Hoje, a Neurologia já repensa em ampliar as condições de uso, além das Epilepsias refratárias (Síndrome de Dravet, Esclerose Tuberosa) e dores intratáveis. E a prática do médico Dr. Marco Orsini também evoluiu. O profissional é rigoroso ao defender a seriedade em relação à prescrição e ao uso da Cannabis – especificamente do Canabidiol.
“Não podemos banalizar esse fitoterápico”, defende.
Ele destaca um caso que ilustra bem o potencial terapêutico do Canabidiol:
“Tratei uma paciente com Neuropatia Periférica grave. Ela sofria de dor intensa, disautonomia e estava praticamente incapacitada de deambular, já na cadeira de rodas. Com o uso de Canabidiol, a mesma voltou a andar e, indubitavelmente, melhorou substancialmente a qualidade de vida”.
Não foi apenas uma vitória individual, segundo Dr. Marco, mas também um ponto que o fez ampliar a prática na neurologia
A paciente em questão já havia tentado uma variedade de tratamentos convencionais, incluindo opiáceos e outros medicamentos para dor neuropática, como Pregabalina, Gabapentina e Duloxetina.
“Em 21 dias de tratamento, a dor, que variava de 0 a 10 e estava em 9, caiu para 4. E ela se tornou funcional novamente”, afirma. Entretanto, Dr. Marco ressalta que o campo da Neurologia ainda carece de robustez em termos de estudos científicos.
Ele também enfatiza que os produtos à base de Cannabis podem não ser eficazes para todos os pacientes na neurologia, sendo o acompanhamento médico imprescindível. “Esse fitoterápico não deve ser utilizado de forma anárquica. É fundamental compreender a neuroquímica, a neurofisiologia, a doença em si e as razões para a prescrição”, seus pontos são claros.
Ele também menciona a necessidade de uma abordagem cuidadosa: “Os resultados podem ser expressivos, mas é preciso entender bem a prescrição e manter o pé no chão. Um cuidado rigoroso em relação à prescrição e ao conhecimento é fundamental”.
Quando questionado sobre o que ainda falta para uma prática mais segura, ele é direto:
“Precisamos de cursos de suporte para médicos interessados em se tornarem prescritores. A comunicação regular e o feedback rápido dos pacientes são cruciais. É vital reconhecer que este fitoterápico é um apoio, um adjuvante, mas a taxa de sucesso varia. Quando funciona, funciona muito bem, realmente!”.
Cannabis e Epilepsia
O Dr. Marco também compartilha experiências promissoras no tratamento de Epilepsia. “Já obtive resultados muito bons para pacientes com Epilepsia refratária”, ele relata o caso de uma paciente que antes sofria de 30 a 40 crises mensais e agora reduziu esse número para apenas duas, utilizando Canabidiol em combinação com Levetiracetam.
A complexidade do Sistema Endocanabinoide
O sistema endocanabinoide varia de paciente para paciente, o que pode influenciar a eficácia do tratamento. “Existem pessoas com uma grande quantidade de receptores de CBD, mas que não são funcionais. Outros têm poucos receptores, mas respondem bem ao tratamento”, observa Dr. Marco. Ele reconhece que, ao prescrever fitocanabinoides, a taxa de sucesso pode ser imprevisível.
Contudo, para Epilepsia e dor, a taxa de sucesso costuma ser alta. Para pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), a resposta geralmente é considerada de razoável a boa.
Por fim, a trajetória do Dr. Marco não apenas reflete os avanços na medicina, mas também destaca a importância de uma abordagem responsável e informada no uso de Cannabis para tratamento de condições neurológicas. Como ele mesmo enfatiza, “a conscientização e o entendimento são fundamentais para integrar essas opções terapêuticas na prática clínica”.
No dia 25 deste mês, às 19h, Dr. Marco participa da live do Portal Cannabis & Saúde sobre Esclerose Lateral Amiotrófica. Inscreva-se aqui e participe.
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𝗜𝗺𝗽𝗼𝗿𝘁𝗮𝗻𝘁𝗲: O acesso legal à Cannabis medicinal no Brasil é permito mediante indicação e prescrição de um profissional de saúde habilitado. Caso você tenha interesse em iniciar um tratamento com canabinoides, consulte um profissional com experiência nessa abordagem terapêutica.