“Somos muito a favor da Cannabis como tratamento para a fibromialgia”, afirma logo no início da nossa conversa Daya Silva, diagnosticada aos 24 anos com fibromialgia e criadora da Fibromiálgicas. A paulistana, que hoje mora em Santa Catarina, transformou sua experiência pessoal em um movimento de apoio e informação através da criação da associação Fibromiálgicas, hoje com mais de mil associadas e que lançará em breve sua plataforma exclusiva.
“Muitas fibromiálgicas também tiveram a vida transformada com a Cannabis”
Nem sempre é fácil entender ou escrever sobre uma condição que a gente não tem. Mas é um caminho próximo para mim entender os motivos que fazem com que a Cannabis seja uma opção de tratamento defendido pela fundadora da Fibromiálgicas. Afinal, qualidade de vida tornou-se, de um tempo para cá, e não consigo entender porque não desde antes, uma meta de vida.
E parece que neste slackline de equilíbrio que atravessamos, a Cannabis se fortalece sendo aquela barra que ajuda a manter-se firme e seguir em frente. Em uma conversa franca, Daya concordou comigo.
E ela usa Cannabis desde que viu pela primeira vez no Fantástico a possibilidade de contar com os fitocanabinoides no seu tratamento. E a partir de 2012 nunca abandonou o tratamento. “Sempre falo para quem tem fibro: Tenta com Cannabis”.
O trabalho da Fibromiálgicas é fundamental para superar preconceitos e promover a informação correta sobre tratamentos com Cannabis para a fibromialgia. Ao encarar a Cannabis com uma visão mais leve e pragmática, é possível abrir caminhos para que mais pacientes tenham acesso a um tratamento que, para muitos, representa uma significativa melhora na qualidade de vida.
Neste sentido, Daya entende que a crescente defesa da Cannabis no contexto da fibromialgia reflete a busca incansável por bem-estar e a necessidade de explorar todas as opções terapêuticas disponíveis, com base em evidências e relatos consistentes.
“O que a gente faz hoje é de fato promover, incentivar e buscar apoio para que a gente consiga desmistificar para as próprias pacientes sobre o tratamento com Cannabis. Hoje a gente já encara de uma forma muito mais leve, eu brinco, falo que todo mundo toma café, todo mundo toma chá e que ninguém reclama de que isso é uma droga e não é proibida. Então, a gente vê com muitos bons olhos a Cannabis”.
2025: o ano do lançamento da plataforma da Fibromiálgicas
A Fibromiálgicas, que nasceu como um blog e se consolidou como uma associação, reforça a importância do compartilhamento de informações e do apoio mútuo na comunidade de pacientes da condição. A história da associação começou em 2009, impulsionada pela busca pessoal da Daya, que foi atrás de respostas sobre fibromialgia e como essa doença afetava as pessoas.
“Eu tenho fibromialgia provavelmente infantil e eu fui diagnosticada aos 24 anos quando fui morar em Curitiba, um ano depois de chegar lá no inverno, eu tive diagnóstico porque minha saúde debilitou bastante. Depois de um ano aceitei o diagnóstico e a partir desse momento comecei a compartilhar conteúdo e informação sobre a doença. Criei um blog e a gente foi evoluindo. A pandemia foi um momento importante para a associação. Pois com três meses de pandemia, a gente tinha três casos de suicídio na comunidade. E aí a partir desse momento eu falei: “O que posso fazer?” E a gente começou a fazer encontros online e também fui salva pela Fibromiálgicas”, relata sobre o início da Associação.
E esta semana, no marco das celebrações do mês de conscientização sobre a fibromialgia, a Fibromiálgicas lança uma plataforma exclusiva para pessoas com a condição, confirmando, assim, que a criação de espaços seguros para discussão e acolhimento, é imprescindível.
Associação Fibromiálgicas lançará a “Comunidade Fibromiálgicas” para apoiar a saúde mental e a qualidade de vida
“É um momento especial. Ano passado a gente queria validar a ideia sobre como ampliar nosso impacto, temos um grupo de WhatsApp com 1.500 pessoas. E nos inscrevemos para uma aceleração de startups para negócios sociais. E fomos acelerados durante todo o ano, basicamente. No final do ano a gente foi para a final. E recebemos um prêmio, um incentivo financeiro para tirar do papel a ideia e começar a colocar em prática. Como a gente não esperava ganhar, a gente já começou a construir a plataforma. Então vamos lançar oficialmente a plataforma neste Fórum 1º Fórum Nacional de Fibromialgia”, celebra Daya sobre a plataforma que visa diminuir o isolamento social, aumentar a autoestima e promover a autonomia, impactando positivamente a qualidade de vida dos pacientes com fibro.
1º Fórum Nacional de Fibromialgia será dias 06 e 07 de maio na UNESC
A iniciativa é uma união entre diferentes organizações de pessoas com fibromialgia e para Daya será um momento único para o lançamento da plataforma. Outro ponto forte da plataforma é o trabalho na saúde mental de pessoas com fibromialgia e também o levantamento de dados oficiais sobre a doença, já que sabe-se que há a prevalência de 2% a 3% da população brasileira com a condição, mas nada ainda é oficial. “Precisamos ser vistos e ser aceitos e a plataforma atuará neste sentido também”, pontua.
“Nossa plataforma é uma rede social que vai ser só nossa. Com conteúdos, grupos com todas as associações e vão ter os grupos lá dentro para se comunicar, organizar as leis, tudo que o WhatsApp não consegue fazer e a gente entende que as associações não têm condições financeiras ou estruturas para investir em comunicação”, finaliza.
O impacto transformador da Cannabis para quem tem fibromialgia
Portanto, a fibromialgia, condição crônica caracterizada por dor generalizada, encontra na Cannabis um potencial aliado terapêutico, como demonstra a experiência de Daya.
A crescente defesa da Cannabis, neste contexto de tratamento terapêutico da fibromialgia, reflete a busca incessante por opções terapêuticas eficazes e a necessidade de considerar evidências e relatos consistentes na jornada de tratamento da fibromialgia.
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Como incluir a Cannabis no tratamento para a dor
Entre os mais de 672 mil pacientes que fazem algum tratamento para a saúde com medicamentos à base de Cannabis, a condição mais tratada é a dor (cerca de 35% dos pacientes), seguida por problemas de saúde mental (cerca de 30%). Nesse sentido, o uso de canabinoides para complementar os tratamentos contra a dor está revolucionando essa área da medicina.
Você também pode incluir produtos com Cannabis na sua rotina de cuidados, para isso é necessário que um profissional da saúde acompanhe todo o processo. Acessando a nossa plataforma de agendamento, você pode marcar uma consulta com um médico experiente nesse tipo de prescrição. São mais de 300 opções de diferentes especialidades para você escolher. Então, acesse já a nossa plataforma e marque sua consulta!