Não faltam opções de marcas e tipos de óleo de Cannabis no exterior e que estão chegando no Brasil. Difícil é saber qual vale a pena. Para facilitar, separamos seis informações importantes para você.
Os óleos de Cannabis se popularizaram com o alto crescimento no mercado mundial no último ano. E esse sucesso todo aos poucos vem aterrissando no Brasil. Por aqui, os pacientes têm três opções de aquisição de produtos:
- Comprar o óleo das associações;
- Importar, mediante a autorização da Anvisa;
- Ou comprar na farmácia, com poucas opções e alto custo do produto.
Nos três casos, a receita de um médico é obrigatória, conforme legislação brasileira. Outra forma de acesso é o plantio individual, com aval da Justiça, ou no mercado clandestino, que é ilegal e não recomendado para o tratamento de saúde.
O cenário no Brasil vem mudando em alta velocidade, pelo fato da Anvisa ter regulamentado a venda de Cannabis medicinal em dezembro de 2019. Sendo assim, desde o início de março de 2020, as empresas interessadas em produzir óleo de Cannabis no país tem entrado com pedido na Anvisa para colocá-los à venda em farmácias.
Mas até termos mais opções de produtos nacionais ou importados mais acessíveis nas farmácias leva um tempo. Enquanto essa realidade não chega, o caminho com mais opções de produtos com qualidade farmacêutica ainda é a importação.
Existem alguns sites que disponibilizam a compra online e empresas que importam produtos, mediante prescrição médica. Mas aí que aparece o dilema: como saber qual óleo de Cannabis comprar? De qual marca?
O Cannabis & Saúde vai te ajudar. Listamos a seguir seis dicas que você precisa saber antes de comprar qualquer produto.
1. Verifique se o óleo foi testado por terceiros
É importante saber se o produto foi testado por mais de um laboratório – e não apenas o teste da empresa envolvida na produção. Procure pelos relatórios de controle de qualidade, chamados de COA, que normalmente estão disponíveis no site do produto.
Essas análises mostram a existência e a concentração de cada canabinoide no produto. Assim, você pode conferir se o produto cumpre com o prometido. Ou seja, se tem mesmo a quantidade de CBD, THC ou de qualquer outro canabinoide prometida.
A ausência desses documentos pode significar algumas coisas. Ou as concentrações dessas substâncias estavam abaixo ou acima daquele anunciado previamente pela empresa, uma pesquisa americana aferiu que os óleos podem ter variações consideráveis.
Nesses casos, melhor recorrer a produtos de outras marcas.
Mas também não vale o aval de qualquer laboratório. Confira se a análise vem de um estabelecimento credenciado pela Organização Internacional de Normalização (ISO). Isso significa que o laboratório atende a certos padrões e opera sob as diretrizes aprovadas e monitoradas pelo órgão.
Atente-se também para a data da análise, melhor não passar de doze meses, uma vez que a análise precisa ser constantemente revista conforme o lote do produto. Neste mesmo relatório você poderá identificar se o produto possui contaminação com materiais pesados, que sabemos ser nocivo à saúde.
Alguns laboratórios realizam as análises, mas nem sempre disponibilizam na internet. No Brasil, o médico prescritor pode solicitar ao laboratório as análises para confirmar a veracidade das informações, uma vez que é o médico que prescreve o produto ao paciente. Cada canabinoide e respectiva concentração interfere no tratamento.
2. Confira todos os ingredientes
Os ingredientes do óleo de Cannabis estão listados no rótulo. Se você ainda não está familiarizado com eles, basta clicar aqui para conhecer os principais canabinoides e saber os possíveis efeitos colaterais, em especial quando há a interação com outros medicamentos.
Opte pelos ingredientes orgânicos e naturais e por produtos com ingredientes extras que aumentam os benefícios do medicamento. Por exemplo: alguns óleos podem vir com uma dose de vitamina B12 para aumentar o efeito analgésico, ácidos ômega, dentre outros.
Se o fabricante disponibilizar a lista de terpenos presentes no óleo de Cannabis, melhor ainda. Cada um desses cheiros da Cannabis pode trazer diferentes benefícios ao organismo e ao tratamento.
3. Prefira produtos orgânicos
Nada é melhor do que um óleo orgânico. Por razões óbvias: a baixa concentração de metais pesados vindos de agrotóxicos e de solos contaminados. Existem selos de comprovação do cultivo orgânico das plantas – busque por eles nos sites das empresas e também pelo Certificado GMP – Good Manufacturing Practices.
Saber como o cânhamo foi originado e cultivado faz toda a diferença para a qualidade do óleo.
Estas informações também constam no teste de laboratório, na embalagem e/ou no folheto do produto.
4. Atente-se ao tipo de óleo de Cannabis
Há uma variedade ampla de óleos no mercado estrangeiro. Alguns produtos vem com apenas um canabinoide isolado ou com uma quantidade ínfima de outro – pode ser majoritariamente composto por CBD, CBC, THC ou CBG.
Ou podem vir com uma série de canabinoides – chamado de full spectrum. Ou seja, vem com todos os componentes da planta, incluindo os terpenos, citados acima. Esses têm uma vantagem: passam por menos processos. E, com tantos componentes, acabam por potencializar o efeito do óleo de Cannabis (o famoso “efeito entourage”).
5. Compare se o preço vale a pena
A regra é a mesma para outros produtos: pesquise para saber se o valor de mercado é mesmo aquele. Importante! Compare somente produtos semelhantes, com as mesmas concentrações de canabinoides, e veja se os preços batem. Mas, vale lembrar do item anterior, confira exatamente quais são os ingredientes. Afinal, produtos premium podem ter mesmo valores mais altos. Atente-se ainda aos valores do frete ou mensalidade cobrada pela associação.
Para comparar valores de produtos similares, siga os seguintes passos:
- Divida o valor pela quantidade de miligramas (mg) total do produto R$/mg.
- Como as prescrições em sua grande maioria são em ml, você também pode fazer o comparativo dividindo o valor pela quantidade de mililitro (ml). R$/ml.
- Se quiser, pode ainda verificar por quanto tempo irá durar o produto conforme recomendação de uso que consta na prescrição médica e a quantidade total de ml do produto.
- E o mais importante, compare a concentração de cada produto. Quanto maior a concentração, menor a quantidade do produto você irá utilizar. Isso quer dizer que ele está menos diluído. Como calcular o % de concentração: divida a quantidade total de mg pela quantidade total de ml do óleo de Cannabis, depois divida por 1.000. Exemplo: o produto possui 6.000mg em um frasco de 30ml, a concentração do produto é 20%.
Para conhecer o maior comparativo de produtos de Cannabis do Brasil. Clique aqui.
6. Confira a reputação da marca
Consumidor satisfeito elogia nas redes sociais. Por outro lado, consumidor insatisfeito reclama muito nos comentários. Dê uma conferida nos comentários deixados nas páginas das redes sociais de cada marca.
Outra forma de conferir é se o laboratório, fabricante dos produtos, possui em seu site certificados de qualidade, bem como, outras certificações e prêmios que também garantam um bom produto.
E, por fim, para óleos de Cannabis produzidos no Brasil, sugerimos também que procure realizar o check-list dos 6 itens acima, afinal vale a máxima: com a saúde, não se brinca.
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Como agendar uma consulta com médico prescritor de Cannabis Medicinal