Wilson Lessa, diretor da Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis, participa de um webinário nesta quinta-feira (23), quando irá falar sobre redução e controle da ansiedade durante esse longo período de isolamento e como o canabidiol pode ser útil
Enquanto não se descobre uma vacina ou droga de eficácia comprovada contra a Covid-19, o isolamento social ainda será a melhor arma para evitar o contágio e disseminação do vírus. Porém, passado mais de um mês de quarentena forçada no Brasil, os efeitos colaterais dessa medida começam a ficar mais evidentes. Controlar a ansiedade e outros distúrbios mentais parece ser tarefa cada vez mais difícil. A questão é que justamente a nossa saúde mental é que dará forças para enfrentarmos as próximas semanas. Ou até mesmo os próximos meses.
Para saber como cuidar da nossa saúde mental e se os canabinoides podem ter alguma atuação nessa luta, o portal Cannabis & Saúde entrevistou o psiquiatra Dr. Wilson da Silva Lessa Junior, diretor científico da Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis e professor de Medicina da Universidade Federal de Roraima. Dr. Lessa participará de um webinário sobre ‘Saúde mental em tempos de Coronavírus’ nesta quinta-feira (23). Mas nós antecipamos agora alguns conteúdos da palestra dele.
Wilson Lessa nos revelou que está recebendo em seu consultório pessoas que nunca tiveram quadros de ansiedade antes e que estão desenvolvendo essa condição recentemente, “porque deixaram de fazer coisas que eram atenuantes do stress diário”. Segundo Lessa, a ansiedade atrapalha a nossa capacidade de planejamento a longo prazo, e isso pode virar uma bola de neve.
Para o psiquiatra, são diversas as atividades que podem nos ajudar a controlar a ansiedade, como criar uma rotina de leituras, de atividades físicas, de filmes e séries, não ficar o tempo todo na frente da TV ou na internet lendo notícias sobre a crise e não abusar do álcool e outras drogas.
O psiquiatra explica que a ansiedade se manifesta nos momentos em que a gente sente aqueles sintomas psicológicos da doença, como falta de ar momentânea ou a sensação de nó na garganta. Nestes casos, é interessante procurar auxílio médico, e existem opções online de tratamento psicológico e medicamentoso.
É nesse aspecto que entra a Cannabis medicinal. Mas o médico salienta: é o canabidiol que tem propriedades ansiolíticas: “o CBD é antagonista do receptor da serotonina. Fazendo esse antagonismo, ele tem uma ação ansiolítica muito significativa”.
Já o THC, em doses altas, pode aumentar a nossa ansiedade, e isso não é nada bom nesse momento.
C&S: Como manter a saúde mental durante o isolamento?
Wilson Lessa: As pessoas costumam ter reações diferentes em tempos diferentes. Boa parte delas começa com a negação, negar que existe (a crise), que não é algo tão sério. Isso é psicológico. Só que o outro lado da moeda é quando se sai de uma negação completa para uma preocupação direta e constante.
E quando a gente fica à mercê do medo, a primeira coisa que a gente perde é a criatividade de planejamento. Conversando com pacientes e lendo a respeito também, percebo que as pessoas, quando ligam o modo de medo, deixam de planejar coisas para dois, três anos, mas ficam mais imediatistas: pensam apenas no hoje, no amanhã. Isso tem a ver com o sentido de sobrevivência, mas impede a capacidade de sonhar, de imaginar.
Agora, existem profissionais que não podem parar, as profissões como comércio de alimentos, limpeza urbana, energia, e essas pessoas têm outros tipos de angústias. E muitas não recebem sequer materiais de proteção e entendem que podem levar a doença para casa ou para algum familiar. Ou então já tem alguma doença crônica, como diabetes, obesidade.

Dr Wilson Lessa na Universidade Hebraica de Jerusalém
Mas o que fazer para reduzir toda essa ansiedade?
Não fique o tempo todo no noticiário de TV. Tem que ter uma quantidade de tempo adequada para o nosso dia. Ver apenas um telejornal já é uma maneira de estar alerta, mas não trazer mais preocupação do que se precisa para o cérebro. Quem está fazendo home office tem que procurar uma rotina e não fazer suas atividades de forma desregrada.
Tenha uma rotina de leituras, assista uma série, mas não é pra ver tudo de uma vez só, que é uma tendência pelo isolamento. Também não exagerar na alimentação, que é um dos reflexos da ansiedade. Quanto ao uso de drogas, esse é um período que a pessoa fica mais vulnerável, então não abusar do álcool nem de outras drogas.
