Apesar de não ser mais proibida na disputa dos Jogos Olímpicos, ainda são poucos os participantes que assumem publicamente. Três são brasileiros
O canabidiol (CBD) foi retirado da lista de substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidopagem (WADA) em 2018. Desde então, os atletas profissionais podem se beneficiar do tratamento da Cannabis medicinal, desde que com baixo teor de THC.
“O atleta profissional, de alta performance, é difícil não ter dor. Exige do corpo além do limite. O CBD consegue atenuar a dor, reduzir a inflamação e melhorar a ansiedade.”, explica o médico Wellington Briques.
É crescente o número de atletas que utilizam e propagam a Cannabis medicinal, como os lutadores de UFC, Nate Diaz e a brasileira Livinha Souza. Outro brasileiro, o skatista Bob Burnquist, é também defensor dos efeitos terapêuticos dos canabinoides. Além da Cannabis, têm em comum o fato de não disputarem os Jogos Olímpicos.
Multimedalistas olímpicos, o nadador Michael Phelps e o corredor Usain Bolt também admitem publicamente o uso da Cannabis, mas tampouco competirão em Tóquio. Seja por se tratar de uma novidade ou por temer represálias, como a perda de patrocínios, poucos daqueles que competirão por medalhas assumem a bandeira da Cannabis medicinal.
Conheça alguns deles:
Pedro Barros – skate
O catarinense Pedro Barros, de 25 anos, é hoje certamente o maior nome do skate brasileiro. Primeiro skatista a ser campeão mundial reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional, o manezinho, criado na comunidade do Rio Tavares, em Florianópolis, acumula, 10 medalhas no X Games, sendo seis de ouro. Um dos representantes brasileiro na estreia da modalidade nos Jogos Olímpicos.
A própria Cannabis medicinal, porém, quase colocou tudo a perder. “Sempre usei o Cannabis de forma medicinal. Meu tempo de recuperação pré-evento era muito curto e, com a Cannabis, deixei de usar rivotril, que era um medicamento que eu usava muito pra viajar e conseguir chegar nos meus destinos mais descansado”, disse em entrevista ao Cannabis e Saúde.
O problema era que seu medicamento continha THC, que ainda é considerado doping. O caso, em 2018, rendeu seis meses de suspensão. A tempo de garantir sua vaga junto a delegação brasileira.
Daniel Chaves, maratona
O maratonista Daniel Chaves havia decidido abandonar o esporte em 2017. Diagnosticado com síndrome bipolar depressiva, encontrou no CBD um tratamento. Voltou aos treinos para a disputa da Maratona de Londres, no ano seguinte, quando conquistou a marca para a disputa das Olimpíadas de Tóquio.
“Eu digo que quando estou bem mentalmente, o treino físico rende muito mais! E o CBD não poderia ser melhor para isso: me deixa equilibrado para ter um foco mental na hora do treinamento. Isso, fora a parte da recuperação física, que é muito confortante no pós-treino”, contou o atleta.
Hoje ele faz parte da Atleta Cannabis, criada em 2020 com o objetivo de ser a maior comunidade de esporte e Cannabis do Brasil.
Bruno Soares – Tênis
Aos 39 anos, o tenista Bruno Soares se prepara para sua terceira participação nos Jogos Olímpicos. Esta, no entanto, é a primeira que vai poder contar com os benefícios da Cannabis medicinal. O atleta já revelou que há três anos utiliza as propriedades terapêuticas da Cannabis de diversas formas diferentes.
Em gotas, para controlar a ansiedade, e ajudar na rotina de treinamentos e em creme para massagem, principalmente nas regiões mais doloridas, por sua capacidade anti-inflamatória. A relação é tão boa que, desde o ano passado, é patrocinado pela empresa de Cannabis medicinal 1Pure CBD.
Megan Rapinoe – Futebol
Eleita a melhor jogadora de futebol do mundo em 2019, medalha de ouro nos Jogos Olímpicos e duas vezes campeã do mundo pelos Estados Unidos, Megan Rapinoe brilha também fora dos campos. Ícone feminista, recentemente liderou um movimento em defesa da igualdade de pagamentos entre as seleções masculina e feminina de futebol nos EUA. Isso enquanto é ativista pelos direitos LGBTQIA+.
Sua atuação chegou até o mundo da Cannabis medicinal. Em 2019 se tornou adepta da Cannabis medicinal, em busca de uma opção mais saudável e natural para lidar com as dores, melhorar a qualidade de sono, relaxar durante as viagens e recuperação física. Desde então é patrocinada pela Mendi, empresa de Cannabis medicinal cuja CEO é Rachael Rapinoe, sua irmã.
Aos 36 anos, parte para sua segunda participação nos Jogos Olímpicos. Em 2012, Londres, terminou com a medalha de ouro. Em 2016, no Rio de Janeiro, ficou de fora por uma lesão no joelho. Agora está de volta, pela primeira vez com a Cannabis medicinal.
Carli Lloyd – futebol
Aos 39 anos de idade, Carli Lloyd está prestes a se tornar a atleta mais velha a defender a seleção feminina de futebol dos Estados Unidos em uma edição dos Jogos Olímpicos. Sua longevidade, segundo garante, é graças ao CBD.
No ano passado, com uma séria lesão no joelho, recebeu de seu agente a Cannabis medicinal para experimentar. Teve que passar por cirurgia, mas durante todo o processo pode contar com os benefícios do medicamento, principalmente para reduzir as dores e ajudar a controlar a inflamação após o procedimento.
Com o joelho completamente recuperado, foi convocada para a disputa dos Jogos Olímpicos, em disputa por sua terceira medalha de ouro.