Um estudo conduzido por pesquisadores brasileiros destacou o potencial terapêutico do canabidiol (CBD) no tratamento do diabetes tipo 1. No artigo, publicado no World Journal of Diabetes, os cientistas analisaram duas décadas de literatura científica e concluíram que o composto da Cannabis pode ajudar a preservar as células do pâncreas e controlar a inflamação, fatores importantes para conter a progressão da doença.
Como o corpo reage: o que acontece no diabetes tipo 1
O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune em que o sistema imunológico passa a atacar células beta do pâncreas, responsáveis por produzir a insulina, o hormônio que regula os níveis de glicose (açúcar) no sangue.
Com o tempo, essa destruição leva à falta total de insulina, impedindo o corpo de controlar o açúcar no sangue de forma natural. O excesso de glicose pode causar danos aos vasos sanguíneos, levando a complicações como cegueira, insuficiência renal e neuropatia diabética. Por isso, o tratamento depende da aplicação diária de insulina e do monitoramento constante da glicemia.
O tipo 1 se diferencia do diabetes tipo 2, mais comum em adultos e geralmente associado à obesidade, sedentarismo e má alimentação. No tipo 2, o corpo ainda produz insulina, mas as células não conseguem utilizá-la corretamente.

Os efeitos do canabidiol no diabetes tipo 1
No estudo Anti-inflammatory effects of cannabidiol in the treatment of type 1 diabetes: A mini review, os pesquisadores revisaram publicações sobre o uso de CBD em modelos animais da doença. As evidências mostraram que o canabidiol possui ação anti-inflamatória e imunomoduladora, capaz de reduzir a destruição das células beta e melhorar o controle glicêmico.
Nos experimentos analisados, o tratamento com CBD foi capaz de:
- Diminuir a inflamação no pâncreas
- Preservar as células produtoras de insulina
- Reduzir as citocinas inflamatórias (como TNF-α, IL-1ß e IL-6)
- Melhorar o controle da glicose no sangue
- Em alguns casos, aliviar sintomas de ansiedade e depressão, comuns em doenças crônicas
Além disso, os estudos mostraram que o CBD atrasou o início da doença e reduziu a destruição autoimune. As doses utilizadas variaram entre 5 mg/kg e 30 mg/kg, e os benefícios surgiram entre duas e dez semanas após o início do tratamento.
Como o CBD age no organismo
O mecanismo de ação do canabidiol no diabetes tipo 1 está ligado principalmente aos receptores canabinoides CB1 e CB2, que fazem parte do sistema endocanabinoide. Esse sistema regula diferentes funções do organismo, como o humor, o apetite e a resposta do sistema imunológico.
- Receptores CB1: localizados no sistema nervoso, sua interação com o CBD pode proteger os neurônios do estresse oxidativo causado pela glicose alta.
- Receptores CB2: presentes nas células de defesa, atuam no controle da inflamação. Quando o CBD interage com esses receptores, inibe a produção de moléculas inflamatórias, reduz a ativação de células imunológicas agressoras e protege o tecido pancreático da destruição autoimune.
O canabidiol, em resumo, ajuda a modular o sistema imunológico, reduzindo os ataques às células beta do pâncreas e atenuando o processo inflamatório crônico típico do diabetes tipo 1.

Resultados promissores, mas ainda com cautela
Apesar dos resultados promissores, os autores destacam que ainda faltam ensaios clínicos em humanos. A maior parte das evidências vem de estudos com animais, e ainda é preciso definir doses seguras, formulações padronizadas e possíveis efeitos colaterais a longo prazo.
Mesmo com essas limitações, a revisão aponta que o canabidiol pode se tornar uma terapia complementar ao uso de insulina, ajudando a proteger o pâncreas e controlar a inflamação do diabetes tipo 1.
Enquanto os estudos avançam, aguardamos com atenção pelos resultados, pois o CBD, conhecido por seus efeitos terapêuticos, tem potencial para ser uma nova abordagem para síndromes metabólicas. Pesquisas anteriores observaram benefícios do uso contínuo do canabidiol em pacientes com diabetes tipo 2, controlando os níveis de açúcar e reduzindo o colesterol.
Uma outra análise sugeriu que o composto da Cannabis também se apresenta como uma medida preventiva, reduzindo as chances de desenvolvimento da diabetes tipo 2.
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