Além do uso medicinal dos fitocanabinoides na estética orofacial, o encontro na UNB também vai abordar outras práticas integrativas que podem resgatar autoestima e a qualidade de vida do paciente odontológico
A Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (UNB) recebe nesta sexta e sábado (22 e 23 de setembro) a 5º edição do Encontro Nacional de Odontologia Integrativa.
Pela primeira vez, o evento promovido pela Câmara Técnica de Odontologia Integrativa do Conselho Regional da categoria (CRO/DF) vai discutir o uso das moléculas da Cannabis na odontologia estética, aliada a outras práticas integrativas.
Além dos fitocanabinoides, também estão em pauta especialidades como acupuntura, homeopatia, hipnoterapia, odontologia antroposófica, aserterapia, ozonioterapia e terapia floral.
Práticas regulamentadas pelo CFO
Todas essas práticas integrativas já estão regulamentadas pelo Conselho Federal de Odontologia, por meio das resoluções CFO 82/2008, 160/2015 e 161/2015.
Para quem não sabe, as chamadas práticas integrativas e complementares à saúde (PICS) constituem um conjunto de ferramentas terapêuticas que utilizam técnicas naturais ou tradicionais para prevenir, tratar ou reabilitar diversas patologias.
Já a odontologia integrativa é uma abordagem que propõe uma visão sistêmica da saúde bucal, como explica a presidente da Câmara Técnica de Odontologia Integrativa, Susy Simões.
Tratar o paciente como um todo
“A odontologia integrativa considera que a saúde bucal está relacionada com a saúde geral do indivíduo, e que esta depende de fatores físicos, emocionais, mentais e espirituais”.
De acordo com Susy, as PICS são reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como recursos importantes para o fortalecimento dos sistemas de saúde e para a promoção da qualidade de vida das populações.
Atualmente, no Brasil, as PICS já são oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2006, sendo que 29 modalidades estão disponíveis para a população.
Práticas integrativas como prevenção
Para Susy Simões é importante debater a inclusão das práticas integrativas na odontologia para prevenir diversas condições orais como cáries, gengivites, periodontites, halitose, manchas dentárias, entre outras.
Segundo a odontóloga, essas ferramentas ainda auxiliam na cicatrização e na regeneração dos tecidos orais após os procedimentos estéticos odontológicos. E também podem estimular o sistema imunológico e prevenir diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares, afirma Susy.
Técnica e profissionalismo
Entretanto, esse conjunto de ações – que podem melhorar a aparência e a harmonia da face – por meio de procedimentos que envolvem os dentes, os lábios, o sorriso e outras estruturas orofaciais, precisam ser executadas com profissionalismo e conhecimento, alerta Simões.
“Esses procedimentos podem ter impactos positivos na autoestima, na confiança e na qualidade de vida dos pacientes, mas também podem apresentar riscos, complicações e insatisfações, se não forem realizados com critério, ética e responsabilidade”, explica a coordenadora do evento.
Esse é um dos objetivos do encontro. Apresentar as novas terapias aos estudantes e profissionais de saúde e enfatizar a importância de se qualificar antes de prescrever qualquer tipo de tratamento personalizado.
Cannabis na harmonização orofacial
Entre eles, a Cannabis para fins terapêuticos. Esse instrumento que ganha cada vez mais força no uso odontológico é destaque no 5º ENOI.
O cirurgião-dentista, Guilherme Martins, prescritor e estudioso da planta, vai coordenar a mesa redonda ‘Canabinoides e Sistema Endocanabinoide na harmonização orofacial’.
“Vou falar sobre a correlação do Sistema Endocanabinoide e como os fitocanabinoides podem ajudar na modulação da inflamação de um pós-operatório ou de uma intervenção na harmonização orofacial. E apresentar o potencial terapêutico que a nossa epiderme tem devido a quantidade de receptores canabinoides tipo 1 e tipo 2”, antecipa Martins.
Para o cirurgião-dentista, o evento reconhece e fortalece o uso dos canabinoides entre os profissionais de classe já que é promovido pelo Conselho Regional de Odontologia, com o apoio do Conselho Federal.
Evento é um divisor de águas
“É um divisor de águas, porque a gente está dentro do CFO falando sobre Cannabis. Nosso conselho nos apoia. Diferente do Conselho Federal de Medicina (CFM)”, comemora o odontólogo.
Segundo Guilherme Martins, o intuito das palestras sobre harmonização orofacial – especialidade que mais cresce no Brasil – é trazer um rol de produtos que podem auxiliar e potencializar os efeitos terapêuticos após uma intervenção.
“Seja no botox, seja no preenchimento ou na aplicação de lazer antienvelhecimento com potencial de melhorar o colágeno da pele também”, explica.
Procedimentos estéticos cresceram 390%
Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica revelam que a procura por procedimentos estéticos não cirúrgicos aumentou 390% nos últimos 2 anos, sendo que 67% das pessoas que participaram na pesquisa afirmaram que os buscaram a intervenção como forma de cuidar da saúde mental.
Feira de Experiências de Odontologia Integrativa
Paralelamente aos 14 painéis, também ocorrerá a 3ª Feira de Experiências de Odontologia Integrativa (FEOI) para que as empresas possam apresentar soluções terapêuticas inovadoras na harmonização orofacial.
Para Susy Simões, a odontologia integrativa pode recorrer tanto aos métodos da odontologia convencional quanto aos das práticas integrativas e complementares, desde que haja evidências científicas ou experiências clínicas que os respaldem, afirma Susy Simões.
“Ao final do 5º ENOI e 3ª FEOI esperamos ter contribuído para ampliar o conhecimento sobre a odontologia integrativa na área da odontologia estética, bem como para estimular a reflexão e a prática dos profissionais que atuam nesse campo e do público em geral”, conclui.
Evento gratuito
Inscrições no site do CRO-DF
Programação
O uso medicinal da Cannabis já é legal no Brasil
O uso medicinal da Cannabis no Brasil já é regulado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio da Resolução da Diretoria Colegiada RDC 660 e RDC 327, desde que haja prescrição médica.
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