A pancreatite é uma inflamação no pâncreas que causa dores intensas, náuseas, febre e icterícia. Embora seja uma condição de saúde bem estudada pela comunidade científica, ainda não existem tratamentos específicos para desinflamar o órgão.
Na busca por alternativas mais eficazes que as convencionais, pesquisadores realizaram um estudo que sugere uma relação entre a progressão da pancreatite e o sistema endocanabinoide.
O que é a pancreatite
O pâncreas é um órgão localizado próximo ao estômago que desempenha duas funções principais:
- Produz substâncias que auxiliam na digestão;
- Produz hormônios, como a insulina, que ajudam a regular os níveis de açúcar no sangue.
Na pancreatite, essas substâncias digestivas começam a atacar o próprio pâncreas, em vez de seguir para o sistema digestivo. Esse processo causa inflamação no órgão e resulta em sintomas como dores e náuseas. As causas mais comuns de pancreatite são:
- Consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
- Alguns medicamentos que induzem a pancreatite como efeito colateral;
- Cálculos biliares.
Atualmente, não existe um tratamento específico para a doença. Os tratamentos atuais visam aliviar os sintomas e tratar a causa subjacente, no entanto o estudo Association of Serum Endocannabinoid Levels with Pancreatitis and Pancreatitis-Related Pain aponta que o sistema endocanabinoide (SEC) pode estar diretamente envolvido na progressão da inflamação do pâncreas.
Como o sistema endocanabinoide reage à pancreatite
Pesquisadores norte-americanos observaram um caminho para entender a pancreatite e a dor associada à doença analisando o sistema endocanabinoide de alguns pacientes. Eles investigaram como o SEC pode influenciar o desenvolvimento e os sintomas da pancreatite.
O estudo comparou mais de 200 pessoas diagnosticadas com diferentes tipos de pancreatite (aguda, crônica e recorrente), de acordo com seus níveis de endocanabinoides — como anandamida (AEA) e 2-AG — e enzimas relacionadas ao SEC (oleoiletanolamida e palmitoiletanolamida) no sangue.
A análise revelou padrões surpreendentes, sugerindo que uma ativação excessiva do receptor canabinoide 1 (CB1) estaria envolvida na progressão da inflamação e piora na dor. Os resultados mostraram que pessoas com pancreatite aguda tinham níveis mais elevados de anandamida no sangue do que as pessoas sem a doença. As pessoas que relataram dor intensa apresentavam altos índices de AEA no sangue e níveis baixos de 2-AG.
Os autores concluíram o estudo sugerindo que esses níveis de endocanabinoides no sangue indicam que a ativação do receptor CB1 agravaria a inflamação e a dor. Portanto, futuros estudos com antagonistas desse receptor podem chegar a novas possibilidades terapêuticas para a pancreatite.
“Os níveis de endocanabinoides podem estar associados ao estágio da pancreatite, talvez por meio da ativação do receptor CB1. A validação de nossas descobertas apoiaria a investigação de novas terapêuticas, incluindo antagonistas do receptor CB1, nesta população de pacientes.”
Como iniciar um tratamento com Cannabis
Mais estudos são necessários para entendermos essa complexa relação entre o sistema endocanabinoide e a progressão da pancreatite. Nesse sentido, sabemos que entre os muitos canabinoides presentes nas plantas Cannabis, alguns podem modular a atividade do receptor CB1.
O SEC é um sistema de comunicação celular presente em todo o nosso corpo, composto por endocanabinoides, receptores e enzimas. Esses componentes interagem entre si, influenciando diversas funções fisiológicas.
Ao modular a atividade do sistema endocanabinoide, é possível modificar o curso de algumas condições de saúde, como doenças neurodegenerativas, psiquiátricas e inflamatórias. Os canabinoides da planta conseguem interagir com o SEC e os medicamentos à base de Cannabis ajudam a restaurar o equilíbrio do sistema e do organismo.
Começar um tratamento com Cannabis pode impactar positivamente o bem-estar e a qualidade de vida de pacientes com diversas condições de saúde. No entanto, é necessário seguir as regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para adquirir os medicamentos com canabinoides. De acordo com a agência, é necessário ter a prescrição de um médico ou dentista indicando o tipo de produto e a dosagem, entre outras coisas.
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