Não há como negar o “país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza”, como canta Jorge Ben Jor. Mas, por trás dessa luminosidade constante, esconde-se aqui no Brasil um desafio de saúde pública que cresce de forma silenciosa: o câncer de pele. Em um território de sol intenso e hábitos culturais que valorizam a exposição solar, o Brasil enfrenta índices preocupantes da doença, especialmente do melanoma, sua forma mais agressiva e letal. A realidade exige vigilância contínua, diagnóstico precoce e campanhas permanentes de conscientização.
Em 2023, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou mais de 220 mil novos casos de câncer de pele não melanoma e cerca de 8 mil novos casos de melanoma no país, reforçando a urgência de campanhas permanentes e diagnóstico precoce. É nesse contexto que o Instituto Melanoma Brasil se destaca há uma década como uma das vozes mais ativas, respeitadas e humanizadas do país no enfrentamento ao melanoma. A organização combina educação em saúde baseada em evidências, acolhimento integral a pacientes e articulação com especialistas, instituições científicas e redes internacionais.
“O Instituto Melanoma Brasil é formado por uma diretoria voluntária e que já passou pela doença e entende a jornada do paciente. Nosso intuito é garantir a todos informação confiável e acessível, que ajude o paciente a entender seu diagnóstico, seu tratamento e seus direitos. Informação reduz ansiedade e aumenta autonomia. Temos à disposição do paciente uma cartilha com as informações importantes após o diagnóstico da doença, temos os canais de comunicação para auxiliar em caso de dúvida para encontrar um especialista e também temos um programa de apoio jurídico”, explica Rebecca Montanheiro, idealizado e presidente da entidade.
Fundado em 2014, após o seu diagnóstico de melanoma, o Instituto nasceu do impulso legítimo de buscar conhecimento, compreender a complexidade da doença e criar um espaço seguro de troca. O que começou como uma página nas redes sociais rapidamente se transformou em uma iniciativa robusta, com credibilidade crescente e impacto nacional. E hoje referência indispensável na luta contra o câncer de pele mais perigoso.
Da experiência individual ao movimento nacional
O início foi marcado pelo compartilhamento de conteúdos educativos e pela criação de um espaço seguro para pacientes, que passaram a chamar-se entre si de “guerreiros(as) de pinta”. Em junho de 2014, surgiu o Grupo de Apoio e Acolhimento no Facebook, hoje com mais de 400 participantes que trocam experiências, dúvidas e suporte emocional.
A atuação também ganhou amplitude por meio de campanhas marcantes, como “À flor da pele” (2015), que destacou a conscientização durante o Dezembro Laranja e conquistou apoio de celebridades. O trabalho voluntário e comprometido levou à formalização da entidade como Instituto Melanoma Brasil em setembro de 2016 — a primeira ONG totalmente dedicada ao melanoma no país.
Desde então, a organização ampliou ações e fortaleceu parcerias. Em 2016, lançou a campanha “Eu senti na Pele”, que se tornou tradição anual, abordando temas como proteção solar em práticas esportivas (2018) e riscos de exposição solar ocupacional (2019). O Instituto também passou a integrar redes de alta relevância, como o Grupo Brasileiro de Melanoma (GBM), a Fundação AIM at Melanoma e a Global Coalition for Melanoma Patient Advocacy, consolidando sua presença no debate técnico, clínico e global sobre o melanoma. Entre as iniciativas de maior impacto estão eventos presenciais, como a 1ª Corrida e Caminhada Melanoma Brasil contra o Câncer de Pele (Foz do Iguaçu, 2018), que reuniu mais de 600 participantes, e o 1º Encontro de Pacientes com Melanoma do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, 2019), em parceria com o Projeto Camaleão.
Missão contínua: prevenir, educar e acolher
Atualmente, o Instituto atua na divulgação e conscientização sobre o melanoma, promovendo educação sobre autocuidado, prevenção e diagnóstico precoce. Além de campanhas e projetos comunicacionais, mantém uma rede ativa de acolhimento para pacientes e familiares, reforçando que a informação de qualidade salva vidas. E o cuidado integral transforma jornadas.
“O diagnóstico de melanoma costuma vir acompanhado de medo, incertezas e muitas dúvidas. Por isso, acreditamos que o apoio ao paciente deve ser integral, não apenas médico, mas também informativo e emocional”, destaca Rebecca.
O Instituto oferece:
- Cartilhas explicativas pós-diagnóstico
- Canais de comunicação para orientar pacientes a buscar especialistas
- Programa de apoio jurídico, especialmente sobre direitos e acesso a tratamentos
- Grupo de acolhimento emocional, que promove troca de experiências e solidariedade
“Poder compartilhar com quem vive a mesma realidade é extremamente poderoso”, reforça Rebecca.
Desafios atuais: campanhas permanentes, acesso a especialistas e tratamentos
Apesar dos avanços, o Instituto reconhece que o Brasil ainda enfrenta desafios importantes na prevenção e diagnóstico precoce. Para Rebecca Montanheiro, embora o Dezembro Laranja tenha ganho amplitude nacional e a visibilidade tenha aumentado, o país precisa ir além das ações sazonais.
“Precisamos de campanhas permanentes, com incentivo público, e não apenas sazonais. É essencial ampliar o acesso ao especialista, agilizar encaminhamentos e fortalecer a atenção primária para que as lesões suspeitas sejam identificadas logo no início.”
