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Cannabis medicinal, equilíbrio emocional e qualidade de vida: veja os melhores momentos da live 

Cannabis medicinal, equilíbrio emocional e qualidade de vida: veja os melhores momentos da live 

A busca pelo equilíbrio emocional e pela qualidade de vida ganhou uma nova aliada: a Cannabis medicinal. Vejaagora os melhores momentos da live com a Dra. Lorena Abrão e saiba  os motivos que fazem os fitocanabinoides, como CBD e THC, despontarem como parceiros para quem busca o bem-estar. 

Publicado em

18 de setembro de 2025

• Revisado por

Fala, escreve e pesquisa sobre Cannabis, saúde e bem-estar. Mestre em Comunicação e Cultura, com passagem pela Unesco, já produziu milhares de histórias e conversas que mostram como a Cannabis transforma vidas. Mãe de dois, acredita em um mundo onde conhecimento e consciência caminham junto da planta.

Na live de ontem do Portal Cannabis & Saúde, conversamos com a psiquiatra Dra. Lorena Abrão sobre o papel da Cannabis medicinal na saúde mental — com foco em ansiedade, sono, dor crônica, depressão, transtornos alimentares e burnout. A busca pelo nosso equilíbrio emocional é constante e ativa, e a Cannabis surge como uma aliada frente às complexidades da nossa existência. 

“A Cannabis é uma nova fronteira na busca pelo equilíbrio emocional. Pois ela atua  em vias diferentes dos medicamentos convencionais e na homeostase, no equilíbrio interno do organismo frente à diversidades externas. A Cannabis medicinal é uma alternativa muito eficaz e uma alternativa muito segura e com baixo risco de efeitos colaterais para gente melhorar a qualidade de vida, melhorar bem-estar, melhorar humor, melhorar sono, melhorar transtornos alimentares e apetite”, explicou a médica Dra. Lorena Abrão Silva, nossa convidada da transmissão que aconteceu ontem.

Por que relacionar Cannabis e equilíbrio emocional? 

Para a médica a grande resposta da relação direta da Cannabis com o bem-estar está no sistema endocanabinoide, presente em nosso corpo, e identificado no fim dos anos 1980, o sistema endocanabinoide regula funções-chave como humor, sono, apetite e resposta ao estresse.

“É um sistema altamente regulador. Ele equilibra processos fisiológicos e, por isso, é tão importante na psiquiatria: regula ciclo sono–vigília, humor, comportamento e cognição”, explicou a médica.

Portanto, um com um sistema endocanabinoide regulado, o corpo pode se aproximar de um equilíbrio necessário para o bem-estar. Segundo a profissional, ao atuar nesse sistema, os óleos ricos em fitocanabinoides — como o Canabidiol (CBD) e o THC — podem auxiliar na regulação de funções essenciais, tornando-se ferramentas promissoras na psiquiatria contemporânea. Mas, a médica lembra que também é imprescindível uma mudança no estilo de vida para resultados mais promissores no tratamento.

E existe talvez uma forma da gente regular esse sistema endocanabinoide de forma natural? Existe! São as medidas de melhoria de qualidade de vida e estilo de vida que todo médico fala, mas que a gente sabe hoje em dia que tem muito a ver com o sistema endocanabinoide como alimentação saudável, atividade física, técnicas de relaxamento, atividades prazerosas, e uma boa noite de sono, são mudanças no estilo que nos ajudam na regulação do SEC. A Cannabis sozinha não faz milagre, ela precisa mudar muitos hábitos”. 

Ansiedade: o quadro mais frequente no Brasil

O Brasil vive uma epidemia de ansiedade. Segundo o Covitel 2023, 26,8% dos adultos relataram diagnóstico médico de transtorno de ansiedade; entre 18–24 anos, o índice chegou a 31,6%.

“As evidências mais robustas para canabinoides ainda são para epilepsia refratária, esclerose múltipla e dor neuropática. Mas já existem muitas metanálises e revisões sistemáticas que mostram o potencial do canabidiol no tratamento da ansiedade, fobia social e transtornos de pânico”, afirmou.

