Após meses de noites em claro, crises de dor intensas e tentativas frustradas com analgésicos convencionais, o engenheiro civil Fernando César Signoretti, de 60 anos, finalmente encontrou alívio em uma terapia até então desconhecida para ele: a Cannabis medicinal.
O tratamento, iniciado em outubro de 2023, transformou não só a forma como ele lida com a dor, mas também sua rotina, seu sono, trabalho e até mesmo a convivência familiar.
Durante quase um ano, Fernando enfrentou uma dor contínua causada pela espondilodiscite — uma infecção nas vértebras da coluna, entre as T5 e T9. Após a infecção, ele passou por uma neurocirurgia para limpar a região afetada, mas a lesão na medula, consequência da inflamação, o levou à paraplegia. Desde então, Fernando passou a sofrer com espasmos musculares e uma dor neuropática intensa, resistente aos tratamentos convencionais.
“A dor era tão forte que ele não dormia. E não era só uma noite ou outra — foram meses. Era desesperador ver isso acontecendo com alguém que você ama, e não poder fazer nada”, conta Sueli, sua esposa, que esteve ao lado dele durante todo o processo.
A tentativa com medicações alopáticas foi longa — e frustrante. “Era como se eu não tivesse tomado nada. Nenhum remédio fazia efeito. Eu gemia de dor à noite inteira. Durante o dia, ainda vinha umas dez, quinze crises. Chegou ao ponto de não conseguir nem ser tocado. Jogar uma coberta em cima de mim já causava dor”, relembra Fernando.
A virada no tratamento: a surpreendente eficácia da Cannabis medicinal no controle da dor
Foi só em outubro de 2023, quase um ano após o agravamento do quadro, que surgiu uma possibilidade concreta de mudança. Por indicação da médica Beatriz Jacob Milani, Fernando iniciou o tratamento com Cannabis medicinal.
“Quando ela sugeriu a Cannabis, não tivemos resistência. A gente já vinha lendo sobre o assunto, e na situação em que ele estava, com dor 24 horas por dia, era preciso tentar”, explica Sueli. “Não era uma escolha, era uma necessidade.”
O início do tratamento foi cuidadoso, com ajustes graduais de dose. Mas, à medida que a dosagem foi sendo acertada, os efeitos começaram a aparecer. “A dor foi diminuindo. No começo era sutil, mas quando acertou a dose, foi um alívio imenso. Hoje, se eu for comparar com antes, eu tenho uns 10% daquela dor”, conta Fernando.
A resposta ao tratamento surpreendeu até a médica, que inicialmente projetava uma redução de 60% na dor. “Quando voltamos ao consultório e dissemos que a dor tinha caído 90%, ela ficou impressionada”, diz Sueli.
Para o casal, um dos momentos mais marcantes foi a primeira noite em que Fernando conseguiu dormir sem interrupções. “Eu lembro exatamente desse dia. Acordei de manhã, assustada, sem entender que horas eram. Olhei pra ele e pensei: será que está tudo bem? Porque fazia mais de um ano que isso não acontecia. Foi um alívio. Aquela noite nos marcou”, diz Sueli, emocionada.
A evolução do tratamento: Cannabis no centro de uma nova abordagem terapêutica
A melhora no sono teve reflexos diretos no humor, na energia e até na fisioterapia, que Fernando segue fazendo para trabalhar sua mobilidade. “Antes, ele ia fazer os exercícios com dor, sem dormir, cansado. Agora, com o sono em dia e sem dor, ele faz muito mais disposto. O desempenho é outro”, afirma a esposa.
O tratamento com Cannabis foi tão positivo que permitiu, aos poucos, a retirada de diversas medicações alopáticas. “A Dra. Beatriz já retirou vários remédios. Em abril tirou mais dois, e agora em junho ela deve tirar outro. A intenção é que, se tudo continuar bem, ele possa ficar apenas com a Cannabis”, conta Sueli.
Atualmente, Fernando utiliza dois óleos com concentrações diferentes de canabinoides. Durante o dia, ele toma um óleo com alta concentração de CBD e baixa de THC, e à noite, um óleo 1:1, equilibrando os dois compostos para potencializar os efeitos analgésicos e de indução ao sono.
No início, Fernando chegou a sentir efeitos colaterais leves, como sonolência diurna. “Mas foi só no começo, até meu corpo se adaptar”, conta.
Ao refletir sobre o preconceito que ainda existe em torno da Cannabis medicinal, Fernando é categórico: “Quem tem resistência não valoriza a ciência. Isso aqui não é uma coisa feita de qualquer jeito. Existe estudo, regulação, profissionais por trás. Foi isso que salvou minha qualidade de vida.”
Para Sueli, mais do que um tratamento, a Cannabis representou um recomeço. “A gente chegou num ponto em que não havia mais alternativa. E ver ele hoje, dormindo, trabalhando, com humor melhor, vivendo… É como se a gente tivesse saído do fundo do poço. A Cannabis foi um divisor de águas”, finaliza.
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