A história do médico Dr. Thiago Santana Leal e Silva no campo da medicina canabinoide começou a partir de uma experiência pessoal profunda e transformadora. Ele passou de paciente a profissional dedicado à prescrição de medicamentos à base de Cannabis, área em que hoje se destaca.
Na passagem de 2017 para 2018, durante um voo de parapente em Buenos Aires, Dr. Thiago sofreu uma queda grave que resultou na fratura da coluna vertebral. “Passei por várias cirurgias e desenvolvi uma dor neuropática muito intensa, consequência da lesão nervosa provocada pela fratura”, relata. “A dor crônica não afeta apenas o corpo, mas também a mente, impactando profundamente a qualidade de vida.”
Foi nesse cenário desafiador que o médico iniciou o uso do medicamento à base de Cannabis, com resultados que descreve como revolucionários. “A Cannabis foi fundamental tanto para o controle da dor quanto para o equilíbrio emocional. Lidar com a reabilitação, exigiu muito da minha saúde mental, e o medicamento me auxiliou nesse processo”, afirma.
Essa experiência pessoal serviu como ponto de partida para sua atuação médica na área. “Quando você é paciente e vivencia os benefícios do tratamento, torna-se muito mais seguro e comprometido ao prescrever. Não é uma indicação apenas teórica, mas ética e prática”, explica.
Após o acidente, Dr. Thiago precisou interromper temporariamente o internato, mas retornou para concluir a formação médica. Paralelamente, investiu em especializações, atualmente cursando pós-graduação em psiquiatria e em dor — áreas que se relacionam diretamente com o potencial terapêutico da Cannabis.
“O espectro de patologias em que o medicamento canabinoide pode ser utilizado é amplo, mas vejo maior incidência nos tratamentos para doenças psiquiátricas e dores crônicas. Também atendo pacientes com doenças neurológicas, como Alzheimer, Parkinson e autismo”, detalha.
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Mudança gradual na percepção pública
Apesar dos avanços, o médico reconhece que a medicina canabinoide ainda enfrenta resistências, sobretudo por preconceitos enraizados em associações equivocadas entre Cannabis e uso recreativo. “O estigma ainda é uma barreira importante, mas temos observado uma mudança gradual na percepção pública, impulsionada pela divulgação de informações científicas e pela busca crescente por tratamentos alternativos seguros”, comenta.
Um dos pontos que mais ressalta é a vantagem do perfil de efeitos colaterais da Cannabis em comparação aos medicamentos tradicionais. “Os medicamentos convencionais frequentemente causam efeitos adversos que prejudicam a adesão ao tratamento. Com os canabinoides, os pacientes geralmente relatam menor incidência desses efeitos, o que facilita a continuidade e melhora a qualidade de vida”, destaca.
Interesse crescente dos pacientes
Outro aspecto que chama atenção é o interesse crescente de pacientes que procuram o medicamento canabinoide como alternativa para o tratamento da ansiedade. “Muitos chegam buscando essa opção, por receio dos efeitos dos medicamentos alopáticos. Embora a Cannabis ainda não seja a primeira linha formal em protocolos clínicos, sua utilização está se consolidando como uma ferramenta valiosa dentro do arsenal terapêutico”, pondera.
Para Dr. Thiago, o futuro da medicina canabinoide depende do avanço contínuo da pesquisa científica, da regulamentação adequada e da ampliação do acesso. “A tendência é que, conforme novas evidências forem robustamente estabelecidas e os custos reduzidos, a Cannabis medicinal se torne cada vez mais integrada aos tratamentos convencionais, sempre com base na melhor evidência disponível e na individualização do cuidado”, finaliza.
A trajetória do Dr. Thiago simboliza não apenas a superação pessoal diante da dor crônica, mas também a construção de uma prática médica que alia ciência, ética e empatia, impulsionando o avanço da medicina canabinoide no Brasil.
Importante!
No Brasil, o uso de canabinoides é permitido mediante prescrição e acompanhamento médico rigoroso. Por isso, é essencial contar com profissionais capacitados, que avaliem cada caso de forma personalizada e segura.
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