Segundo ela, o uso da Cannabis pode ser uma alternativa diferenciada para quem não responde bem aos tratamentos convencionais ou não tolera os efeitos adversos de ansiolíticos e antidepressivos.

“Na prática clínica, vejo o quanto o Canabidiol ajuda. Ele tem um papel significativo no controle da ansiedade, da fobia social e do transtorno de pânico. E a grande vantagem é que o paciente quase não sente efeitos colaterais, o que torna a adesão muito maior do que com remédios tradicionais.”

Enquanto os medicamentos alopáticos podem demorar até 15 dias para começar a agir e frequentemente provocam ganho de peso, alterações na libido ou sonolência excessiva, a Cannabis tende a apresentar um efeito mais linear e tolerável.

“É uma melhora gradual. O paciente vai percebendo o bem-estar crescer com o tempo, sem aquela carga de efeitos adversos comuns nos alopáticos”, acrescenta.

Produtos, procedência e qualidade: o impacto no tratamento

Para a médica, a escolha do produto é um dos pontos mais delicados no tratamento com Cannabis medicinalpara o equilíbrio emocional. Não basta apenas ter a prescrição: a eficácia depende diretamente da qualidade da formulação e da adequação ao perfil do paciente.

Nesse cenário, entram em jogo diferentes composições — óleos full spectrum, que preservam vários canabinoides e terpenos; versões broad spectrum, que mantêm diversos compostos, mas sem THC; e até fórmulas com canabinoides isolados, como o CBD puro. Cada uma dessas possibilidades pode ter impacto distinto sobre sintomas como ansiedade, insônia, dor crônica ou depressão.

No Brasil, os pacientes contam atualmente com três vias principais de acesso. A primeira é a importação excepcional, prevista na RDC 660/2022, que autoriza a aquisição direta de produtos de fabricantes estrangeiros mediante prescrição médica e autorização individual da Anvisa. A segunda via é o acesso a produtos com autorização sanitária no país, regulamentados pela RDC 327/2019, que abriu espaço para que farmácias brasileiras disponibilizassem derivados de Cannabis sob prescrição. Por fim, existem também as associações de pacientes

Para a médica, a decisão sobre qual produto prescrever não se limita a uma preferência pessoal, mas envolve variáveis como custo, concentração disponível, confiança no fornecedor e até a facilidade de acesso para o paciente. Na prática clínica, a Dra. Lorena explica que utiliza todas essas opções, sempre considerando a realidade de cada paciente.

“Eu prescrevo mais importados pensando em custo-benefício e concentração, mas tenho pacientes indo bem com as três opções. O essencial é a procedência e padrões de qualidade.”

Qual óleo à base de Cannabis escolher?

Portanto, na prática clínica, a médica explicou que a escolha do tipo de óleo e da dosagem não segue uma fórmula pronta: depende da condição do paciente, da sua resposta inicial e até da sua sensibilidade individual aos canabinoides. É nesse ponto que entra a experiência médica no ajuste das composições. 

A Dra. Lorena destaca que, na maioria dos casos, o CBD é a primeira escolha, principalmente quando o objetivo é controlar humor, ansiedade e insônia. Ela prefere iniciar com formulações full spectrum, que combinam diferentes canabinoides e terpenos, mas sempre em concentrações baixas de THC, com ajustes semanais bem lentos para evitar riscos.

“Para regular humor, ansiedade e insônia, começo pelo CBD — de preferência em formulações full spectrum, com THC baixo (ex.: 0,3%) e ajustes lentos semanais. Em psiquiatria, vou com cautela no THC por sua psicoatividade”, diz a Dra. Lorena.

Pode associar alopáticos com Cannabis: a segurança no uso e o acompanhamento médico

Outro ponto crucial é a relação com os medicamentos convencionais, os chamados alopáticos. Muitos pacientes já chegam ao consultório utilizando ansiolíticos ou antidepressivos e demonstram o desejo de substituir ou reduzir essas medicações. 

