacionadas ao canabidiol. Eram casos que já eram acompanhados por vários médicos e nada resolvia, e o canabidiol tirou a dor com a mão.”
“Fiquei maravilhado. Eu estudei medicina porque quero o bem-estar dos meus pacientes. Ter um tratamento natural com o qual consigo resolver o problema do paciente, o que mais eu quero? Foi o que me levou a ir mais fundo no canabidiol.”
Há cerca de quatro anos, Tiago Risola prescreve Cannabis aos seus pacientes. “Está sendo uma experiência maravilhosa. Já tenho vários tipos de pacientes. Trato endometriose, Parkinson, ansiedade, insônia.”
Ortopedia familiar
Além dos casos ortopédicos. “Tem uma experiência muito próxima. A minha sogra teve uma fratura de coluna no ano passado e começou a passar muito mal com as medicações que eu mesmo passei para a dor dela.”
“Ela era meio avessa ao canabidiol. Era óleo de maconha. Só que eu comecei com o tratamento e, com uma semana, ela ficou 100% sem dor. Eu não sabia que eu conseguiria tratar uma fratura com canabidiol, então foi maravilhoso.”
“Na minha especialidade, eu uso muito opioide. Morfina, Tramal, muito remédio forte que o paciente tem reações adversas. Tontura, muito sono, vômito. Com o canabidiol, o pior que tive foi três dias de diarreia e outro com dois dias de cefaléia. Nada além disso.”
“É o que me leva a ser mais destemido no uso do canabidiol. É um tratamento muito bom. Ainda tem alguns empecilhos em relação aos valores, mas quando os pacientes veem que a terapia tem resposta, acabam aderindo.”
“A qualidade de vida de antes”
Tiago Risola destaca o potencial de atuação da Cannabis em diversos aspectos da saúde. “Todo paciente com dor tem um quadro de ansiedade e depressão associado. Dependendo do caso, com fibromialgia.”
“Na minha experiência, em poucos dias de tratamento com Cannabis, já tem uma melhora da ansiedade e depressão. o paciente que não dorme por causa da dor, acaba dormindo melhor. Assim, o paciente volta a ter a qualidade de vida que ele tinha antes do problema.”
Apesar dos resultados evidentes na melhora do bem-estar de seus pacientes, Tiago acredita que a Cannabis ainda tem um longo caminho a percorrer. “Tem gente que olha torto. Tem muito colega que eu tento explicar e não entende. Fecha os olhos e só quer enxergar aquilo que aprende na medicina. Na faculdade não ensinam e ele acha que é certo só aquilo que ele aprendeu.”
Até seus familiares e colegas de clínica questionam a eficácia do tratamento, mas Tiago não tem dúvidas. “Desde que conheci a Cannabis, minha relação médico paciente mudou. A nível de contato com o paciente e na melhora do quadro deles.”
“Tenho paciente que tomava 27 comprimidos diferentes e, com 30 dias de tratamento, reduziu para 12. A gente tá reduzindo ainda mais. Então, eu vejo a Cannabis como um futuro muito bom. Ela fez mudar minha visão e mente em relação ao tratamento de dor.”
Agende sua consulta
Pela plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde é possível marcar uma consulta com o especialista em ortopedia e dor Tiago Risola.
Tiago Risola também é médico do Núcleo de Desenvolvimento em Medicina Canabinoide e Integrativa (NDMCI). Um grupo de médicos de diversas especialidades voltado para o estudo, pesquisa, desenvolvimento e aprimoramento das práticas clínicas de Cannabis medicinal e Medicina Integrativa.
Você também pode clicar aqui para buscar entre os mais de 200 profissionais da saúde, entre médicos com diversas especialidades e dentistas, presentes na plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde.
Acesse agora e agende sua consulta!
Apesar da especialização em pediatria, o médico Marcelo Moren tinha uma paciente que destoava do perfil de idade dos demais: sua avó. Octogenária, ela já acumulava 25 anos de dor crônica, com um quadro agravado de escoliose e cifose.
“Já tentei diversas terapias, que amenizam, mas dificilmente ela fica sem dor. Essa dor contínua, causa uma paciente ansiosa, depressiva, porque não consegue andar direito, fazer suas atividades. Não conseguia ter prazer nas coisas básicas da vida, como passear.”
Até que um tio seu que trabalhava na indústria farmacêutica comentou sobre a possibilidade de tratamento com Cannabis medicinal.
Na época, 2016, pouco se falava das propriedades terapêuticas dos fitocanabinoides, a prescrição era restrita a algumas especialidades, mas, por intermédio de seu tio, foi convidado a participar de um congresso sobre o tema.
“Eu comecei a entender mais sobre o sistema endocanabinoide e das aplicações da Cannabis medicinal. Entendi que seria um cenário favorável para a utilização no quadro da minha avó.”
“Ela deu início ao tratamento em 2016 e mantém até hoje. Tivemos uma redução da dor de 40 a 50%, em média. Isso proporcionou uma qualidade de vida melhor. Hoje consegue fazer suas atividades diárias. Na época, estava fazendo a utilização de cadeira de roda, hoje ela já anda, obviamente com certa dificuldade.”