Fazer exercícios físicos. Um bocado deles podem ser feitos dentro de casa. Inclusive existem várias aulas disponíveis na internet. Se for fazer na rua, que fique de 3 a 5 metros de distância de outra pessoa, porque o vírus fica no ar. É desconfortável correr de máscara, mas é o melhor a ser feito.
Existe uma rede de solidariedade psicológica gratuita. Muita gente também tem sentido falta da questão espiritual. Tem muito padre e pastor que está fazendo suas atividades online. Então é importante para quem acredita. Muitos artistas têm feito shows online, você pode prestigiar seus artistas favoritos.
Então a gente está tendo que se reinventar. É o momento da gente sair da rotina e criar um novo modo de encarar as coisas. As pessoas estão sofrendo bastante. Eu to recebendo pessoas que nunca tiveram quadros de ansiedade e estão desenvolvendo, porque deixaram de fazer coisas que eram atenuantes do stress diário. Como os avós que gostavam de estar com os netos e não estão mais. Então não é só o isolamento, é deixar de fazer as coisas que te faziam bem.
Quais os impactos desse cenário de reclusão na vida dos pacientes que já sofrem com estresse pós-traumático, com ansiedade?
Para pessoas que apresentam quadros de ansiedade, isso tende a se potencializar. Muitas pessoas acabam ficando com tanto medo de estarem doentes que não conseguem sequer sair de casa para fazer um atendimento presencial.
Ainda bem que agora já existe a possibilidade da teleconsulta, e por mais que não seja a mesma coisa, já alivia. É difícil comparar o prazer de pilotar um carro ao de dirigir num videogame, mas nesses tempos, é interessante.
Outra demanda também é sobre pessoas que adoecem com o vírus e que ficam com medo de morrer. Elas precisam de suporte emocional para conquistar a confiança necessária, além dos cuidados médicos. Aumenta, não só a ansiedade das pessoas que estão doentes, mas das pessoas próximas a esse paciente. Quem já perdeu seus parentes, que estão sendo enterrados com caixão fechado, não poder se despedir do seu ente é muito dolorido.
A gente falou sobre os pacientes, mas e qual o impacto desse cenário na vida dos médicos e demais profissionais de saúde?
Os médicos agora estão providenciando a despedida dos familiares que não estão podendo fazer isso pessoalmente. Então eles têm que levar um celular para o familiar fazer a despedida por vídeo. Isso é algo muito sério, muito pesado. Além, é claro, de ver os colegas adoecerem. Causa um stress muito grande. Nem sempre saber se terá um equipamento de proteção também.
Tudo isso gera muita ansiedade nos profissionais, e eles adoecendo precisarão ser substituídos. Daí a dúvida é se vai ter gente pra substituir todo mundo que adoecer. Por isso, o governo está chamando um quadro de reserva, com veterinários, nutricionistas, fisioterapeutas.
Como lidar com os sintomas psicológicos, doutor?
Cerca de 70% das pessoas são assintomáticas, mas o corpo responde imunologicamente contra o vírus. Tem que perceber se é uma coisa contínua ou que vem e passa.
Veja se a pessoa tiver anosmia, que é dificuldade de sentir o cheiro das coisas, que boa parte dos pacientes tem sentido. Algumas pessoas apresentam uma espécie de conjuntivite e cansaço, como se tivesse feito muito exercício. Se for uma coisa intermitente, uma falta de ar momentânea, uma sensação de nó na garganta, provavelmente, é uma crise aguda de ansiedade.
Nesses casos, a pessoa pode procurar ajuda também, porque essas crises podem atrapalhar a vida do paciente, que vai deixar de fazer suas atividade e ter condutas prejudiciais. É aí que deve procurar um profissional de saúde mental para buscar um tratamento psicológico ou até mesmo medicamentoso.
E o que tudo isso tem a ver com Cannabis medicinal?
Esse é a pergunta de um milhão de dólares! As pesquisas sobre isso são inibidas, não se pode fazer pesquisa. As pessoas conseguem fazer pesquisa sob muita dificuldade, apesar que a gente sabe que os canabinoides na ação conjunta têm efeito de imunorregulação.
A gente fala que ele é imunossupressor (característica que evita a rejeição de um órgão transplantado). Mas dependendo de cada paciente, a Cannabis pode ter uma ação diferente.