Para a médica, a estratégia é gradual: primeiro associa a Cannabis ao tratamento já em curso, avalia os resultados e, só depois, considera reduzir as doses tradicionais.

“Se o paciente já usa alopáticos, associo o óleo, observo melhora e tento reduzir gradualmente a dose do remédio convencional — sempre caso a caso. Em quadros leves a moderados, muitas vezes dá certo; em quadros crônicos, reduzir já é uma vitória.”

Ela cita um caso grave de ansiedade/pânico que piorou com 0,3% de THC (sensibilidade individual) e respondeu muito bem quando trocou para broad spectrum (sem THC) e associou CBN à noite.

Sobre depressão, a médica observa resultados mistos: “às vezes preciso investir um pouco mais em THC para ânimo e euforia — mas o manejo fica delicado pelo risco de ansiedade/paranoia se a dose ultrapassar o ‘platô’ terapêutico”.

Em dor crônica, a médica tende a “subir” um pouco o THC ao longo do tempo, sempre com titulação lenta. Em transtorno do espectro autista, relatou caso adolescente refratário que evoluiu bem com óleo sem THC, reduzindo antipsicótico.

Nos transtornos alimentares, ela acompanha estudos sobre THCV (sinal preliminar para controle de apetite e saciedade), ainda sem uso amplo em sua rotina. 

Outro exemplo citado foi de uma paciente com fibromialgia:

“Canabidiol, THC e até CBG já mostraram ação importante na redução de dor e fadiga. Para quem sofre há anos, é transformador. A Cannabis devolve dignidade a pacientes que antes estavam reféns da dor crônica.”

Sono e insônia: o potencial do CBN

A insônia é outro desafio comum na psiquiatria. Quem dorme mal, sabe: a privação de sono compromete o humor, a concentração e até a imunidade.

“Sempre inicio com CBD para insônia. Ele tem efeito ansiolítico e relaxante. Mas quando preciso de um efeito mais sedativo, uso o CBN, que tem grande potencial hipnótico com muito menos psicoatividade que o THC. Tenho visto excelentes resultados nessa combinação.”

Para pacientes que já tentaram múltiplos medicamentos indutores de sono sem sucesso, a médica explica que a Cannabis tem representado uma nova esperança.

THC e o acompanhamento médico necessário

Embora reconheça os benefícios do THC em quadros como dor neuropática e depressão, a Dra. Lorena destaca a importância da titulação lenta e cuidadosa.

“O THC funciona como uma curva em U invertido. Até certo ponto é terapêutico, mas, se passa da dose, pode trazer ansiedade e paranoia. Cada paciente tem um platô próprio. Por isso, ajusto devagar, com acompanhamento”.

Essa abordagem permite que os pacientes tenham acesso ao potencial terapêutico do THC, sem correr riscos desnecessários. garantindo a segurança no tratamento.

Entre o estigma e a ciência

Mesmo diante de resultados positivos, a psiquiatra reconhece que ainda há barreiras para a aceitação da terapia canabinoide dentro da própria comunidade médica.

“Existe resistência de muitos psiquiatras em prescrever Cannabis. Isso acontece porque não aprendemos sobre o sistema endocanabinoide na graduação. É preciso formação e atualização para oferecer essa alternativa de forma segura”.

Cannabis e álcool: o que você precisa saber

Entre as dúvidas da nossa audiência, uma das mais frequentes é a relação entre o uso de Cannabis medicinal e o consumo de álcool. A questão não é trivial: ambos são metabolizados pelo fígado e podem interagir, aumentando riscos de efeitos indesejados. Para pacientes em tratamento psiquiátrico, o alerta é ainda mais importante, já que o álcool por si só tende a agravar sintomas de ansiedade, depressão e insônia.