“Hoje ela tem um sono bom. É uma paciente que ainda mantém um perfil ansioso, até pela questão da idade, mas que melhorou cerca de 40 a 50% também desse quadro ansiogênico. A paciente mantém as melhoras obtidas e conseguimos fazer a desprescrição de algumas medicações.”
Pediatria, geriatria e Cannabis medicinal
O caminho, porém, não foi tão simples. “Como era ainda um tempo remoto dentro da prescrição, a gente ficava bastante inseguro. Ainda tinha uma restrição em relação à terapia, então foi bastante difícil conversar com o geriatra que acompanhava ela na época.”
Para que pudesse se sentir seguro para assumir de uma vez o tratamento da avó, decidiu se especializar em geriatria enquanto estudava mais sobre as propriedades terapêuticas da Cannabis.
“A partir daí, a gente rompeu essa barreira do medo e da ignorância e seguimos estudando. Até que consegui uma pós-graduação em Cannabis e parece que o mercado se abriu.”
“Hoje, além da pós-graduação, tenho quatro cursos de prescrição e sigo me atualizando. Mas, a partir de 2017, comecei a ter segurança para prescrever aos meus pacientes.”
O início pela pediatria
Na época, Moren trabalhava com pediatria em um centro especializado em recuperação onde atendia crianças com autismo severo. “Comecei a conversar com essas mães e informar elas dessa nova ferramenta terapêutica e algumas mães toparam.”
“Tive uma resposta terapêutica muito boa. Óbvio que nem todas as pessoas se beneficiam, mas uma média de 80% se beneficiou.”
Com o tempo, médicos passaram a ter mais segurança jurídica para a prescrição, assim como o acesso aos produtos foi facilitado.
“Assim, a gente começou a abrir o leque terapêutico. Depois que fiz geriatria, comecei a atender todas as patologias que permeiam a terceira idade e a ter segurança para prescrever a esses pacientes também.”
Corpo e mente
Com o retorno positivo dos pacientes, mais e mais pessoas passaram a procurá-lo em busca do tratamento com Cannabis medicinal. Até que, em 2020, decidiu criar a Soul Clínica Canábica, em Volta Redonda (RJ).
“Juntei a pediatria e a geriatria nesse consultório e coloquei diversos especialistas, como nutricionista, psicólogo, advogado, fisioterapeuta, para que a gente pudesse cuidar da saúde geral desse paciente.”
“De uma forma abrangente, cuidar do corpo e da mente desse paciente, combinando a medicina convencional com as práticas de medicinas complementares. A gente atende em torno de 30 patologias na clínica com um resultado muito satisfatório.
“Já atendemos 960 pessoas na clínica, grande parte com um tratamento continuado, e uma resposta terapêutica muito boa.”
Conceito humanista
De acordo com Moren, a Cannabis implica em uma mudança na forma de fazer medicina. “A gente está muito acostumado com a consistência. Com a receita de bolo.”
“Independente da compreensão física do paciente, do metabolismo, se faz atividade física ou não, se se alimenta bem ou não, a gente sempre dá aquele remedinho da prateleira.”
“Receita um comprimido de 8 em 8 horas, o paciente vai fazer seu tratamento e dificilmente volta. Não cria um vínculo com ele. Vai voltar dentro de cinco meses se não melhorou ou teve um efeito adverso.”
“A Cannabis traz um conceito completamente diferente. Um conceito mais humanista. A gente assume esse paciente e faz um acompanhamento continuado. A gente começa devagar, mantém devagar, e, assim, consegue entender fisiologicamente o organismo do paciente.”
Efetividade ampla
“Os canabinoides agem como se fosse uma caixa de ferramenta. Eles conseguem agir em diversas etapas da nossa fisiologia e, então, quando o paciente está com dor crônica, ele não vai tratar somente a dor crônica.”
“Lógico que o nosso intuito é amenizar aquela angústia, mas também vai trabalhar na melhora do sono, da compulsão, da ansiedade. Vai melhorar o balanço energético, as taxas de glicemia e o colesterol. Melhora o humor.”
“Acaba que uma única medicação segura, um fitoterápico, tem uma efetividade ampla. Uma única medicação consegue agir no organismo do paciente como um todo e melhorar a qualidade de vida. Se dorme melhor, o dia é mais tranquilo, a ansiedade diminui, a depressão diminui, vai melhorar o quadro do paciente como um todo.”
“A gente tem diversos pacientes com polifarmácia. Uma medicação traz um efeito adverso e prescreve outra para aquele efeito adverso. Os pacientes acabam se sentindo mal e não querem tomar tantos remédios. A Cannabis é uma forma de balancear isso.”
“Sem medo de errar, eu acredito que, em poucas décadas, a Cannabis será o medicamento mais utilizado do mundo. Vai substituir muitos opioides, ansiolíticos, antidepressivos, hipnóticos. Todas essas medicações em que a gente vê um quadro de deterioração da saúde do paciente a longo prazo.”
Agende sua consulta
O médico generalista com especialização em pediatria e geriatria Marcelo Moren está disponível para consultas pela plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde.
O médico também atende pelo Núcleo de Desenvolvimento em Medicina Canabinoide e Integrativa (NDMCI).
Pela plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde, você entra em contato com mais de 200 profissionais da saúde, entre dentistas e médicos com diversas especialidades, com experiência na prescrição e acompanhamento do tratamento com Cannabis medicinal.