Em primeiro lugar, foi para fazer a diferença na vida das pessoas que a reumatologista Daniela Roma decidiu estudar Medicina. Logo depois, a especialização, ela escolheu pela ampla gama de doenças disponíveis para tratamento.
No entanto, na hora de partir para a prática, percebeu que nem sempre conseguia atingir seu objetivo. “Por melhor que fossem os tratamentos realizados, principalmente para dor crônica e pacientes autoimunes que desenvolviam fibromialgia, o paciente não ficava 100% satisfeito, sem dor e com qualidade de vida.”
Não contente, buscou alternativas e decidiu partir para mais uma especialização; pós-graduação em dor, no Hospital Albert Einstein. “Tive a oportunidade de me aprofundar em técnicas avançadas no tratamento da dor.”
A reumatologia e a Cannabis
Em seguida, ela conheceu a Cannabis medicinal. “Tive um módulo no curso, em que a gente estudou os canabinoides. Comecei a ver o impacto positivo do canabidiol na vida das pessoas. O tanto que melhorou a qualidade de vida das pessoas que sofriam com dor.”
Terminada a especialização, partiu para cursos específicos sobre a Cannabis e o sistema endocanabinoide e, há aproximadamente dois anos, se tornou prescritora de Cannabis medicinal.
“No consultório, eu vejo que, para ter um bom resultado no tratamento da dor, é imprescindível que a gente tenha várias estratégias terapêuticas associadas. É importante ter, desde uma boa avaliação clínica, até uma alimentação saudável, exercício físico, práticas de meditação.”
“Além disso, é importante fazer escolhas terapêuticas apropriadas e personalizadas para a necessidade de cada um. Dentro disso, o canabidiol entrou no meu arsenal terapêutico. A Cannabis é uma estratégia que vem agregar para o bem-estar do paciente.”
“A gente sabe que o paciente com dor, sofre com má qualidade de sono, ansiedade. O canabidiol tem como benefício também o controle dessa parte. Não só no processo de dor crônica, mas em outras manifestações na vida da pessoa.”
“Às vezes, um único produto vai conseguir modular diversas alterações que a pessoa tem. Não é regra, mas muitas vezes a gente consegue reduzir a necessidade de associação com diversos medicamentos.”
Recompensa
Para a reumatologista, a maior prova do benefício da Cannabis é o sorriso no rosto de seus pacientes. “A pessoa chegava dizendo que já tentou de tudo e não melhorava. Fazia exercício, cuidava da saúde, e a dor não melhorava.”
“Nas primeiras vezes que eu entrei com o canabidiol, quando fui reavaliar essa pessoa, depois de 20 dias, era muito satisfatório ver ela voltar com um sorriso no rosto, feliz, contando histórias do que voltou a fazer.”
“A pessoa fica mais ativa, rende melhor no trabalho, e eu fico muito satisfeita com esse resultado. É essa a felicidade que eu busco no paciente. É o resgate da vida dele.”
“A Cannabis é uma medicação que, se for bem indicada, é um tratamento eficaz e seguro. Mas, como toda medicação, demanda um acompanhamento médico, cuidados, boa escolha do produto. Tendo isso, é um tratamento muito promissor.”
Objetivo da reumatologista
“Se o paciente não tem contra indicação, pode ter um benefício no resgate de sua qualidade de vida, mas ainda existe muito preconceito, por ser uma medicação nova. Já fui muito questionada e eu só quero deixar bem claro que o meu único objetivo como médica é ver meu paciente bem.”
“Eu busco os recursos terapêuticos que vão beneficiá-lo e nada mais satisfatório do que ver o paciente voltar a sorrir e ter qualidade de vida. Foi com esse objetivo que entrei no universo da Cannabis. É sempre pelo resgate dessas vidas.”
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