“O álcool com certeza pode interferir. Ele interage e pode potencializar efeitos colaterais. Costumo orientar: se você for beber, não tome a dose de Cannabis no mesmo período. Além disso, os dois são metabolizados pelo fígado, então a associação pode sobrecarregar esse órgão. Eu sempre incentivo os pacientes a evitar álcool durante o tratamento”, explicou a Dra. Lorena.

A psiquiatra lembra que a segurança do tratamento com Cannabis depende não só da qualidade do produto e do ajuste de dose, mas também dos hábitos associados. “O álcool já impacta negativamente qualquer tratamento psiquiátrico”.

Burnout, estresse crônico e estilo de vida: a busca pelo equilíbrio emocional

O burnout, reconhecido pela OMS como um fenômeno relacionado ao trabalho, é um dos grandes males da vida contemporânea. Exaustão física e mental, distúrbios do sono, ansiedade e dificuldade de concentração fazem parte da rotina de milhões de brasileiros, especialmente após a pandemia. Nesse cenário, estratégias de cuidado como a Cannabis medicinal surgem como uma ferramenta de suporte relevante.

Para a psiquiatra Dra. Lorena, o Canabidiol (CBD) pode exercer um papel importante na recuperação do equilíbrio.

“No burnout, vejo o CBD ajudar indiretamente: melhora sono, ansiedade e resposta ao estresse. E quanto mais saudáveis os hábitos (sono, alimentação, atividade física, meditação), melhor costuma ser a resposta ao tratamento canabinoide”, resume a psiquiatra.

Cannabis: Uma ferramenta para o bem-estar e o equilíbrio emocional

Ao longo da live, a Dra. Lorena reforçou uma mensagem central: a Cannabis não é uma panaceia, mas pode ser um recurso valioso para o bem-estar quando prescrita com responsabilidade.

“Com acompanhamento médico, vejo pouquíssimos efeitos colaterais. O medo da dependência vem do uso recreativo, com altas doses de THC fumado. No uso medicinal, equilibrado, não é isso que acontece. Pelo contrário: a Cannabis melhora qualidade de vida, humor e sono.”

E concluiu com uma reflexão sobre o futuro:

“A Cannabis medicinal é uma alternativa segura e eficaz para essa eterna busca humana pelo equilíbrio emocional e pela qualidade de vida. Ela atua em vias diferentes dos remédios tradicionais, promovendo homeostase e bem-estar. Daqui a cinco anos, teremos ainda mais estudos, mais acesso e mais informação de qualidade. O que já mudou nos últimos anos é só o começo”.

Perguntas frequentes — respostas diretas

  • É possível substituir um ansiolítico por óleo de Cannabis?
    Depende. Na maioria das vezes sim. A médica usualmente associa primeiro, avalia melhora e reduz gradualmente o alopático quando viável.
  • Insônia: CBD ou CBN?
    CBD é primeira linha pela evidência e perfil ansiolítico; CBN pode ajudar no sono geralmente à noite
  • Álcool durante o tratamento?
    Evite. Co-uso pode potencializar efeitos indesejáveis e atrapalhar a condução clínica.

Iniciando um tratamento com Cannabis

Aqui no Brasil, o uso medicinal da Cannabis é possível desde que tenha a prescrição de um médico ou dentista. Esse é o tipo de profissional mais indicado para analisar o seu caso e recomendar o produto e dosagem mais adequados para você.

Acessando a nossa plataforma de agendamentos você pode marcar uma consulta com um profissional da saúde experiente na prescrição desse tipo de tratamento. Acesse já e escolha um entre mais de 300 opções de médicos e dentistas de diversas especialidades.

Dra. Lorena Abrão Silva

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Fala, escreve e pesquisa sobre Cannabis, saúde e bem-estar. Mestre em Comunicação e Cultura, com passagem pela Unesco, já produziu milhares de histórias e conversas que mostram como a Cannabis transforma vidas. Mãe de dois, acredita em um mundo onde conhecimento e consciência caminham junto da planta.

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