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“Se tivesse informação sobre Cannabis, não teria perdido a vista”

“Se tivesse informação sobre Cannabis, não teria perdido a vista”

Após cinco cirurgias e perder a visão de um olho, Inalva Brito encontrou na Cannabis tratamento para o glaucoma e esperança contra a cegueira

Publicado em

20 de outubro de 2022

• Revisado por

Jornalista responsável por contar inspiradoras histórias de médicos prescritores de Cannabis medicinal e pacientes cuja qualidade de vida foi transformada pelas propriedades terapêuticas dos fitocanabinoides.

glaucoma

Inalva Mendes Brito, aos 77 anos, professora e paciente com glaucoma, está indignada com a resolução do Conselho Federal de Medicina que restringe a prescrição de Cannabis medicinal a algumas poucas patologias. Sua história é exemplo das graves consequências aos pacientes da falta de acesso a um tratamento adequado.

Tudo começa em 2014, quando Inalva começou a perceber que seus óculos já não eram suficientes para corrigir sua visão. Trocou de óculos e oftalmologista, mas ainda assim a vista não parava de piorar.

Muitos médicos e especialistas depois, conseguiu uma resposta mais satisfatória. “Estava me queixando que não estava enxergando e tinha dores. Ela achou estranho e falou que não era o óculos e passou exames.”

A descoberta do glaucoma

Pela primeira vez alguém mediu sua pressão ocular para constatar o diagnóstico de glaucoma. “Ela me indicou um colírio, mas, achando que ia melhorar, começou a piorar.”

Decidiu trocar de médico. Um “bam-bam-bam” que mudou para um colírio que prometia um resultado mais eficaz. “Só que eu tinha efeitos colaterais terríveis. Tinha problemas estomacais e meu olho ficava vermelho a ponto das pessoas me perguntarem.”

Mais uma vez mudou de oftalmologista e encontrou um que mantinha uma abordagem mais holística no qual confiou e segue com ele até hoje. Isso, no entanto, não significou uma melhora imediata.

“Todos os colírios eu coloquei no olho. Nacionais e importados, com preço baixo e alto, e sempre me davam efeitos colaterais terríveis. Tinha um que eu colocava no olho, parava e simplesmente dormia. Efeitos colaterais no estômago, no sistema nervoso, e não conseguiam controlar a pressão.”

“Até já fico engasgada de falar porque eu perdi uma vista. Fiz cinco cirurgias, todo um sofrimento, e perdi a visão de um olho.”

O conhecimento dos jovens da periferia

Foram anos tentando reverter sem qualquer sucesso a progressão do glaucoma, atrapalhando sua visão e qualidade de vida, mas Inalva nunca deixou de exercer sua profissão como professora.

Após tantos médicos e especialistas, partiu de seus alunos, jovens da periferia, uma sugestão que, por fim, lhe devolveu a esperança de que não seria totalmente acometida pela cegueira.

Eles sabiam que, nos EUA, os pacientes com glaucoma fumavam as flores da Cannabis para reduzir a pressão ocular e recomendavam à professora. “Só que eu tenho medo. Não compro, nunca fumei, tive uma educação conservadora. Medo da repressão.”

Até que um de seus alunos lhe presenteou com um vidro de óleo Cannabis medicinal que havia trazido da Califórnia, EUA. “Eu tinha acabado de fazer a quinta cirurgia e o oftalmologista, que é conservador, não sabia mais o que fazer.”

A Cannabis no tratamento de glaucoma

No consultório do oftalmologista tomou pela primeira vez o óleo de Cannabis. Mediu sua pressão ocular cinco minutos depois e havia reduzido. Com mais dez minutos, a pressão caiu ainda mais. “Ele virou para mim e disse: é, funciona. A gente não sabe por quanto tempo, mas funcionou em você.”

“A minha pressão está baixa. Eu passei no oftalmologista e ele falou que mnha pressão está ótima. Tá o ideal, que é quatro. Quer dizer, a terapia com a Cannabis está me fazendo um efeito positivo.”

“Se eu soubesse, lá no passado. Se tivesse a informação de que a Cannabis não deixaria eu correr o risco de perder a vista, tinha usado. Só me veio depois de perder a vista e fazer cinco cirurgias. Todo uma angustia que poderia ser evitada.”

“O que me dá saúde, eu deveria ter o direito de usar”

A notícia de que o Conselho Federal de Medicina proibiu a prescrição de Cannabis medicinal, por exemplo, para pessoas que, como Inalva, sofrem com glaucoma acabou com sua tranquilidade.

“Eu fiquei assustada porque eu tenho que renovar o pedido do óleo a cada seis meses”, lamenta. “Do ponto de vista de todas as pessoas que estão na minha situação, que é o povão, o CFM é uma instituição elitista conservadora que trata a saúde como mercadoria.”

“Os médicos privados aceitam indiscriminadamente a cloroquina e os médicos mais progressistas não podem receitar a Cannabis, que é um fitoterápico?”

“Eu tive Covid em 2021 e fui ao hospital do convenio e ela receitou cloroquina sem me consultar. A cloroquina é incompatível com o glaucoma. Eu retruquei e ela se sentiu ofendida.”

“A origem de todo o preconceito é a ignorancia. O povo é mantido na ignorancia para poder ser dominado. A dominação vem pela ignorancia.”

“O direito á saúde não é dado. A gente tem o direito à saíde e o que me dá saúde, eu deveria ter o direito de usar. Eu não sou uma drogada. Esse conceito de droga deve ser discutido e quebrado. O alcool é uma droga, a  cloroquina é uma droga, e, entretanto, é liberada.”

Agende sua consulta

Independentemente da resolução do CFM, que deve ser derrubada ainda este ano, o acesso à saúde está garantido à toda população na Constituição brasileira.

Quem busca ter eu direito de acesso à uma terapia com potencial benefício em diversas patologias e baixo perfil de efeitos colaterais, pode marcar uma consulta com um médico prescritor.

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