Brasília recebe uma experiência cultural inédita com a chegada do Festival Raro de Cinema, a primeira mostra cinematográfica do Brasil destinada exclusivamente a histórias de pessoas com doenças raras.
Entre os filmes exibidos na mostra gratuita, três destacam a trajetória de crianças que tiveram a vida transformada depois que iniciaram um tratamento com medicamentos à base de Cannabis.
De 29 de outubro a 1º de novembro, o evento ocupará o histórico Cine Brasília e, além de oferecer entretenimento, promoverá um espaço de reflexão, inclusão, saúde pública e empatia. Conversamos com o curador do festival, Guilherme Vicente, sobre a iniciativa pioneira.
Mais visibilidade para doenças raras e crônicas
O Festival Raro de Cinema é um projeto idealizado pela Associação MariaVitória de Doenças Raras e Crônicas (AMAVIRARAS), uma organização sem fins lucrativos que acolhe e orienta pacientes e familiares de pessoas com essas condições.
A mostra de cinema se soma a outras ações da AMAVIRARAS que buscam dar visibilidade para doenças raras, como explicou Guilherme Vicente.
“O que me motivou a realizar esse festival, é o fato de a maior parte da população desconhecer a existência dessas doenças. Estamos falando de 13 milhões de brasileiros, um número muito significativo e, mesmo assim, ainda é um assunto insuficientemente debatido. Então, trouxemos o festival para dar luz a esse debate, para conscientizar a população sobre a existência dessas doenças, que são muito difíceis de diagnosticar, por falta de conhecimento tanto dos profissionais de saúde, quanto dos próprios pacientes.
Eu espero que o público saia da sala do cinema com uma visão mais ampla sobre as doenças raras e, mais do que isso, que se sintam tocados pelas histórias que viram. Espero que seja o primeiro de muitos festivais raros, e que a cada ano, possamos incluir cada vez mais vozes e ampliar ainda mais a discussão sobre este tema.”
Doenças raras são um enorme desafio para a saúde pública, e dar visibilidade a elas é essencial para incentivar a pesquisa e desenvolvimento de novos tratamentos e políticas de apoio.
A Cannabis no Festival Raro de Cinema
Para quem recebe o diagnóstico de uma doença rara, geralmente se trata de uma condição que muitas vezes não tem cura conhecida. Desse modo, o foco dos tratamentos é proporcionar qualidade de vida e bem-estar para o paciente e seus familiares. Nesse sentido, os medicamentos com Cannabis são uma abordagem terapêutica que pode ser eficaz em vários tipos de doenças raras.
Entre os nove filmes em cartaz na mostra, três falam sobre o uso medicinal da Cannabis:
Ilegal: A vida não espera
Este filme de 2014 se tornou um clássico e relata a luta de uma mãe atípica pela saúde da filha. O documentário conta a história da batalha da Katiele para conseguir medicamentos com Cannabis para tratar a saúde da filha, Anny, diagnosticada com a síndrome CDKL5.
O outro mundo de Sofia
Do mesmo diretor de “Ilegal”, o documentário “O outro mundo de Sofia” também aborda a resiliência de uma mãe pelo bem-estar da filha. Lançado em 2023, o filme conta a história de luta da mãe Margarete pela qualidade de vida da filha Sofia.
A Planta
O documentário apresenta diversos personagens para explorar os benefícios do uso medicinal da Cannabis que abordam ciência, saúde, política, agricultura e indústria.
Confira a programação completa do Festival Raro de Cinema:
O evento é gratuito e indicado para maiores de 14 anos.
Local: Cine Brasília (106/107 Sul)
Data: 29/10 a 01/11
Mais informações estão disponíveis no site oficial do evento (www.rarotalks.com.br/festivalrarodecinema).
Como iniciar um tratamento com Cannabis
Se você deseja iniciar um tratamento com medicamentos à base de Cannabis, é necessário seguir as diretrizes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Assim como qualquer tratamento, é fundamental ter uma prescrição médica feita por profissional devidamente habilitado.
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