Por exemplo, pacientes soropositivo (HIV), que tem o sistema imunológico comprometido, a Cannabis pode ajudar um grupo de células de defesa, que melhoram a atividade imunológica da pessoa como um todo.
Agora, vamos falar dos pacientes que fizeram transplantes de órgãos. Nesses pacientes, o uso de canabinoides favorece a resposta contra a rejeição do órgão. a Cannabis ajuda a evitar essa rejeição.
Então, a resposta não seria no combate ao vírus, mas na modulação da resposta inflamatória. O grande problema do quadro viral, como foi da gripe espanhola, é a hiper inflamação. Então o vírus faz com que exista uma inflamação exagerada e crie situações que vão prejudicar a vida da pessoa. A Cannabis pode modular a tempestade de citocinas inflamatórias, é como se ele modulasse para que o corpo reagisse.
Bom, mas com relação à ansiedade, como a Cannabis pode ajudar?
A gente sabe fisiologicamente que o THC, a molécula psicoativa mais conhecida, em doses muito baixas, abaixo de 2,5 mg, tem uma atividade ansiolítica importante, uma preferência em fazer uma diminuição do disparo de neurônios do glutamato, que é um neurônio excitatório.
Em doses baixas, o THC diminui o disparo do glutamato; porém em doses altas, a gente tem o sistema GABA, que é o sistema inibitório, e ele acaba inibindo a inibição. Quer dizer, em dosagens maiores, ele tem ação ansiogênica, aumenta a ansiedade.
O canabidiol, por sua vez, por ter uma ação indireta, por aumentar os endocanabinoides, tem uma ação antagonista do receptor 5-HT1A, que é o receptor da serotonina. Fazendo esse antagonismo, ele tem uma ação ansiolítica muito significativa. Ele reduz a ansiedade. Isso já tem modelos pré-clínicos e em seres humanos também. Para ansiedade, O CBD é uma das principais medicações. O THC tem usos em alguns casos, mas o CBD é o ideal.
Dr. Wilson Lessa e Dr. Cristiano Fernandes discutem como controlar e reduzir transtornos como ansiedade e depressão e de que forma o canabidiol pode ajudar nessa luta em evento online gratuito.
Passado mais de um mês deste isolamento social forçado para conter a propagação do novo coronavírus, uma nova e silenciosa epidemia pode se abater sobre todos nós: os transtornos mentais. A solidão, a incerteza do futuro, sensação de impotência, o risco de ficar sem renda e a perda de familiares e amigos para esta pandemia podem desencadear efeitos colaterais, como ansiedade, insônia, estresse e depressão.
Um artigo publicado na revista Psychiatric Times alerta que as pandemias não são apenas fenômenos médicos: “elas afetam os indivíduos e a sociedade em vários níveis, causando diversas perturbações”. Segundo o artigo, indivíduos com doenças mentais ou pré-disposições podem ser particularmente mais vulneráveis aos efeitos de pânico e ameaça generalizados.
Médicos e profissionais de saúde também estão trabalhando no limite da saúde mental durante essa pandemia. Além, de ser o grupo de maior exposição ao vírus, uma das tarefas mais difíceis desses profissionais talvez seja providenciar a despedida dos familiares que perderam a vida para a doença. Ninguém mais pode mais fazer isso pessoalmente devido ao risco de contágio.
Um aliado no combate a toda essa ansiedade que a pandemia está trazendo, mas ainda pouco debatido é o canabidiol. A substância tem propriedades ansiolíticas comprovadas e resultados positivos em pacientes com problemas psicológicos, como depressão e transtorno de estresse pós-traumático.
Para discutir como manter a saúde mental em tempos de Covid-19 e como a medicina canabinoide pode ajudar, a healthtech de Cannabis medicinal CanTera, empresa do grupo OnixCann, irá promover no dia 23 de abril, às 19h30, um webinário com a presença de dois médicos especializados no tema, os doutores Wilson Lessa e Cristiano Fernandes.
Lessa é psiquiatra, professor da Universidade Federal de Roraima, diretor científico da Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis e membro da Society of Cannabis Clinicians (SCC) e da International Cannabinoid Research Society (ICRS). Já o Dr. Cristiano é mestre em Genética e Bioquímica pela Universidade Federal de Uberlândia, hematologista do Centro de Combate ao Câncer de SP e diretor médico da OnixCann.