A desigualdade no acesso a tratamentos modernos ainda é um problema crítico. Embora imunoterapias e terapias-alvo tenham sido incorporadas ao SUS, elas não chegam de forma uniforme a todos os pacientes, especialmente em regiões mais vulneráveis do país.
“Os medicamentos já incorporados no SUS precisam, urgentemente, ser disponibilizados aos pacientes. Sem isso, as desigualdades regionais continuarão impactando diretamente a mortalidade.”
Sinais de alerta que salvam vidas
Parte fundamental do trabalho do Instituto está em educar a população para reconhecer sinais suspeitos na pele. Entre os principais alertas estão:
- Mudança de cor, tamanho ou forma de uma pinta
- Lesões de crescimento rápido
- Pintas assimétricas, irregulares ou muito escuras
- Feridas que não cicatrizam
- Coceira, dor ou sangramento
A regra do ABCDE — Assimetria, Bordas irregulares, Cor variável, Diâmetro maior que 6 mm, Evolução — segue como ferramenta simples e altamente eficaz para triagem.
Alguns perfis precisam de ainda mais atenção:
- Pessoas de pele, olhos ou cabelos claros
- Indivíduos com histórico familiar de melanoma
- Pacientes com muitas pintas ou pintas atípicas
- Quem sofreu queimaduras solares na infância
- Usuários históricos de câmaras de bronzeamento
- Pacientes imunossuprimidos
Terapias complementares e o papel da Cannabis medicinal
Ao mesmo tempo, cresce no Brasil o debate sobre terapias complementares voltadas ao manejo de sintomas em pacientes oncológicos, incluindo o uso medicinal da Cannabis, cuja regulação e demanda vêm se expandindo rapidamente. Segundo recentes, o Brasil já soma mais de 873 mil pacientes de Cannabis medicinal e deve bater recorde de importações em 2025.
Apesar desse avanço, Rebecca observa que ainda há ausência de evidências científicas específicas sobre a eficácia e segurança da Cannabis medicinal para pacientes com melanoma, o que exige cautela e acompanhamento especializado. A despeito disso, oncologistas e instituições de apoio reconhecem que terapias integrativas podem desempenhar papel relevante no bem-estar global do paciente, desde que utilizadas de forma responsável, com orientação médica adequada e baseadas em evidências.
Neste sentido, a médica dermatologista Dra. Thayla Ferrari Machado avalia que o Canabidiol é um fitoterápico que se mostra eficaz no tratamento de condições de pele, sem causar dependência ou efeitos colaterais significativos. “Óleos full spectrum tem todos os fitocanabinoides, com uma baixinha de THC. Porém, há pacientes que se beneficiam do full com uma concentração um pouco maior do CBG que o Canabigerol que tem uma ação anti-inflamatória ainda mais potente. Então, de novo, depende do impacto que a doença tem naquela fase da vida do doente e também a prescrição pode mudar ao longo da vida. Posso começar com um full com até 0,3% de THC numa fase e às vezes a gente troca ou ajusta a dose. A terapia canabinoide é sobre dar as mãos ao paciente e caminhar junto”, pontua.
Igualmente, o Instituto acompanha com responsabilidade o avanço de terapias complementares que podem beneficiar a qualidade de vida de pacientes oncológicos. Em relação à Cannabis medicinal, Rebecca adota postura baseada em evidências. Por isso, a recomendação é clara: qualquer terapia complementar deve ser discutida entre paciente e equipe médica, dentro de um plano individualizado.
“Estratégias integrativas podem ter papel relevante no bem-estar, desde que utilizadas de forma responsável, segura e com orientação profissional”, conclui.
Uma década de impacto e um futuro guiado por missão
Com atuação voluntária, transparente e ética, o Instituto Melanoma Brasil consolidou-se como referência na prevenção, educação e acolhimento. Seu legado construído por pacientes, familiares e especialistas mostra que informação acessível, campanhas consistentes e suporte emocional são pilares essenciais para enfrentar o melanoma no país. Assim como os tratamentos com Cannabis para a saúde, a informação pode salvar
Com uma atuação voluntária, transparente e ética, o Instituto Melanoma Brasil consolidou-se como referência nacional em prevenção, educação e acolhimento a pacientes. Seu legado, construído por pacientes, familiares, especialistas e uma rede de apoio comprometida, demonstra que informação acessível, campanhas consistentes e suporte emocional são pilares indispensáveis para enfrentar o melanoma no país.
Da mesma forma que o avanço das terapias com cannabis tem mostrado potencial para melhorar a qualidade de vida em diferentes condições de saúde, o acesso a informação de qualidade também salva vidas, orienta decisões, fortalece o cuidado e amplia as chances de diagnóstico e tratamento precoces.
Tratamento inovador para câncer de pele usando CBD e nanocarregadores
E se você deseja iniciar um tratamento com a Cannabis de forma legal e segura, é muito simples. Primeiro, você precisa ter a recomendação de um profissional da saúde devidamente habilitado. Aqui na nossa plataforma de agendamentos você pode escolher médicos experientes na prescrição de canabinoides. Então, marque já uma consulta e depois siga as orientações para prosseguir com esse tratamento.













