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Ensaios clínicos sobre Cannabis crescem 650% em 12 anos

Ensaios clínicos sobre Cannabis crescem 650% em 12 anos

Segundo o relatório da Prohibition Partners, quase metade dos ensaios clínicos desenvolvidos nesse período tiveram como objetivo entender de que forma os canabinoides podem atenuar os efeitos da dor no corpo.

Publicado em

10 de janeiro de 2024

• Revisado por

Jornalista especializada em política nacional. Pós-graduada em Assessoria em Comunicação Pública e Cannabis Medicinal. Mestre em Ciência da Informação. Fundadora da InformaCANN. Correspondente em Brasília do Portal Cannabis & Saúde.

Ensaios clínicos crescem 650% em 12 anos

Gigantes farmacêuticas investem em pesquisas clínicas randomizadas e controladas em busca de patentes

Uma pesquisa realizada pela empresa Prohibition Partners revela que o número de ensaios clínicos – utilizando medicamentos à base de Cannabis – aumentou 650% nos últimos 12 anos.

Enquanto em 2010 foram publicados apenas oito estudos científicos com as características de um ensaio clínico randomizado e controlado, em 2022 o número saltou para 60.

E a tendência é de expansão. Até agosto de 2023, foram iniciados 49 ensaios clínicos envolvendo remédios à base de canabinoides (moléculas medicinais da Cannabis), segundo informações do relatório.

Os Estados Unidos é o país que libera (54%) a produção de ensaios clínicos. O Reino Unido aparece na segunda posição (13%), seguido pelo Canadá (7,7%) e Israel (6,8%). Alemanha e a Itália aparecem, tecnicamente empatadas, com 1,4% do número total de ensaios clínicos concluídos.

 Novos fármacos

De forma simplificada, um ensaio clínico randomizado e controlado se dá por meio de uma investigação científica em seres humanos para desenvolvimento de novos fármacos.

No estudo clínico randomizado é feita a comparação de duas ou mais intervenções, as quais  são controladas  pelos  pesquisadores  e  aplicadas  de forma aleatória em um grupo de participantes.

Benefícios e efeitos colaterais

Esse tipo de pesquisa é importante para confirmar o mecanismo de ação dos mais diversos princípios ativos para identificar benefícios e possíveis efeitos colaterais.

Para completar, todo estudo clínico precisa ser submetido, obrigatoriamente, a avaliação do Comitê de Ética em pesquisa. Esse tipo de rigor é importante para garantir que os direitos e a segurança dos pacientes sejam protegidos ao longo de todo processo.

Entender como a Cannabis ajuda na dor

Segundo o relatório da Prohibition Partners, quase metade dos ensaios clínicos desenvolvidos nesse período tiveram como objetivo entender de que forma os canabinoides podem atenuar os efeitos da dor no corpo.

Ainda houve um aumento expressivo de pesquisadores investigando os potenciais benefícios da Cannabis e seus princípios ativos no tratamento de distúrbios mentais, como ansiedade e depressão e doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer e Parkinson.

Canabinoides menores

 Para além do CBD (Canabidiol) e do THC (Tetrahidrocanabinol) – as moléculas medicinais mais conhecidas da Cannabis – os pesquisadores também se debruçaram para compreender os chamados canabinoides menores e como eles atuam no corpo.

Como por exemplo, o THCV (Tetrahidrocanabivarina), o CBDA (Ácido Canabidiólico), o CBN (Canabinol) e o CBG (Canabigerol).

Ainda há um interesse crescente em pesquisas em torno de compostos não canabinoides direcionados à modulação do Sistema Endocanabinoide, diz o relatório.  Muito embora o CBD e o THC ainda dominem o registro de patentes em comparação aos demais compostos medicinais da Cannabis.

 CBD isolado

Em especial, o CBD na sua forma isolada. Dos 107 ensaios iniciados em 2022 em diante, aproximadamente metade deles dizia respeito apenas à molécula pura.

De acordo com os pesquisadores, é mais fácil conseguir aprovações do Comitê de Ética para estudar o CBD de forma isolada do que promover estudos com substâncias controladas, como o THC, por exemplo.

Inteligência Artificial

 Os investimentos ao longo da cadeia produtiva da Cannabis não estão limitados à área medicinal, explica o levantamento.

A indústria também direcionado investimentos voltados à agrotecnologia com a utilização de inteligência artificial (IA) e robôs para otimizar o cultivo, o desenvolvimento de técnicas de micropropagação e utilização de sementes híbridas, além de novos formatos de entrega e formulações de canabinoides.

Registro de patentes

Todos os valores empregados nessa cadeia produtiva têm um objetivo específico bem direcionado: o registro de patentes.

O relatório revela que nos últimos doze anos, fármacos à base de Cannabis tiveram patentes registradas, principalmente, no tratamento de epilepsia, câncer e condições associadas a convulsões e transtorno do espectro autista (TEA).

Atualmente, mais de 50% destas patentes estão registadas nos EUA e na Europa. Os maiores mercados da Cannabis para fins medicinais no momento.

Panorama de crescimento

 De acordo com Lawrence Purkiss, coautor do relatório, o investimento em ensaios clínicos com a Cannabis na última década representa um avanço na indústria e é um indicativo do crescimento do setor para os próximos anos.

“Ao analisar o panorama de patentes em conjunto com o registo de ensaios clínicos, fica claro que as possibilidades para outros tratamentos à base de canabinoides são incrivelmente amplas, com interesse significativo já em áreas específicas”, afirmou no lançamento da publicação.

US$ 1,11 bilhão em 2023

 Esse mercado de gigantes fechou 2023 com um ativo de US$ 1,11 bilhão em vendas contabilizando todos os países que já estão inseridos nesse mercado medicinal da Cannabis, conforme dados da pesquisa.

Só nos Estados Unidos, mais de US$ 1,37 milhões de dólares foram concercializados em medicamentos à base de fitocanabinoides aprovados pelo FDA (Food Drug and Administration) em 2023. Esse montante não inclui o uso recreativo da planta.

Monopólio

 Segundo o relatório, o mercado da indústria farmacêutica de Cannabis nos Estados Unidos e Europa consiste, principalmente, na comercialização de três produtos: Epidiolex, Dronabinol e Sativex.

O Epidiolex está licenciado para tratar convulsões em duas formas raras de epilepsia, a síndrome de Dravet e a síndrome de Lennox-Gastaut.

Enquanto o Sativex, lançado em 2005 no Canadá, foi aprovado para tratar espasticidade relacionada à esclerose múltipla (EM). Entretanto, o medicamento também chegou a ser prescrito de forma off-label para condições como dor neuropática, dor crônica, caquexia e náuseas.

Um medicamento impulsionou as vendas

Nestes mercados, as taxas de crescimento foram impulsionadas especialmente pelo desempenho de vendas do Epidiolex. Seguindo os dados dos EUA, o laboratório vendeu mais de 800 milhões de dólares no ano passado apenas desse produto.

E na Europa, o Epidiolex ou Epidyolex, como é conhecido naquele continente, a marca é o player dominante, com uma participação de mercado estimada em cerca de 76% em 2023.

Crescimento de 23% até 2027

O relatório ainda previu um crescimento de 23% nas vendas de Cannabis para fins medicinais até 2027. A projeção é de que o mercado chegue a vender US$ 1,37 bilhão com produtos farmacêuticos a base de fitocanabinoides nos próximos três anos.

O uso medicinal da Cannabis já é legal no Brasil

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