O webinar é gratuito e será transmitido através de um link encaminhado aos inscritos. Para isso, basta preencher este formulário. As vagas são limitadas. O evento online irá discutir:
- – Aspectos psicológicos do confinamento
- – Como manter a saúde mental durante o isolamento?
- – Qual o impacto desse cenário na vida dos médicos e profissionais de saúde?
- – Quais os impactos desse cenário de reclusão na vida dos pacientes que sofrem com PTSD, ansiedade, stress?
- – Qual o impacto no acesso aos produtos à base de cannabis medicinal?
- – Quais alternativas para lidarem melhor com isso?
- – O que tudo isso tem a ver com cannabis medicinal
“Nosso convite é para que você participe deste webinar ‘Saúde Mental em Tempos de Coronavirús, porque entendemos que a saúde mental, na atual situação, é tão importante quanto os cuidados físicos”, convida Jaime Ozi, vice-presidente de negócios da Onix Cann.
“Cannabis é essencialmente um fitoterápico que atua em três importantes sistemas, na dor, sono e humor com neuro-receptores espalhados em todo corpo. Uma parte considerável das pessoas hoje busca soluções naturais para sua saúde e tem a oportunidade de tratamento seguro e com poucos efeitos colaterais a base da planta”.
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Mariana, mãe do Pedro Henrique, iniciou uma vaquinha para importar o derivado da Cannabis que trata a condição especial do filho; porém a solidariedade foi maior do que ela esperava
A vida com Pedro Henrique nunca foi barata. Diagnosticado com paralisia cerebral e síndrome de West, uma forma de epilepsia, o filho de Mariana Lima e Anderson Bifon demandou cuidados especiais logo cedo.
Antes de completar dois anos, o primeiro susto financeiro: precisariam gastar até R$ 2,5 mil para comprar uma órtese para o pé.
“A pisada dele não é normal, o pézinho e o tornozelo ficam um pouco para fora. A órtese imobiliza o pé e impede uma deformidade”, conta Mariana.
Naquela época, fizeram uma vaquinha online. Arrecadaram o valor necessário e a vida seguiu. Não de forma fácil. Os três tipos de medicamentos que ele tomava não ajudavam a cessar as crises convulsivas, o Vigabatrina, Hidantal e Topiramato.
Até que apareceu uma saída: o canabidiol. Só que, mais uma vez, a grana seria um impasse. Por mês, a família teria de desembolsar R$ 1 mil para cada ampola de 10 mL.
Um pedido de ajuda
A contragosto do marido, Mariana começou uma nova vaquinha. Era a única saída.
Desempregada, a pedagoga não teria como bancar o tratamento sem a ajuda dos amigos.
“Ele foi contra porque da outra vez algumas pessoas fizeram julgamentos. Avaliaram até nosso carro. A cadeira de rodas do meu filho não cabe no porta-malas de um carro pequeno, por isso temos um carro maior”, conta Mariana.
Para evitar dor de cabeça, Mariana divulgou a vaquinha só para amigos e familiares. Pedia R$ 3,5 mil reais para iniciar o tratamento do filho com CBD. Em dois dias, bateram a meta. Só que os amigos não se contentaram.
Passaram adiante a campanha, com divulgação em redes sociais. E aí o resultado surpreendeu a família. Em quatro dias, haviam arrecadado mais de R$ 5 mil. A campanha acabou com o dobro do que pretendiam: quase R$ 7 mil.
As boas notícias não pararam por aí. Mariana soube de um medicamento da empresa Cantera que custava quase metade do preço.
“Eu aceitei na hora. Passada uma semana, me ligaram para informar que o remédio havia sido aprovado pela Anvisa”.
Pedro Henrique começou a tomar duas gotas todos os dias de manhã. Depois a dose subiu para quatro gotas. E as melhores apareceram bem rápido.
“Nas primeiras semanas, a gente já conseguiu ver uma grande melhora dele, os escapes do Pedro foram controlados. As crises cessaram bastante. Em fevereiro, ele conseguiu ficar sentado por 15 segundos sozinho. Eu até filmei e postei no meu Instagram. Viralizou. Hoje ele já está sustentado mais o pescoço”, comemora a mãe.
E os progressos estão garantidos pelos próximos meses. A família comprou seis ampolas de 10 mL
com o dinheiro da vaquinha. Em média, o garoto consome um vidro de CBD a cada 40 a 45 dias.
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