Produzir mais é uma das metas da nossa sociedade. Na mesma medida que livros como “Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes” sobre produtividade e foco crescem nas vendas, mais pessoa buscam também aprimoramento cognitivo através de estimulantes cognitivos, como cafeína e canabinoides. A partir desta realidade, brasileiros assinam o editorial da revista científica Frontiers sobre estimulantes cognitivos que englobam a cafeína e as moléculas da Cannabis, como o CBD e o THC.
Os canabinoides da Cannabis têm ação marcante no sistema nervoso central, através da interação com o sistema endocanabinoide. Principalmente pela atividade do CBD e do THC, a planta desencadeia uma ampla gama de efeitos que podem variar do relaxamento à euforia.
Estimulantes cognitivos: da cafeína aos canabinoides
A publicação explora como interações e efeitos colaterais de estimulantes são complexos; a cafeína pode aumentar a ansiedade em doses elevadas, enquanto os canabinoides mostram uma relação dose-resposta que pode interferir no uso de outros estimulantes.
Além disso, a pesquisa aponta que fatores não farmacológicos, como o enriquecimento ambiental, são cruciais para otimizar a função cognitiva, ressaltando a necessidade de uma abordagem integrada para o aprimoramento cognitivo.
No âmbito dos estimulantes cognitivos, o enriquecimento ambiental pode incluir práticas como a criação de espaços que incentivem a aprendizagem, a curiosidade e a socialização. Isso pode ser implementado por meio de ambientes que oferecem desafios adequados à faixa etária e ao nível de habilidade dos usuários. Tais práticas podem não apenas melhorar a experiência de quem utiliza esses produtos, mas também “potencializar seus efeitos”, reconhece o editorial.
Cannabis e canabinoides: papeis duplos na modulação cognitiva
O editorial observa que os canabinoides, assim como a cafeína que pode ser ansiogênica, há uma relação dose-resposta complexa na modulação cognitiva, oferecendo benefícios potenciais. Porém, também apresentando “riscos dependendo da dosagem, estado de saúde individual e contexto de uso”.
Cabe destacar, que os canabinoides têm um papel complexo na modulação cognitiva e de emoções, com o potencial de beneficiar a saúde mental e a cognição, se utilizado com acompanhamento correto.
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Estudos destacados pelo editorial assinado por brasileiros
Ademais, o editorial destaca estudos que estão na publicação e que colaboram com esta percepção da complexidade dos fitocanabinoides. Um estudo Chronic exposure to inhaled vaporized cannabis high in Δ9-THC suppresses Adderall-induced brain activity revelou que a exposição diária à Cannabis inalada (com 10,3% de THC) reduz a sensibilidade cerebral ao Adderall, um medicamento usado para narcolepsia e TDAH, especialmente nas vias dopaminérgicas. Análises detalhadas mostraram que a ativação das redes de recompensa e atenção induzidas pelo Adderall é suprimida em indivíduos expostos à cannabis.
Além disso, a pesquisa “Função de recompensa cerebral em pessoas que usam Cannabis: uma revisão sistemática” observou, por meio de fMRI, que a função de recompensa é significativamente alterada em usuários de Cannabis.
Já a revisão “Cannabidiol and brain function: current knowledge and future perspectives” sobre o CBD destacou seu potencial terapêutico para distúrbios neurológicos e psiquiátricos, como epilepsia, Alzheimer e ansiedade, e sua capacidade de neutralizar os efeitos psicóticos do THC, “evidenciando a natureza dual dos canabinóides”.
Portanto, o editorial observa que esses estudos ressaltam o potencial da Cannabis em interferir nos efeitos de outros estimulantes cognitivos.
Como os canabinoides são estimulantes cognitivos?
Os canabinoides possuem efeitos complexos sobre a cognição e o comportamento. Eles agem principalmente através da ativação dos receptores canabinoides CB1 e CB2, que têm implicações diretas na modulação de neurotransmissores no cérebro, afetando assim processos cognitivos, emocionais e comportamentais.
Mecanismos de ação
Os principais canabinoides, como o THC e o CBD, interagem de maneira distinta com os receptores canabinoides do nosso corpo:
- THC: liga-se aos receptores CB1, que estão amplamente distribuídos pelo cérebro, particularmente em áreas associadas à memória, motivação e controle motor.
- CBD: pesquisas apontam que o CBD é capaz de modular alguns dos efeitos do THC e é estudado por suas propriedades terapêuticas, incluindo a redução de convulsões em epilepsia e potencial para tratamento de distúrbios de ansiedade e psicóticos.
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