“O uso da Cannabis na odontologia é realmente promissor e um dos nossos objetivos é fomentar, informar e estimular o debate sobre o tema”, afirmou o cirurgião-dentista Dr. Sidney Rafael das Neves. É dele a assinatura do editorial da recém lançada revista oficial da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD).
Atualmente, o Dr. Sydney é o editor científico da revista da instituição que apresenta pela primeira vez um conteúdo inovador e de grande relevância para o setor odontológico: a aplicação da Cannabis medicinal na odontologia. A edição, que traz a Cannabis medicinal como tema central em sua capa e em matérias internas, assume um papel de vanguarda ao abordar o tema sob a ótica odontológica, promovendo a difusão do conhecimento científico e clínico para os profissionais da área.
Na presente entrevista exclusiva, o editor científico da revista da APCD, Dr. Sidney Rafael das Neves, compartilha sua visão sobre o promissor potencial da Cannabis na odontologia. A publicação pioneira da APCD visa informar e estimular o debate sobre a terapia canabinoide na saúde bucal, um tema inovador que a associação abraça com entusiasmo. O Dr. Neves destaca a crescente aceitação da Cannabis no meio odontológico, impulsionada pelos avanços terapêuticos observados na medicina e pela disseminação de informações que comprovam sua eficácia.
Um dos objetivos desta publicação é informar e estimular os debates em relação à Cannabis na odontologia. Então qual é o real potencial que a APCD entende da aplicação da Cannabis para a saúde bucal?
Vejo um potencial muito promissor e otimista sobre o uso da Cannabis na odontologia. Eu tenho colegas também da área médica, sou especialista em cirurgia e traumatologia buco maxilo-facial, trabalho também no ambiente hospitalar, e os médicos estão animados, pois a Cannabis chega onde ninguém chega. Os produtos com Cannabis conseguem dar uma qualidade de vida para mucosites, Há potencial na parte anti-inflamatória, na parte de reparação, seja em conjunto ou isoladamente, é uma terapia que tem se mostrado bastante promissora.
E eu acho que é uma questão de tempo para que a odontologia possa delimitar todas as frentes possíveis que a Cannabis pode trazer no suporte aos tratamentos e aos problemas enfrentados na odontologia. Mas eu vejo como algo muito promissor. Sejam nas formas, posologias, indicações, e isso vai mudar muito nos próximos anos. E veio para ficar, sem dúvida.
Podemos dizer que foi transgressor a revista da APCD apresentar uma edição exclusiva sobre Cannabis na odontologia. É uma forma de ampliar o conhecimento para os associados sobre terapia canabinoide?
Com muito orgulho que a APCD traz, no sentido de inovação, a APCD promove anualmente um dos maiores congressos do mundo, que é o CIOSP, o Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo, que é realizado no Expo Center Norte. Então já é tradição nestes congressos as inovações científicas, para o próximo nós temos mais de 100 mil colegas inscritos todos os anos.
E a Cannabis é como um avanço terapêutico, avanço de uma modalidade terapêutica na odontologia. Não tão novidade na medicina, mas na odontologia já com resultados promissores. É com muito orgulho que a APCD traz esse tema para divulgação aos cirurgiões dentistas em geral, porque a nossa revista é acessada por todos.
Ela é aberta e também através das divulgações que fazemos internamente. Mas nessa matéria de capa específica, nós trouxemos as principais autoridades na terapia com canabinoides e foi fantástico o resultado.Fiquei bastante satisfeito com a matéria. E acho que isso vai fomentar nossa classe de diferentes regiões de dentistas. Já que o Brasil, você sabe, tem uma das maiores e melhores odontologias do mundo.
Estamos contentes e satisfeitos em poder fomentar esse tema tão relevante.
Há algum tipo de capacitação, educação continuada via APCD, que possa contemplar a Cannabis na odontologia?
A parte de educação da APCD está concentrada na FAO, Faculdade de Odontologia da APCD. E é através da coordenadora professora Sofia, ela busca sempre novos temas e novos cursos. Eu acredito que já está no radar dela os cursos de capacitação pela FAO.
O Dr. vê preconceito em relação à Cannabis medicinal na área da odontologia?
O preconceito é a falta de informação, vulgarmente chamado de ignorância no assunto.
Pessoas que não têm informação, podem ter algum tipo de preconceito, mas uma coisa que eu estou vendo nos últimos anos é que esse preconceito está diminuindo drasticamente. Pois à medida que a população já tem conhecimento, eu acredito que a maior divulgação para pacientes com síndromes que utilizavam Cannabis e pacientes com necessidades especiais que utilizavam para não ter convulsão na área médica, por exemplo.
E estes casos foram muito divulgados nos programas de reportagem tipo Fantástico, programa que chega ao grande público. E o resultado foi muito estimulante. É uma terapia promissora. Realmente nesses casos da área médica, teve uma regressão, uma melhora da qualidade de vida que não se conseguia antes. Hoje a desinformação está diminuindo. Com isso, há a verdade da eficiência da terapia indiscutível e comprovada em diversos trabalhos científicos. Então hoje não é mais uma questão de preconceito.
Mas sim é uma questão de não ter fundamento, ou você não querer essa terapia. Sim, e em relação às vias de administração? Já que os produtos especificamente na área da odontologia como, por exemplo, o enxaguante bucal e com maior tecnologia, eles são produtos importados.
Como é que o Dr. vê a aplicação desses produtos e essa tecnologia inovadora que vem transformando a Cannabis medicinal na odonto?
Há uma nova gama de aplicações que irão cada vez mais chegar e trazer resultados, os mesmos resultados promissores em outras patologias.
Eu acho isso muito promissor e o tempo vai trazer a facilidade de propagação dessas técnicas novas que hoje estão se falando e dessas novas composições e apresentações dos produtos.A tecnologia dos produtos não vai parar, a inovação tecnológica é constante.
E sai um produto novo, a gente tem que reconhecer, tem que aprovar, avaliar, aprovar a utilização. E os colegas vão tendo bons resultados nas aplicações diversas, pois os princípios regenerativo, anti-inflamatório, sedativo, e indutor a reparação, isso aí já está muito bem reconhecido. Então essas tecnologias e apresentações distintas só vão acrescentar e ampliar o leque de possibilidades de utilização.
E na área de atuação como buco maxilo facial, o Dr. utiliza fitocanabinoides? Sim, utilizo. Há uma procura grande no pessoal com disfunção, na parte pós-operatória de traumas, também ajuda como coadjuvante com o efeito anti-inflamatório de traumas maiores, cirurgias de correção de deformidades e, no geral, os resultados são promissores na área da da bucomaxilo também.
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