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Mulher desenvolveu doença grave após uso de vape com canabinoide sintético

Mulher desenvolveu doença grave após uso de vape com canabinoide sintético

Uma mulher norte-americana desenvolveu púrpura trombocitopênica trombótica depois de usar um vape contendo canabinoide sintético

Publicado em

5 de junho de 2024

• Revisado por

Jornalista e editor especializado em Comunicação e Saúde, pós-graduando em Drogas, Sociedade e Práticas Educativas. Escreve sobre ciência e sobre o uso da Cannabis na saúde humana e animal. É também fundador da Editora Vista Chinesa, onde publicou livros como “A História da Cannabis em Quadrinhos” e “Mila”.

Mulher desenvolveu doença grave após uso de vape com drogas K

Um artigo de cientistas norte-americanos fez um sinal de alerta sobre os riscos do consumo das drogas K, conhecidas nas ruas como “K2”, “K4”, “K9”, “spice” ou maconha sintética e de canabinoides sintético. De acordo com o estudo de caso, publicado na revista Cureus, uma mulher desenvolveu um distúrbio grave, chamado púrpura trombocitopênica trombótica, após usar um vaporizador contendo um canabinoide sintético e precisou de socorro médico.

A relação entre o uso de canabinoides sintéticos (ou drogas K) e o desenvolvimento de distúrbios é extremamente preocupante, devido ao risco de morte, a gravidade dos sintomas que os médicos observaram e a possibilidade de levar a sequelas permanentes.

Usou vape e contraiu púrpura trombocitopênica trombótica

Proibido no Brasil, vape com Cannabis é hit na América do Norte

É importante ressaltar que, aqui no Brasil, as drogas K não são tão populares quanto em outros países, sobretudo nos EUA. Por lá, esses canabinoides sintéticos não regulados são mais fáceis de serem encontrados, muitas vezes de forma legal, em dispensários.

Os consumidores buscam esse tipo de produto para fazerem uso adulto/recreativo e sentirem os efeitos psicoativos típicos da Cannabis. No entanto, em estados onde o uso adulto não é regulamentado, essas substâncias não regulamentadas se tornam a única opção dentro da legalidade, já que produtos com delta-9-tetrahidrocanabinol (THC) são proibidos.

Nesse sentido, o caso analisado pelo artigo Acquired Thrombotic Thrombocytopenic Purpura (TTP) Presenting With Synthetic Cannabinoid Use aconteceu em um estado onde o THC é ilegal, a Carolina do Sul. Nesse estado, do sul dos EUA, a posse de produtos com THC é passível de punição, que pode ser uma multa (entre U$200 e U$20.000) ou cadeia (30 dias a 20 anos).

Portanto, vale a pena refletir sobre se a disponibilidade de produtos contendo algum teor de THC poderia evitar esse tipo de complicação com canabinoides sintéticos não regulados.

Detalhes do caso

O caso relatado no estudo foi de uma mulher de 56 anos, que foi levada pelo seu companheiro ao hospital Prisma Health Richland, na Carolina do Sul, EUA. Ela teria apresentado vários dias de urina com sangue intenso, agitação e estado mental alterado, após o uso de um vape contendo drogas K. O relato não menciona exatamente qual era a substância, apenas que era dessa categoria.

Na chegada, a mulher estaria desorientada, agitada, com hematomas e salivação excessiva, além de taquicardia e hipertensão. Eles fizeram uma tomografia, que não mostrou nenhuma anormalidade. Entretanto, os exames laboratoriais revelaram sinais preocupantes.

A mulher recebeu o diagnóstico de púrpura trombocitopênica trombótica, um distúrbio que causa pequenos coágulos sanguíneos por todo o corpo. A condição dificulta ou até bloqueia a passagem do sangue para órgãos vitais.

A gravidade da situação exigiu que a mulher fosse para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para receber medicação intravenosa e uma transfusão de plasma. Após três dias de tratamento intensivo, ela mostrou sinais de recuperação, com uma melhora na contagem de plaquetas no sangue e das funções cognitivas. Ela recebeu alta depois de ficar seis dias internada .

Por fim análises posteriores confirmaram que o consumo dos canabinoides sintéticos não regulados foi o fator que desencadeou a púrpura trombocitopênica trombótica.

Drogas K não são Cannabis

cdb vape oleo de cbd

O artigo explorou um caso raro, uma púrpura trombocitopênica trombótica induzida por uma substância, mas joga luz sobre os riscos associados ao consumo de drogas K e de canabinoides sintéticos não regulados.

Anteriormente, em abril de 2023, o psiquiatra Wilson Lessa Jr. conversou conosco sobre as drogas K e a ação delas no nosso organismo. Ele explicou as principais diferenças entre os efeitos dos canabinoides feitos em laboratório e o THC, produzido naturalmente pela planta Cannabis.

“O K9 é um canabinoide (substância que se liga aos receptores canabinoides na membrana de nossas células) e diferentemente do Delta-9 THC, que faz uma ligação parcial e fraca aos receptores, o K9 faz uma ligação total e forte nesses receptores, o que explica seus efeitos mais potentes.

O K9 foi desenvolvido em laboratório, para ser um potencial medicamento. Todavia, seus efeitos colaterais inviabilizaram a continuação dos testes com essa finalidade. No entanto, ‘escapou’ dos laboratórios para as ruas.”

Apesar de esses canabinoides sintéticos que chegaram ao mercado ilegal dispararem o alerta de autoridades e consumidores em geral, existem canabinoides produzidos em laboratório que não são prejudiciais para a saúde. Pelo contrário, muitos estão presentes na composição de medicamentos indicados para tratamentos de saúde.

Canabinoides sintéticos do bem

Além dos canabinoides sintéticos encontrados no mercado ilegal, há aqueles que, com aprovação de órgãos reguladores mundo afora, hoje em dia, podem ajudar pacientes com diversas condições de saúde.

A nabilona e o dronabinol são os mais conhecidos. Essas são versões do THC, feitas sinteticamente em laboratório, que servem para tratar náuseas e vômitos relacionados à quimioterapia, por exemplo.

Apesar disso, nenhuma substância produzida artificialmente supera a relação risco-benefício dos canabinoides produzidos naturalmente pela planta Cannabis. De uma forma geral, eles despertam menos efeitos colaterais, além de terem um custo consideravelmente mais baixo para os pacientes.

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